Convoquei a inspiração
Para tentar retratar
O Espaço Dominguinhos
E o clima desse lugar
Que no sábado à tarde
Puxa a gente pra dançar
Quem vai gosta de escutar
O forró bem nordestino
Com sanfona e zabumba
Do triângulo ouço o tino
Tem canções que eu escuto
No sertão desde menino
O pé-de-serra é hino
Que se canta no sertão
Foi Gonzaga e Dominguinhos
Que mostraram pra o povão
E aqui nesse espaço
Dar-se continuação
Aqui o Rei do baião
Para sempre é lembrado
E o querido Dominguinhos
Que é homenageado
Visto por Ivan Ferraz
É o seu maior legado
O nome aqui é dado
Como um memorial
Dominguinhos para gente
É sempre um imortal
Estamos sempre lembrando
Desse cantor genial
Em Recife a capital
Do povo pernambucano
No Clube dos Servidores
Da SUDENE há quatro anos
O Espaço Dominguinhos
É lugar gonzaguiano
Esse projeto foi plano
Traçado tempos atrás
Por um homem visionário
De tão nobres ideais
Forrozeiros reconhecem
Parabéns Ivan Ferraz
Foi Ivan com seu cartaz
Que adora um forrozinho
Procurou o seu amigo
O famoso Dominguinhos
Pra o reverenciar
Deu nome a esse cantinho
Ivan não está sozinho
Muitos têm lhe ajudado
Toda nação forrozeira
Também tem colaborado
O verdadeiro forró
Tem sempre participado
O povo ali tem dançado
Juntinho agarradinho
Muitos dançando abraçados
Outros dançando sozinhos
Tantos talentos ali foram
Inclusive Dominguinhos
Por lá tem um forrozinho
Pra quem tá na capital
Lembrar o nosso Sertão
Casa curral e quintal
Pode até ter parecido
Mas não existe outro igual
A diversão é geral
Pode ir lá se não crer
É só forró genuíno
Que lá você pode ver
Quem canta toca ou dança
Ver o povo derreter
O Recife tem prazer
Orgulho em anunciar
Que a capital do frevo
Pode aqui sediar
E forró conquistou
Tomou conta do lugar
Vem tanto artista cantar
Pra o povo se divertir
As canções da nossa terra
A gente gosta de ouvir
É a cultura raiz
Que gostamos de curtir
Com você vou dividir
O som do Acordeom
Que está sempre presente
Dando ritmo e tom
O instrumento fascina
E o povo acha é bom
Só toca quem tem o dom
Pergunte ao sanfoneiro
Que tem sempre ao seu lado
Um cabra bom forrozeiro
Um pra bater na zabumba
E também um triangueiro
O Nordeste brasileiro
Vai lá sempre pra dançar
Vai ouvir Ivan Ferraz
Subir no palco e cantar
E Genildo na sanfona
Para lhe acompanhar
Enquanto um vai tocar
O forró bem miudinho
O Nerilson Buscapé
Canta a canção do lencinho
Depois com o Acordeom
Já vai chegando Paulinho
Depois toca o Cicinho
Aloízio e Neném
Os dois no Acordeom
Tocando faz muito bem
Eu vejo Arlindo Moita
No salão dança também
Ali no salão só tem
Homem de bem com a vida
Que curte bem o forró
Chama a mulher querida
Se eu contar as idades
Creio que você duvida
O forró é a pedida
Jorge Silva já cantou
O Róxino Do Nordeste
Também se apresentou
E o Bruno Flor de Lotus
Com sua voz conquistou
Olha quem se revelou
Com a CULTURA SOU EU
O grande Roberto Silva
Que por lá apareceu
E Claudio Rocha publica
O que lá aconteceu
Quando o espaço nasceu
Pode melhor revelar
Tantos talentos guardados
Pra ali se apresentar
Pernambuco mostra ao mundo
Deseja compartilhar
Que bom é observar
Américo e Albanita
Um casal que não se cansa
A verdade seja dita
No figurino e na dança
Uma dupla inaudita
Tem tanta gente bonita
Dançando ali no salão
O sanfoneiro castiga
Cantando o forrozão
Só se ver os casais juntos
Ralando os pés no chão
É pura descontração
Os momentos ali vividos
Tem as danças mais afoitas
Tem casais mais atrevidos
Escutando o forrozinho
E falando ao ouvido
A sanfona tem gemido
Como quem sente uma dor
No clima da vaquejada
Tem Ronaldo aboiador
Que exalta o vaqueiro
Que sofre mais tem amor
Por lá tem divulgador
Eu lembro Iran Ferreira
Também tem portais e blogs
Tem Blogueiro e Blogueira
Pra informar e mostrar
Tudo a nação forrozeira
A festa é de primeira
O forró serve de alento
Ali canta Nádia Maia
Canta Sevy Nascimento
Também Genival Lacerda
Sucesso em todo momento
Quem comanda o regimento
É alguém que tem cartaz
A frente dessa trincheira
Temos Seu Ivan Ferraz
Quem traz forró para o povo
Que grita querendo mais
Forró pra moça e rapaz
Que veio de Mirandiba
Baião pra véi e pra véia
Que veio de Macaíba
Arrocha aí na sanfona
Novinho da Paraíba
Pode vir de Itaíba
Pode vir do Moxotó
Pajeú e Cariri
Pode ser do Seridó
No Espaço Dominguinhos
Encontramos o forró
Cantando pra Maceió
Ouço a voz do forrozeiro
No palco Antônio Paulino
Com seu canto pioneiro
Já vi os monstros sagrados
Feito Alcymar Monteiro
Lá tem Daguia Medeiros
Nossa querida Daguia
É tiete do forró
Dança sempre com alegria
E nas mãos dela um clique
Já vira fotografia
Meu Recife merecia
Essa casa de valor
O Espaço Dominguinhos
Pra lembrar o tocador
O filho de Garanhuns
Nosso eterno cantor
Parabéns Embaixador
Do forró nosso sertão
Abraçando essa cidade
Com amor no coração
Esse lugar une a gente
Sinto-me no meu torrão
Ivaldo Batista Costa é escritor e cordelista. Natural de Carpina, Pernambuco, É membro efetivo da União Brasileira de Escritores (UBE); da União Carpinense de Escritores e Artistas (UCEA) e do Instituto Histórico de Jaboatão dos Guararapes. Formado em História pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Bacharel em Teologia pelo STBNB e pós-graduado em História de Pernambuco. O escritor Ivaldo Batista é o cordelista mais prolífero da atualidade. Tem trabalhos publicados em cordel com temas diversos, que vão de biografias a trajetórias de clubes de futebol e, ainda, história de várias cidades.