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BIA: Singela qual Azaleia e forte qual Macambira
Coluna do Cordel
Publicado em 26/08/2024

  Autor: IVALDO BATISTA

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Escrever verso em cordel

Tem sido a minha sina

Pra cumprir minha missão

Conto com a mão divina

Escrevendo sobre BIA

Capricho na apologia

Da figura feminina.

 

Na história aprendi

Sobre Bárbara Alencar

Rosa Luxemburgo e Olga

Benário ouvi falar

Potiguar Nísia Floresta

Nesta lista aqui me resta

Sobre BIA estudar.

 

Não é só Tejucupapo

Que precisamos lembrar

Os heróis e heroínas

Temos em todo lugar

Paraíba é Margarida

Caruaru nesta lida

Tem BIA pra te mostrar.

 

BIA é uma liderança

Forjada nesta cidade

Com experiências fortes

Afoga a fragilidade

A vida e a circunstância

Tatuam a militância

Em BIA na mocidade.

 

Sem mistério ou arrodeio

Aqui eu irei contar

Os segredos mais profundos

Como um livro vou mostrar

Curioso ou curiosa

Fique atento a esta prosa

Agora vou fofocar.

 

Se ela tiver que dá

Uma surra de judô

Pode iniciar com PAULO

NAILSON que foi pivô

Backup do seu passado

No BLOG tá estampado

Pra não dizer que é caô.

 

É BEATRIZ ALVES DIAS

Assim está registrada

BIA é nome carinhoso

Assim ela é chamada

É lá da VILA MARIA

Nasceu em São Paulo um dia

Com alma “nordestinada”.

 

No ano oitenta e quatro (1984)

Consta o seu nascimento

Em quatorze de novembro

No Registro teve acento

Aos quatro anos de idade

Chega aqui nesta cidade

Falarei deste momento.

 

O Brasil em transição

Findando a ditadura

Os gritos pela “DIRETAS”

Abafava os da tortura

Um rebento é esperança

No choro desta criança

Prenuncio de vida dura.

 

Vindo pra Caruaru

O destino determina

O seu pai sem sua mãe

Ela já na mão divina

Dá até dó de contar

Só Deus do céu pra poupar

A vida desta menina.

 

O Pai JOSÉ VALADARES

A mãe MARIA JOSÉ

Naturais de Pernambuco

Vejo as mãos de Javé

A mãe dela morreu cedo

BIA conheceu o medo

Sem dengo e sem cafuné.

 

Uma azaleia paulista

Na aridez do nordeste

Essa flor tão maltratada

Madrasta as vezes é a peste

BIA tudo me contou

A vida a transformou

Macambira do agreste.

 

Da sua vida escolar

BIA é só lembrancinha

Colégio Santos Dumont

Escolinha Joaninha

Lá do Augusto Tabosa

Êita lembrança saudosa

Lembrar cada escolinha.

 

Estudou no Alternativo

Também no Diocesano

E no Sete de Setembro

BIA lembra até do ano

Na difícil adolescência

Bia formou a essência

Do seu caráter humano.

 

Fez curso superior

Em Serviço Social

Estudou na UNOPAR

A luta foi sem igual

Nessa luta a vida inteira

Ser mãe e fazer a feira

Foi guerreira triunfal.

 

Em Serviço Social

A Mulher já fez gestão

Em Projetos Sociais

Já tem Pós Graduação

No SENAC hoje estuda

Enfermagem lhe saúda

Vai ser outra formação.

 

Passando agora um filme

BIA sendo personagem

Os retalhos de memória

Ela guarda cada imagem

Das agruras de seu pai

Que perde a esposa vai

Necessitar de coragem.

 

O pai casou novamente

Isto não foi legal não

BIA sem amor materno

Amargou nesta união

Em vez de amor fraterno

Parece que o inferno

Mesclou madrasta com cão.

 

Sofreu tantas agressões

Violência infantil

A malvada da madrasta

Foi muito torpe, foi vil

Em Noventa surge o ECA

Tão nova a BIA sapeca

Se soubesse era barril.

 

Ela infante juvenil

Meio lar e meio igreja

A rua foi um consolo

Que o tempo deu de bandeja

Dos traumas de BEATRIZ

Lembra cada cicatriz

Recorda cada peleja.

 

Fazendo artesanato

Ou tecendo o seu sustento

Banhou-se em utopia

A razão viu alimento

BIA é uma aguerrida

Já arengou nesta vida

Por cada assentamento.

 

Há vinte e seis anos atua

Militando no PT

Organizando o Partido

Ajudou MST

Desde os 14 na guerra

Luta por teto e por terra

Defendendo o que crer.

 

BIA foi oficineira

Lá no CREFAS em Carpina

Na cidade Limoeiro

Também já fez oficina

De sustentabilidade

Andou em tanta cidade

Reciclagem é uma mina.

 

Esteve no “LULA LIVRE”

Na marcha das Margaridas

Na luta pelas mulheres

BEATRIZ está metida

Enfrentando a violência

Cresceu e tem consciência

Na alma é comprometida.

 

Ajudou JORGE QUINTINO

Na pasta Meio Ambiente

Mulher participativa

Briga a pequena semente

Plantada as contradições

Seu coração tem razões

Inatingível pra mente. 

 

BIA é forte e destemida

Corajosa e guerreira

A vida lhe ensinou

É parceira companheira

Já lutou por tanta gente

Uma líder sempre a frente

Por justa causa ou bandeira.

 

Pra aquele que não tem fé

Que Deus nos dá livramento

BIA não foi por acaso

Que venceste tal tormento

Essa tua autonomia

BIA foi pedagogia

Desde o teu nascimento.

 

BIA hoje é casada

Com ADRIANO MIRANDA

Perguntada sobre o lar

Como é que a coisa anda

Diz que é Love é harmonia

Mas outro dia a BIA

Me disse quem é que manda.

 

A BIA tem quatro filhos

Tem IURE DANIEL

ALEXANDRE e PEDRO LUCAS

Vou destacar no cordel

A filha MARIA ALICE

BIA mostrou foto e disse

Ela merece um Nobel.

 

JORGE QUINTINO falou

Admiro tanto a BIA

Se eu tivesse o dom

Eu próprio escreveria

Ela é gente de primeira

Na causa se entrega inteira

Temos essa sintonia.

 

Eu queria aqui contar

Que em certa ocasião

BIA já passou por umas

Foi cada situação

Já entrou em tanta fria

Mas vá perguntar a BIA

Tem grades seu coração.

 

Quem tem algo a acrescentar

A este cordel da BIA

Faça em casa um churrasco

Te ouvir eu gostaria

Asse carne ou galeto

Farinha, salada, espeto

Nos aguarde neste dia.

 

“PRA NÃO DIZER QUE FALEI

DAS FLORES, FIZ UM JARDIM

DA SINGELA AZALEIA

PAULISTA TU ERA SIM

HOJE ÉS FORTE MACAMBIRA

ADRIANO É QUEM SUSPIRA

BIA TE AMO ASSIM”.

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