Autor: Ivaldo Batista
Ivaldo Batista Costa é escritor e cordelista. Natural de Carpina, Pernambuco, 12/01/1963. É membro efetivo da União Brasileira de Escritores (UBE); da União Carpinense de Escritores e Artistas (UCEA) e do Instituto Histórico de Jaboatão dos Guararapes.Ivaldo Batista é formado em História pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Bacharel em Teologia pelo STBNB e pós-graduado em História de Pernambuco.
Visitei o Estado de Alagoas
Fui buscar tudo o que há de melhor
Ao entrar na capital Maceió
Fiz amizade com tantas pessoas
Resolvi tecer aqui umas loas
O cordel é minha declaração
De amor a essa população
Natural do “Caribe brasileiro”.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Vem comigo no barco velejar
E do mar ver essa cidade bela
Observar essa linda aquarela
Iça a vela e vamos contemplar
Quem de lá olhar vai se apaixonar
Pois de lá temos toda uma visão
Certo dia eu nessa embarcação
Olhando me apaixonei ligeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Observando toda essa beleza
De Maceió “a cidade sorriso”
Desde então sua história eu pesquiso
Analiso toda sua riqueza
A grandeza de sua natureza
Só revela o Deus da criação
Quando vi Maceió tive a impressão
Nosso Deus caprichou nesse roteiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Ao sair do barco fui me hospedar
E de lá fui passear na cidade
Meu olhar era curiosidade
Na história procurei mergulhar
Olha só o que eu pude anotar
Vou contar sem nenhuma pretensão
Só a título de informação
Meu irmão sou um pobre forasteiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Primeiro de tudo pude entender
Como foi que acidade começou
A história que aqui se passou
De tudo um pouco eu fui saber
Eu garanto amigo podes crer
Conhecer cada parte do seu chão
Deve ser a maior aspiração
Cidadão sem saber é prisioneiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Essas terras já foram habitadas
Por índios Tapuias no ano mil
É presença nativa no Brasil
Nessa matas já foram confirmadas
Essas terras então são dominadas
Os tupis governaram a região
Antes mesmo da colonização
Expulsaram o morador primeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Fim do período pré-colonial
Temos a chegada dos portugueses
O Brasil com seus estranhos fregueses
Jaraguá era o ponto ideal
Importante aqui esse local
Pra madeira fruto da extração
Depois pra embarcar a produção
Dos engenhos reduto açucareiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Também no período colonial
Essas terras doadas em sesmaria
Manoel Antônio Duro teria
De Diogo Soares afinal
De acordo com o Rei de Portugal
As ordens vinham pra doação
E também para qualquer construção
O Rei de Portugal foi timoneiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
O primeiro passo pra ser fundada
Ocorreu dia 05 de dezembro
Mil oitocentos e quinze eu lembro
Vila de Maceió foi desmembrada
Da vila de Alagoas é separada
A cidade celebra a criação
Dia cinco é então celebração
Temos festa chamem um sanfoneiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Vila de Maceió foi apartada
Da tal Santa Maria Madalena
Chamada Vila de Alagoas em cena
Marechal Deodoro batizada
Eu também por lá dei uma passada
Li todo seu passado com emoção
A essa terra minha saudação
Eu por lá me senti um pioneiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Ano dezoito da independência
Somados dezoito anos de império
Augustinho da Silva sem mistério
Sancionou uma lei e deu ciência
Estava no cargo da presidência
E mandou pra toda repartição
A lei continha a resolução
Palmas para esse povo guerreiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
09 de dezembro de trinta e nove (1839)
Maceió ganha status de cidade
Elevado essa localidade
Ascensão da cidade se promove
O porto de Jaraguá há quem prove
Que devido a sua operação
Maceió conseguiu toda ascensão
Dai seu crescimento foi ligeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Vou parar de falar desse passado
Dessa terra “Paraíso da águas”
Vou agora curar as minhas mágoas
O momento atual tenho gostado
Esse povo que tem nos cativado
Tem nos dado boa recepção
Quando vou lá não quero sair não
Sou tratado lá como cavalheiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Com mais de um milhão de habitantes
Tão exuberante é seu litoral
O turismo é vocação natural
Tuas belezas são determinantes
Conquistastes turistas e amantes
Teus mirantes não têm comparação
“Maçaió” essa velha expressão
Representa esse amor primeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Maceió é capital brasileira
Com cinqüenta bairros bem definidos
Pela lei municipal garantidos
Não vou mostrar a relação inteira
Para não causar uma ciumeira
Se eu fizer pra um, uma exaltação
Lá no Prado sei que tem confusão
No Farol, Tabuleiro e no Pinheiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Seus limites a gente não confunde
Rio Largo, Marechal Deodoro
Paripueira há tempo que te adoro
Satuba e São Luiz do Quitunde
Que essa relação se aprofunde
Cada vez haja aproximação
Apesar dos limites, a divisão
Mostra cada município parceiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Maceió que nos deu o Djavan
Capital do povo alagoano
Grato por nos dar o Graciliano
Ramos afinal desses dois sou fã
“Vidas Secas” ontem, hoje e amanhã
Retrata a nossa situação
Ler a obra é ter a dimensão
Da história do sertão brasileiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Maceió cada vez maravilhosa
Com arquipélago fenomenal
Quem visita acha fenomenal
