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RIO DE JANEIRO – 455 anos
Coluna do Cordel
Publicado em 19/01/2020

Autor: Ivaldo Batista

 

Sobre o Rio de Janeiro

Fiz esse cordel irado

Falando da capital

Não falei sobre o Estado

Aqui não temos caô

Podes crer no meu recado.

 

O folheto foi criado

Para homenagear

Aniversário do Rio

Temos que comemorar

Numa festa como essa

Temos que presentear.

 

Eu adoro apreciar

Essa cidade formosa

Das que existem no mundo

O Rio é mais charmosa

É justo ser conhecida

Cidade maravilhosa.

 

Creio ser a mais famosa

Por isso foi merecido

Quando em São Petersburgo

O prêmio oferecido

A cidade fez a festa

Seu povo é agradecido.

 

O título recebido

Patrimônio mundial

Por todas suas belezas

A paisagem cultural

Faz do Rio de Janeiro

Um orgulho nacional.

 

A beleza é natural

Colírio para visão

O meu Rio é um altar

Pra nossa contemplação

E através desses versos

Faço a celebração.

 

O coração tem razão

Que a razão desconhece

Acredito ser por isso

Que a gente nunca te esquece

Assim um pernambucano

Esse cordel te oferece.

 

O país bem reconhece

É nosso cartão postal

Desde o teu nascimento

No Brasil colonial

Capital da realeza

No Brasil imperial.

 

Esplêndido litoral

E um gostoso calor

Cada pedaço de ti

Um verdadeiro sabor

Como sufista venero

A Praia do arpoador.

 

Nessa prancha o teu andor

Sobre as águas um poema

Leblon e Copacabana

Um bacana diadema

Não esqueço a tua forma

Minha bela Ipanema.

 

Do Brasil é um emblema

Eu desejo te curtir

Logo em frente uma vontade

De querer te descobrir

Quão difícil é chegar

E logo se despedir.

 

Agora vou repetir

Meu desejo é morar nela

Passear nos calçadões

Observar da janela

Contemplar tuas belezas

Do mirante da favela.

 

Minha cidade aquarela

Do Brasil é o coração

É a estrela mais linda

Da nossa constelação

Feliz é teu padroeiro

O bom São Sebastião.

O protetor desse chão

Deu permissão pra contar

Se quiseres conhecer

Pode então anotar

Tudo que eu pesquisei

Agora vou repassar.

 

Pra você localizar

Essa linda flor de lis

Esse lugar deslumbrante

De um povo tão feliz

É no centro do Brasil

No Sudeste do país.

 

Declarar-me sempre quis

Para esta capital

O meu torrão fluminense

Foi capital nacional

Nos anais de nossa história

Foi Capital federal.

 

Roteiro internacional

Para quem vem do estrangeiro

Turista tem diversão

Deixa aqui o seu dinheiro

O Rio é referência

Exemplo pra o brasileiro.

 

O Rio em tudo é celeiro

Tem seu valor natural

Com sua exuberância

Esplêndido litoral

De brinde nos oferece

Esse esplendor visual.

 

Patrimônio cultural

De nossa humanidade

Venha saber a razão

Passeando na cidade

Igual a outros lugares

Também tem desigualdade.

 

Falando dessa cidade

Lembro a povoação

Baia de Guanabara

Foi marco da ocupação

Tupinambás habitavam

Quando houve a invasão.

 

Veio a colonização

A partir do invasor

Português Gaspar de Lemos

Foi grande explorador

Em Mil quinhentos e dois

O chamam descobridor.

 

Um povo conquistador

Dessas terras se apossou

Os franceses estiveram

No Rio e dominou

Com o apoio nativo

Que o francês cooptou.

E o português lutou

Expulsando o francês

Que fundou sua colônia

Marcou o lugar de vez

Traços de sua cultura

Que o tempo não desfez.

 

Finalmente o português

Um tal Estácio de Sá

Perto do Pão de Açúcar

Conseguiu desembarcar

E novamente o Rio

Conseguiram conquistar.

