Autor: Ivaldo Batista
Caro amigo leitor
Você é meu convidado
Nessa FLIPORTO em Olinda
Eu vou mandar meu recado
Novembro 2015
Vamos estar lado a lado
Será homenageado
Lembrado nesse evento
Um escritor que admiro
E os leitores atentos
O local onde ocorre
É no Colégio São Bento
Para cumprir seu intento
O pessoal da FLIPORTO
Nessa cidade histórica
Num cenário tal qual horto
Mostra um grande escritor
Há 80 anos morto
Em Olinda a FLIPORTO
Mostra talento de sobra
Quando finalmente atende
E faz o que a gente cobra
Homenagear um homem
Um autor que se desdobra
Quando lemos suas obras
Parece que o tempo voa
Sua linguagem precisa
Pelo tempo ainda ecoa
É justa essa homenagem
Feita a FERNANDO PESSOA
Ele nasceu em Lisboa
Nessa linda capital
No dia 13 de Junho
Nascido em Portugal
No ano oitenta e oito (1888)
Esse ser especial
Deixou a terra natal
Aos seis anos de idade
Foi pra África do Sul
Estando noutra cidade
Desenvolveu o inglês
Com muita habilidade
Lá aprendeu de verdade
Era perfeito no inglês
Quatro obras publicadas
Em vida foi o que fez
Das quais foi na língua inglesa
Que ele publicou três
Também sabia francês
Em sua vida atuou
Andou por tantos lugares
E em muitos trabalhou
Tantas funções nessa vida
Fernando desempenhou
Em todas se empenhou
Foi Astrólogo e Editor
Comentarista político
Publicitário Inventor
Foi crítico literário
Jornalista e tradutor
Empresário e produtor
Fazia versos e prosas
Perfeitos em seus escritos
Era um mestre na glosa
Uma mente tão brilhante
Sua memória é saudosa
Pessoas estudiosas
Procuram o conhecer
Sobre sua vida e obra
Procurando entender
Estuda os HETERÔNIMOS
E tentam compreender
Tem mistério pra valer
Sobre sua identidade
Afinal esse poeta
Excede em criatividade
É o poeta das múltiplas
Muitas personalidades
Ele viveu pouca idade
Só quarenta e sete anos
Faleceu lá em Lisboa
Ou foi para outro plano
Foi no ano trinta e cinco (1935)
Dessa data não me engano
Depois dois anos insano
Ufano o Brasil vivia
A ditadura varguista
Estado Novo se via
Era o autoritarismo
Driblando a democracia
Portugal se despedia
Pois morria o poeta
O modernismo de luto
A poesia bem quieta
Pois faleceu o escritor
Fernando pessoa certa
Nossa gente toda esperta
Mergulha no seu passado
Fernando Pessoa é
Um poeta tão lembrado
Os seus trabalhos estão sendo
Portanto revisitados
Nesse Cordel é citado
Apenas os principais
Os heterônimos são
Importante até demais
É fruto desse autor
Um dos intelectuais
Veja se tu és capaz
Vou declinar só os três
Tem o Alberto Caeiro
Também o Ricardo Reis
Tem o Álvaro de Campos
Citei os três de uma vez
Veja o que o autor fez
Ele atribui a alguém
Criou alguns personagens
Emprestando lhe o que tem
Mas em cada personagem
Revelando se também
Alberto Caeiro vem
Mostra que é objetivo
Elimina os vestígios
Do mundo subjetivo
Opõe-se à abstração
Pois dela não é cativo
Não era especulativo
E tinha “menos” cultura
Conhece pouca gramática
E menos literatura
É o poeta que busca
As coisas simples e puras
Analisando a estrutura
Sobre Fernando Pessoa
Lendo o Ricardo Reis
Entende-se numa boa
Que ele vive em Porto
E pelo clássico voa
São merecidas as loas
Nos curtos versos que cria
Busca no Greco romano
Na sua mitologia
E nessa vertente clássica
O poeta andaria
Seguindo a filosofia
Seguidor do Estoicismo
É adepto no pensar
Viaja no Epicurismo
Aproveitando a vida
Baseou-se no hedonismo
Mostrando bem seu lirismo
Fernando pessoa usou
A figura de um doutor
Ricardo Reis e mostrou
O médico apresentado
Pra o Brasil se mudou
Noutro heterônimo usou
Mostrou seu lado atual
Foi em Álvaro de Campos
Que buscava um ideal
A vontade de conquista
Mostra o lado pessoal
Com aspiração total
Amor a civilização
Campos era engenheiro
Inativo sem ação
Dotado de consciência
Explorava a razão
Essa é a nova versão
Fernando modernizado
Com a consciência crítica
Também inadaptado
Acho que esse poeta
Tem que ser mais estudado
A você muito obrigado
Creio ter contribuído
Para chamar atenção
Do tema aqui sugerido
Não vou me aprofundar
Um abraço meu querido
Isso será debatido
Nas discussões sobre a mesa
Em todo traço obscuro
Vamos por a luz acesa
Conferir se “Minha pátria
É a língua portuguesa”.