A Capital da Cajuína
A Morada do Sol
Projeto: Minha cidade em cordel
Autor: IVALDO BATISTA
Aqui vou compartilhar
Essa poesia rimada
Uns versos pra Teresina
Que está imortalizada
Na canção de um baiano
Em “Cajuína” Caetano
A deixou eternizada.
Teresina idolatrada
Alvo de paixão imensa
Sobre tuas qualidades
A relação é extensa
É terra que dou valor
Ouvi de um morador
Que vive hoje em Valença.
Torquato Neto licença
Entrei no teu Piauí
Poeta da Tropicália
Dedico tudo aqui
A você que oferecia
Ao Brasil tua poesia
No cordel lembrei de ti.
Num tempo bom que vivi
Ouvi sobre Teresina
Uma viagem de trem
Um roteiro que ensina
Quem cantou foi Gonzagão
Teresina ao Maranhão
Tanta cidade declina.
Capital da cajuína
Teresina tem dois rios
O Poti e o Parnaíba
Enfrentam seus desafios
Mesopotâmia é aqui
Este Nordeste que eu vi
Merece os elogios.
Nos causa ainda arrepios
E calafrios de tuia
Aos passar por essas margens
Não vi Crispim, aleluia!
Eu fiz minha oração
Supliquei por proteção
Contra “O Cabeça de Cuia”.
Do meu barco de imbuia
A “Cidade verde” eu vejo
No calor desse teu sol
Eu aproveito o ensejo
Por seres tão nordestina
Vou te dizer Teresina
O quanto eu te cortejo.
Há muito tempo pelejo
Agora eu consegui
Depois de fazer turismo
No Estado do Piauí
De forma tão natural
Falei dessa capital
De tudo que descobri.
Foi assim que decidi
Primeiro vim passear
Andei por todo Estado
E depois de observar
Amei a terra eu confesso
Resolvi por tudo em verso
E quis aqui demonstrar.
Ao sair do meu lugar
Deixei meu torrão Carpina
Vim passear nessa terra
Que a noite a lua ilumina
De dia o sol nosso rei
Preferiu você eu sei
Pra te esquentar Teresina.
Passada a festa junina
Eu assumi o meu posto
O folheto que escrevi
Foi com vontade e com gosto
Vencida a pandemia
Agora é só alegria
Com teu niver em agosto.
Esse folheto exposto
Revela quem estudou
A tua história querida
O teu povo me mostrou
Teu passado grandioso
Que Deus do céu poderoso
Foi quem te abençoou.
Teresina se formou
Num ambiente propício
Feito Recife com rios
Do governante Maurício
Mesopotâmia de amantes
Nordeste dos navegantes
Teresinense é fenício.
Assim foi nosso início
Teresina é povoada
No século dezessete
Ali está registrada
Com Domingo Jorge Velho
Jesuítas e evangelho
Bandeirantes na entrada.
Assim era iniciada
Implantou-se uma feitoria
Um criatório de gado
Uma Igreja chegaria
Nesse começo tão raro
A Senhora do Amparo
Essa terra protegia.
Tanta coisa já havia
Foi um século promissor
E no século dezoito
Um projeto criador
Ao litoral causou raiva
José Antônio Saraiva
Foi muito inovador.
Foi o elaborador
Do projeto pioneiro
Esse tal José Antônio
“Saraiva” O conselheiro
Deu vida a esse chão
Até hoje o cidadão
Prestigia o guerreiro.
Teresinense altaneiro
Dessa nação nordestina
O influente Saraiva
Só cumpriu a sua sina
Deu pra província real
Uma bela capital
Nossa amada Teresina.
Era Teresa Cristina
A imperatriz amada
Mulher do Imperador
Que foi homenageada
Lutou pra ver Teresina
Essa luta então termina
Depois de homologada.
Foi oficializada
A data da fundação
Dia 16 de agosto
Temos comemoração
No ano cinqüenta e dois (1952)
Muitas festas vêm depois
Pra fazer celebração.
Pela localização
E navegabilidade
Do Poti e Parnaíba
Que correm pela cidade
Rios que garantem a vida
Teresina é verde e vida
É viver com qualidade
A data na realidade
Da tal lei provincial
Foi dia vinte de julho
Isso é documental
Tal qual o povo queria
Mudou-se a categoria
Pra cidade e capital.
Mas ponho um ponto final
Nesse tema abordado
O niver de Teresina
Conforme foi acordado
Isso é coisa aceita
E não pode ser desfeita
Por que foi convencionado.
Longe do mar agitado
Teresina é central
A trezentos e quarenta
Km do litoral
O piauiense adora
Até hoje comemora
Teresina capital.