 

Foi aí nesse lugar

Que Estácio resolveu

Dia primeiro de março (01.03)

Foi quando aconteceu

O meu Rio de Janeiro

Neste dia então nasceu.

 

Sabe quando ocorreu

Foi no século dezesseis

No ano sessenta e cinco (1565)

Nascia com altivez

Essa cidade tão linda

Entre morros Deus a fez.

 

Só pra lembrar a vocês

O morro Cara de Cão

O morro Pão de Açúcar

Entre eles a fundação

Adiante construíram

Uma edificação.

 

Fortaleza de são João

Ali foi embrionário

Os Tamoios resistentes

Dos franceses eram operários

No ano sessenta e sete (1567)

Foi o fim do adversário.

 

Guardo no imaginário

Período colonial

A cidade foi crescendo

Com importância vital

O Rio teve uma conquista

Foi sede colonial.

 

O tal Marquês de Pombal

Foi ele quem transferiu

A sede veio pra o Rio

Lá de Salvador saiu

Grande era a importância

Da cidade que se viu.

 

Todo metal que saiu

Ouro das Minas Gerais

Essas riquezas levadas

Teve o Rio como cais

Com todo esse movimento

O progresso veio atrás.

O Rio crescia mais

Tornava-se uma grandeza

As guerras lá na Europa

Trouxe a Corte portuguesa

Também tristeza e sofrer

O progresso e a beleza.

 

Bonito por natureza

O Rio foi transformado

Foi o centro do império

Luso Brasil transformado

Foi por decisão do Rei

Que aqui foi instalado.

 

Para ficar registrado

Eu acho ser ideal

Guardarmos como lembrança

Presença de Portugal

A nossa Biblioteca

Do Rio é Nacional.

 

Fim da era imperial

A República chegou

Rio é palco importante

Da luta que se travou

As mudanças na cidade

Muita confusão gerou.

 

A História registrou

Movimentos importantes

Medidas impopulares

E os castigos constantes

A revolta da vacina

Eu lembro todos instantes.

 

Pra o povo é revoltante

Aquilo que ocorria

Os problemas sociais

Junto com o Rio crescia

Trabalho e oportunidade

Que todo dia se via.

 

A cidade atraia

Tudo lá era ideal

Tanta gente lá chegando

Deu crise habitacional

O aumento da pobreza

Um problema social.

 

O problema afinal

Do crescer desordenado

A República enfrentou

O povo bem revoltado

O pobre pede socorro

No morro ele é jogado.

 

O povo foi deslocado

Toda a população

Quem vivia ali no centro

E naquela região

Tinha início o processo

Da tal favelização.

Tão grave a situação

Que eu prefiro esquecer

Apesar de seus contrastes

No Rio é possível ver

Um conjunto de belezas

Oferecida a você.

 

É fácil de perceber

O Rio é a cidade

Quem abrigou a coroa

Não perdeu a majestade

É cara-crachá Brasil

É nossa identidade.

 

Minha nacionalidade

Nessa terra se constata

No progresso que ostenta

Nos problemas que retrata

Naquilo que todo o dia

A nossa mídia relata.

 

Uma pessoa sensata

Fala tudo com cautela

Há muito que se fazer

Mas a cidade é bela

Queria no Corcovado

Ser só tua sentinela.

 

Dessa cidade aquarela

Na pesquisa que eu fiz

O povo sempre opinando

O mundo pensa e diz

Acham mesmo que o Rio

É capital do país.

 

Meu Rio foi mais feliz

A prova está nos jornais

Vi no Jornal do Brasil

Em seus editoriais

Cento e vinte oito anos

Suas lembranças reais.

 

Nesses dias atuais

A cidade se apresenta

O Brasil sempre de olho

A população atenta

Tudo que nela acontece

O mundo todo comenta.

 

Nossa responsa aumenta

Pra falar desse lugar

Um passeio na cidade

Eu pude apreciar

Anotei alguma coisa

E agora vou contar.

 

Numa roda fui sambar

Caracas cheguei primeiro

Era ensaio da escola

No meu Rio de Janeiro

A mulata convidou

Pra voltar em fevereiro.

