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FERNANDO PESSOA: O poeta das múltiplas personalidades
Coluna do Cordel
Publicado em 23/02/2018

Autor: Ivaldo Batista

Caro amigo leitor

Você é meu convidado

Nessa FLIPORTO em Olinda

Eu vou mandar meu recado

Novembro 2015

Vamos estar lado a lado

 

Será homenageado

Lembrado nesse evento

Um escritor que admiro

E os leitores atentos

O local onde ocorre

É no Colégio São Bento

 

Para cumprir seu intento

O pessoal da FLIPORTO

Nessa cidade histórica

Num cenário tal qual horto

Mostra um grande escritor

Há 80 anos morto

 

Em Olinda a FLIPORTO

Mostra talento de sobra

Quando finalmente atende

E faz o que a gente cobra

Homenagear um homem

Um autor que se desdobra

 

Quando lemos suas obras

Parece que o tempo voa

Sua linguagem precisa

Pelo tempo ainda ecoa

É justa essa homenagem

Feita a FERNANDO PESSOA

 

Ele nasceu em Lisboa

Nessa linda capital

No dia 13 de Junho

Nascido em Portugal

No ano oitenta e oito (1888)

Esse ser especial

 

Deixou a terra natal

Aos seis anos de idade

Foi pra África do Sul

Estando noutra cidade

Desenvolveu o inglês

Com muita habilidade

 

Lá aprendeu de verdade

Era perfeito no inglês

Quatro obras publicadas

Em vida foi o que fez

Das quais foi na língua inglesa

Que ele publicou três

 

Também sabia francês

Em sua vida atuou

Andou por tantos lugares

E em muitos trabalhou

Tantas funções nessa vida

Fernando desempenhou

 

Em todas se empenhou

Foi Astrólogo e Editor

Comentarista político

Publicitário Inventor

Foi crítico literário

Jornalista e tradutor

 

Empresário e produtor

Fazia versos e prosas

Perfeitos em seus escritos

Era um mestre na glosa

Uma mente tão brilhante

Sua memória é saudosa

 

Pessoas estudiosas

Procuram o conhecer

Sobre sua vida e obra

Procurando entender

Estuda os HETERÔNIMOS

E tentam compreender

 

Tem mistério pra valer

Sobre sua identidade

Afinal esse poeta

Excede em criatividade

É o poeta das múltiplas

Muitas personalidades

 

Ele viveu pouca idade

Só quarenta e sete anos

Faleceu lá em Lisboa

Ou foi para outro plano

Foi no ano trinta e cinco (1935)

Dessa data não me engano

 

Depois dois anos insano

Ufano o Brasil vivia

A ditadura varguista

Estado Novo se via

Era o autoritarismo

Driblando a democracia 

 

Portugal se despedia

Pois morria o poeta

O modernismo de luto

A poesia bem quieta

Pois faleceu o escritor

Fernando pessoa certa

 

Nossa gente toda esperta

Mergulha no seu passado

Fernando Pessoa é

Um poeta tão lembrado

Os seus trabalhos estão sendo

Portanto revisitados

 

Nesse Cordel é citado

Apenas os principais

Os heterônimos são

Importante até demais

É fruto desse autor

Um dos intelectuais

 

Veja se tu és capaz

Vou declinar só os três

Tem o Alberto Caeiro

Também o Ricardo Reis

Tem o Álvaro de Campos

Citei os três de uma vez

 

Veja o que o autor fez

Ele atribui a alguém

Criou alguns personagens

Emprestando lhe o que tem

Mas em cada personagem

Revelando se também

 

Alberto Caeiro vem

Mostra que é objetivo

Elimina os vestígios

Do mundo subjetivo

Opõe-se à abstração

Pois dela não é cativo

 

Não era especulativo

E tinha “menos” cultura

Conhece pouca gramática

E menos literatura

É o poeta que busca

As coisas simples e puras

 

Analisando a estrutura

Sobre Fernando Pessoa

Lendo o Ricardo Reis

Entende-se numa boa

Que ele vive em Porto

E pelo clássico voa 

 

São merecidas as loas

Nos curtos versos que cria

Busca no Greco romano

Na sua mitologia

E nessa vertente clássica

O poeta andaria

 

Seguindo a filosofia

Seguidor do Estoicismo

É adepto no pensar

Viaja no Epicurismo

Aproveitando a vida

Baseou-se no hedonismo

 

Mostrando bem seu lirismo

Fernando pessoa usou

A figura de um doutor

Ricardo Reis e mostrou

O médico apresentado

Pra o Brasil se mudou

 

Noutro heterônimo usou

Mostrou seu lado atual

Foi em Álvaro de Campos

Que buscava um ideal

A vontade de conquista

Mostra o lado pessoal

 

Com aspiração total

Amor a civilização

Campos era engenheiro

Inativo sem ação

Dotado de consciência

Explorava a razão

 

Essa é a nova versão

Fernando modernizado

Com a consciência crítica

Também inadaptado

Acho que esse poeta

Tem que ser mais estudado

 

A você muito obrigado

Creio ter contribuído

Para chamar atenção

Do tema aqui sugerido

Não vou me aprofundar

Um abraço meu querido

 

Isso será debatido

Nas discussões sobre a mesa

Em todo traço obscuro

Vamos por a luz acesa

Conferir se “Minha pátria

É a língua portuguesa”.

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