Possui clima tropical
No local dizem: Há risco
Tem incidência de raios
Sou corajoso e arisco
Vou visitar minha amada
Que está bem situada
Na Chapada do Corisco.
Imploro a Deus um chuvisco
Pra aliviar o calor
Entre setembro e dezembro
Parece até um vapor
É alta temperatura
Teresina é quentura
É Sol forte sim senhor.
É ele o imperador
Aqui é onde o Sol mora
A lua vem toda noite
Com o Sol aqui namora
A natureza convence
O forte teresinense
Resiste e não vai embora.
Meu amor disse agora
É hora vamos andar
Passear pela cidade
Nós dois vamos turistar
Vamos embora meu santo
Conhecer todo encanto
E mistérios do lugar.
Então eu fui visitar
Tudo surpresa pra mim
Andei na João Vinte e três
Passei na Frei Serafim
Lembro a ponte JK
Na capa do cordel já
Dar pra ver que foi assim.
Foi para isso que eu vim
Pra conhecer por inteiro
Essa terra é torrão
De um grande pariceiro
Aqui tem Bruno Lustosa
E Bruno Alves Feitosa
Que só me chama guerreiro.
Vem cá Bruno cangaceiro
Que na cultura aposta
Lustosa é fã de Raul
Do Rei do Rock ele gosta
Feitosa está na ativa
República alternativa
Todo dia ele posta.
Piauí de Pedro Costa
E do Frank Aguiar
De Maria Inglaterra
Que faz a terra brilhar
Aqui já morou Chambinho
Falando mostra o carinho
Que tem por este lugar
Na cultura vou citar
Torquato Neto o ator
Jornalista e letrista
De excepcional valor
Outro bom que conheci
Lázaro do Piauí
Um grande compositor.
Teresina do doutor
Pesquisador e docente
Grande Wilson Seraine
Um produtor competente
Grande memorialista
Também como radialista
Mostra a cultura da gente.
Seraine filho à frente
De uma grande missão
Ouço na Rádio Cultura
Toda a programação
Na quinta ele apresenta
O Programa e comenta
Hora do Rei do Baião.
Gonzaga apóia o povão
Que exalta seu Estado
Viva Pisa na Fulô
O Baião sapateado
Rodas de São Benedito
Tudo isso é bonito
São Gonçalo e Reisado.
Cada local visitado
Não sei qual o mais bonito
Estive num lindo templo
Igreja São Benedito
E do teatro eu lembro
Fui ao quatro de setembro
É tão lindo admito.
Outro local que eu cito
Como lugar ideal
É o encontro dos rios
O Parque ambiental
Na central do artesanato
Mestre Dezinho de fato
Foi um grande maioral.
Vi o marco inicial
Lá na Praça da Bandeira
E pra forrar a barriga
Não precisa choradeira
Estive no Restaurante
Lá no barco flutuante
Dessa terra altaneira.
Minha cidade guerreira
Valente cabra da peste
Onde cada sertanejo
De forte passou no teste
Acho que Euclides da Cunha
Usou-nos de testemunha
Na sua fala inconteste.
Já andei todo Nordeste
E aqui eu descobri
A residência do sol
É aqui no Piauí
Na terra da cajuína
No calor de Teresina
É mina eu percebi.
Raios de sol sobre ti
Esse teu verde pujante
A moldura de teus rios
Vi todo teu horizonte
Ô musa do Piauí
Confesso que disse ali
Você é tão cativante.
Lá de cima do mirante
Por mim eras contemplada
A minha amada comigo
Ficou tão enciumada
Quando falei pra você
Como te amo Therê
Lá da ponte estaiada.
Ela desceu chateada
Sei que a culpa foi minha
Por eu não expliquei
Ao meu amor Terezinha
Jamais disse à carpina
Declarei-me a Teresina
Por isso houve a briguinha.
Mas um beijo na boquinha
A confusão foi desfeita
Afinal com o amor
Muita coisa se endireita
Teresina é paixão
O coração tem razão
Por isso tudo enfeita.
Das confidências já feitas
De um velho tamarineiro
Que do poeta tornou-se
Amigo e companheiro
Testemunha da História
Contou-me de toda glória
Desse torrão brasileiro.
Eu era só forasteiro
Quando cheguei por aqui
Mas você já percebeu
Lendo o que escrevi
Minha alma se derrama
Meu coração só te ama
Teresina, Piauí.
Passando aqui aprendi
Repito o que o povo diz
Quem mora em Teresina
De alegre sempre diz
É uma felicidade
Morar em uma cidade
Com nome de Imperatriz.