É carnaval brasileiro

O malandro assim falou

Disse: É mole ou quer mais!

A Sapucaí brilhou

Beija Flor, Vila Isabel

Na avenida brilhou.

 

O enredo que cantou

Tributo a Noel Rosa

Nascido aqui no Rio

Cidade maravilhosa

Homenagem a cidade

Deixa a multidão fogosa.

 

Tal qual a mulher formosa

Visual encantador

Andarilhos embevecidos

Declarando o seu amor

E recebendo  a bênção

Lá do Cristo redentor.

 

Cidade que abrigou

O artista retirante

Projetou muitos dos nomes

Que escuto a todo instante

Como quem tira do escuro

Levando alguém no monte.

 

Artistas iniciantes

Já receberam troféu

Estiveram na TV

Ou no Tereza Raquel

No Rio se revelaram

Foi importante papel.

 

Tem o poder do pincel

Que dar vida ao artista

Há tantos nem sei contar

Está cheia minha lista

Cantores e compositores

Atores e cordelistas.

 

Poetas e romancistas

No Rio foram morar

E junto com os da terra

Foi bom juntar e somar

O talento brasileiro

Ao Rio coube mostrar.

 

Vitrine é o lugar

Pra lá toda atenção

Tudo que há de melhor

Está em exposição

Dessa forma nosso Rio

É visto pela nação.

 

Toda apresentação

De quem teve um ideal

Projetou-se aqui no Rio

E tornou-se nacional

Consagrado o artista

Estrela internacional.

Pra melhorar o astral

Trouxe o amigo Flumeu

Que andou pela cidade

E um pedido atendeu

Sugeriu pontos turísticos

A Mengão um tio meu.

 

Foi Vascão quem descreveu

Copacabana e Leblon

Guanabara e Tijuca

Pão de açúcar é muito bom

Um passeio de bondinho

O Rio é luz de Neon.

 

Maracanã é o tom

Do país do futebol

Ao falar de uma partida

O Estádio está no rol

Estrear em seu gramado

É brilhar feito o sol.

 

O Fogão é um cerol

E conseguiu esperar

Numa partida daquelas

Ele consegue está

Flamengo e Fluminense

Se encontrando pra jogar.

 

Domingo vai esquentar

Eu vou em São Januário

O Vasco joga com o Bota

Hoje é aniversário

Botafogo é um peixinho

Que entrou nesse aquário.

 

Falando em aniversário

Quatro século e meio

Quatro, cinco, cinco anos (455)

Data linda que nos veio

Por isso vim festejar

Vamos brindar com um torneio.

 

Não pense que estou alheio

Estou sempre acompanhando

Dia primeiro de março

Aqui vou comemorando

Festa pra o Rio de Janeiro

Que está aniversariando.

 

Quero ouvir gente cantando

O mambo da Cantareira

Cantado por Gordurinha

Trabalhar em Madureira

Quem morar em Niterói

Essa viagem é pauleira.

 

O Bezerra e o Moreira

Cantando a malandragem

A boemia da Lapa

Licença estou de passagem

Recordando todo brilho

Te fiz essa homenagem.

O teu samba é bagagem

Viva o Zeca Pagodinho

Chega aí Jorge Aragão

Da Vila vem o Martinho

Dudu Nobre está na área

Vai cantar um bocadinho.

 

A cidade é um cantinho

Da arte é capital

É nossa casa de samba

Do pagode no quintal

Que corre descendo o morro

Indo até o litoral.

 

Do morro do Vidigal

Pertinho tem São Conrado

A vista que tenho é única

Como num quadro pintado

A imagem mais bonita

Dessas que tenho olhado.

 

Eu tenho relacionado

Muitos bairros no lugar

Penha, Urca e Olaria

Sepetiba e Paquetá

Ilha do Governador

Bangu, Jacarepaguá.

 

São Clemente, Irajá

Leme, Glória e Realengo

Pavuna, Cidade Nova

Madureira e Flamengo

Meier e Santa Tereza

São Gonçalo tenho um dengo.