Vou citar o nome de cada ilha
“Bora bora” paraíso é trilha
“Irineu” “Almirante e “Fogo” são
“Santa Rita” “Santa Maria” estão
“Cabras” “Andorinhas” e “Um coqueiro”.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Maceió teu rico artesanato
Lembra da Feirinha da Pajuçara
Nos trabalhos manuais nossa cara
O maceioense se ver de fato
Vai anotando esse meu relato
Os locais de comercialização
Feirinha do mercado é opção
E no “Cheiro da terra” vou no cheiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Uma bela cidade brasileira
Vem pra cá se desejas conheceres
Veres Nossa Senhora dos Prazeres
Que de Maceió é a padroeira
Tem quem creia que ela é milagreira
Alguns têm por ela adoração
Vinte e sete de agosto é devoção
Desse povo festivo e ordeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Teu Folclore reúne os folguedos
Caboclinho, Cavalhada, Pastoril
Coco alagoano é Brasil
Tem Quilombo, zabumba e enredos
Festa de Reis, Reisados têm segredos
Todo ano tem apresentação
É história oral é tradução
São tradições de um povo guerreiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Além do mar para admirar
Quero desfrutar lá da ciclovia
Pode ser à tarde, noite ou dia
Quero em Jatiúca pedalar
Lá em Ponta verde quando eu chegar
Vou degustar aquela refeição
Viver com prazer todo esse verão
Essa terra desejo o ano inteiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Ponta verde eu vejo o teu farol
Alvirrubro, listas horizontais
Não me canso de ver lindo demais
Não importa se tem chuva ou sol
Das belezas esta consta no rol
Proporciona-nos linda visão
Eu podia fazer uma relação
Mas de flores entende o jardineiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Hoje eu vou torcer no Rei Pelé
Já fui ao Estádio Nelson Feijó
Times centenários de Maceió
Torci pelo CRB de pé
No CSA eu já botei fé
Estádio Rei Pelé é trapichão
Lá estive na inauguração
Que homenageou esse mineiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Cochichando com o mar de Maceió
Lá em Ponta Verde veio esse tema
Meu cartão postal o “Gogó da ema”
O coqueiro era nosso xodó
As juras de amor de vô e vó
O coqueiro ouviu com atenção
Foi testemunha dessa relação
O gogó de ema foi um coiteiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Chão dos jangadeiros alagoanos
Que se lançaram numa aventura
Na ocasião com pouca estrutura
Quatro pescadores fizeram planos
Eu não lembro o nome dos tais fulanos
Uma rua aqui faz alusão
Aos pescadores que numa missão
Sai daqui para o Rio de janeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Na canção popular é tão citada
Eu escuto desde que era menino
Quantas vezes o Trio Nordestino
Decantou essa cidade amada
A cidade também foi decantada
Por Luiz Gonzaga Rei do Baião
“Pedaço de Alagoas” Gonzagão
É poesia pura do sanfoneiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Dominguinhos cantando “ai que saudade
Que dó viver longe de Maceió”
Tema tão explorado no forró
A cidade traduz a realidade
Retratando essa nordestinidade
Maceió nos traz essa inspiração
Parabéns a sua população
Um povo alegre e muito festeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Com temperatura média anual
Entre vinte e cinco e vinte e nove
Graus centígrados a cidade promove
Ambiente ao turismo alto astral
Quem descobre ali seu litoral
O lugar ideal para o verão
Maceió é pura recepção
Pra turista até do estrangeiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Meu desejo é morar em Maceió
Pode ser na praia de Ponta Verde
Como disse um amigo o Arcoverde
Lá a gente se sente um Faraó
Quem tem grana pra isso é Doró
Que na conta tem mais de um milhão
O barão passa lá sempre o verão
Na terra capixaba ele é obreiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Todo dia de sol vou passear
De jangada naquela linda lagoa
Mundaú de canoa é coisa boa
Vivo tudo que a vida pode dar
Por Pajuçara eu quero passar
Nas piscinas naturais no verão
Toda orla é uma bela visão
Que contemplo em baixo do coqueiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Maceió na canção de Buscapé
E do amigo Antônio Paulino
Declaração de amor que defino
Pois revela a cidade como é
Eu já fui conferir tala qual Tomé
Voltei com fé e mais convicção
Não é sem razão a exaltação
Na canção “Maceió” tem até cheiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Conhecida a “Terra dos marechais”
Lembra mais da Arriete Vilela
Nessa terra merece está na tela
Vinte e cinco piscinas naturais
E os belos arrecifes de corais
De tudo isto tiro a conclusão
Deus botou capricho na criação
Atuou de arquiteto a engenheiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Veja na capa desse meu cordel
Praça dos martírios e gogó de ema
Vamos curtir os versos desse tema
Colorir esse bonito painel
Bota tinta e pinta esse papel
O memorial e a estação
Pra pintar use a imaginação
Conto com esse povo que é parceiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Na gazeta de Alagoas eu vi
Li um projeto bem executado
Cada bairro de Maceió mostrado
Dado crédito a o senhor Jair
A história é contada ali
Por Jair Pimentel essa edição
Depois veio o Ademir Brandão
O trabalho desses dois foi maneiro.
Maceió eu te vi de um veleiro
Desde então floresceu essa paixão.
Ouvi a canção “Só em Maceió”
Do Martinho da Vila Rei samba
Fez uma apologia do caramba
Ele é bamba e no samba é cantor-mor
Agradeço ao povo de Maceió
O poeta expressa gratidão
O folheto nasceu da inspiração
Nesse cordelista aventureiro.
Maceió se eu voltar pra o veleiro
Eu te levo dentro do coração.