 

O aterro do flamengo

Guanabara, Piedade

Laranjeira, Botafogo

Também tem nessa cidade

Bonito Jardim Botânico

Que dar vida e qualidade.

 

Eu sou maior de idade

Em terra pernambucana

No Rio eu perguntei

Qual é a praia bacana

Guanabara, Ipanema

Ou será Copacabana?

 

Na escola, uma gincana

Tive que apresentar

A história fluminense

A quem veio visitar

E na tal exposição

Muito bem pude falar.

 

E para eu demonstrar

Escolhi lindo papel

Pintei morros, rios, mar

A floresta e o céu

Voei numa asa delta

E ganhei lindo troféu.

Pra o Rio tiro o chapéu

Seu morro, samba e sambista

Pra Vinícius e Benito

De Paula, o pianista

Cazuza, Chico Buarque

Gonzaguinha grande artista.

 

Eu sou Ivaldo Batista

Um poeta brasileiro

Natural de Pernambuco

Sou matuto sou brejeiro

E com esse meu cordel

Saúdo o Rio de Janeiro.

 

Esse Estado celeiro

Produziu compositor

Geraldinho, Orlando Silva

Gabriel, o pensador

Jorge Bem e Dudu Nobre

Escolha o seu cantor.

 

Cantando o ex - amor

Lá da Vila vem Martinho

Cantando o caviar

Ouço o Zeca Pagodinho

Também a MPB

Canta nosso Geraldinho.

 

Na viagem de Bondinho

Eu me senti lá no ar

E no trenzinho eu pude

Toda paisagem avistar

Avistei o paraíso

Consegui fotografar.

 

É pra se maravilhar

Vendo o cartão postal

O meu Rio de janeiro

Do Brasil com alto astral

Pra quem entra no Brasil

É entrada triunfal.

 

Uma obra divinal

Transmite linda mensagem

Muita paz e esperança

Eu tiro dessa paisagem

Quando Deus criou o Rio

Foi ímpar a modelagem.

 

Eu estive de passagem

Nessa terra um belo dia

Curioso eu cheguei

Daqui eu nada sabia

Só de vez em quando um fato

Ou notícia eu ouvia.

 

No Correio sempre eu lia

Prestando sempre atenção

A notícia chega quente

É boa a informação

Sobre o Rio de Janeiro

Onde está meu  coração.

Essa história na mão

Sabe o Brasil inteiro

Preferência nacional

E também no estrangeiro

Por vamos cantar

Pra o Rio de Janeiro.

 

Oh! meu Rio de Janeiro

Ao nascer já eras lindo

Veja o Cristo redentor

De braços abertos rindo

Dizendo ao visitante

Você aqui é bem-vindo.

 

Continua investindo

Na sua linda paisagem

O homem edificando

Melhorou sua imagem

Natureza e arquitetura

Aprovam nossa postagem.

 

Já marquei minha viagem

Para eu comparecer

No bonde Santa Tereza

Eu viajo com prazer

Vou lá declamar uns versos

Que resolvi escrever.

 

Parabéns para você

Das flores é minha rosa

Teu níver é especial

Minha cidade pomposa

Um feliz aniversário

Cidade maravilhosa.

 

Êita lembrança gostosa

As lembranças do sertão

A cultura nordestina

Belezas do meu torrão

Tudo encontro nessa feira

São Cristóvão é um feirão.

 

Rio é uma nação

É a sala é meu quintal

Tudo que há no Brasil

É essência cultural

Tudo aqui representado

Da arte é capital.

 

Cidade memorial

De prazer e diversão

Que desfila eternamente

O Rio é campeão

Merece ser a maquete

Em eterna exposição.

 

Deixo a minha saudação

Rio te amo demais

Gostei muito dessas terras

De Vinícius de Moraes

Dessa terra encantada

Não esquecerei jamais.

Que Deus te traga a paz

Progresso e união

Deus já te abençoou

És o mais lindo torrão

Eu não nasci carioca

Mas já sou de coração. 

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