Autor: IVALDO BATISTA
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Escrever verso em cordel
Tem sido a minha sina
Pra cumprir minha missão
Conto com a mão divina
Escrevendo sobre BIA
Capricho na apologia
Da figura feminina.
Na história aprendi
Sobre Bárbara Alencar
Rosa Luxemburgo e Olga
Benário ouvi falar
Potiguar Nísia Floresta
Nesta lista aqui me resta
Sobre BIA estudar.
Não é só Tejucupapo
Que precisamos lembrar
Os heróis e heroínas
Temos em todo lugar
Paraíba é Margarida
Caruaru nesta lida
Tem BIA pra te mostrar.
BIA é uma liderança
Forjada nesta cidade
Com experiências fortes
Afoga a fragilidade
A vida e a circunstância
Tatuam a militância
Em BIA na mocidade.
Sem mistério ou arrodeio
Aqui eu irei contar
Os segredos mais profundos
Como um livro vou mostrar
Curioso ou curiosa
Fique atento a esta prosa
Agora vou fofocar.
Se ela tiver que dá
Uma surra de judô
Pode iniciar com PAULO
NAILSON que foi pivô
Backup do seu passado
No BLOG tá estampado
Pra não dizer que é caô.
É BEATRIZ ALVES DIAS
Assim está registrada
BIA é nome carinhoso
Assim ela é chamada
É lá da VILA MARIA
Nasceu em São Paulo um dia
Com alma “nordestinada”.
No ano oitenta e quatro (1984)
Consta o seu nascimento
Em quatorze de novembro
No Registro teve acento
Aos quatro anos de idade
Chega aqui nesta cidade
Falarei deste momento.
O Brasil em transição
Findando a ditadura
Os gritos pela “DIRETAS”
Abafava os da tortura
Um rebento é esperança
No choro desta criança
Prenuncio de vida dura.
Vindo pra Caruaru
O destino determina
O seu pai sem sua mãe
Ela já na mão divina
Dá até dó de contar
Só Deus do céu pra poupar
A vida desta menina.
O Pai JOSÉ VALADARES
A mãe MARIA JOSÉ
Naturais de Pernambuco
Vejo as mãos de Javé
A mãe dela morreu cedo
BIA conheceu o medo
Sem dengo e sem cafuné.
Uma azaleia paulista
Na aridez do nordeste
Essa flor tão maltratada
Madrasta as vezes é a peste
BIA tudo me contou
A vida a transformou
Macambira do agreste.
Da sua vida escolar
BIA é só lembrancinha
Colégio Santos Dumont
Escolinha Joaninha
Lá do Augusto Tabosa
Êita lembrança saudosa
Lembrar cada escolinha.
Estudou no Alternativo
Também no Diocesano
E no Sete de Setembro
BIA lembra até do ano
Na difícil adolescência
Bia formou a essência
Do seu caráter humano.
Fez curso superior
Em Serviço Social
Estudou na UNOPAR
A luta foi sem igual
Nessa luta a vida inteira
Ser mãe e fazer a feira
Foi guerreira triunfal.
Em Serviço Social
A Mulher já fez gestão
Em Projetos Sociais
Já tem Pós Graduação
No SENAC hoje estuda
Enfermagem lhe saúda
Vai ser outra formação.
Passando agora um filme
BIA sendo personagem
Os retalhos de memória
Ela guarda cada imagem
Das agruras de seu pai
Que perde a esposa vai
Necessitar de coragem.
O pai casou novamente
Isto não foi legal não
BIA sem amor materno
Amargou nesta união
Em vez de amor fraterno
Parece que o inferno
Mesclou madrasta com cão.
Sofreu tantas agressões
Violência infantil
A malvada da madrasta
Foi muito torpe, foi vil
Em Noventa surge o ECA
Tão nova a BIA sapeca
Se soubesse era barril.
Ela infante juvenil
Meio lar e meio igreja
A rua foi um consolo
Que o tempo deu de bandeja
Dos traumas de BEATRIZ
Lembra cada cicatriz
Recorda cada peleja.
Fazendo artesanato
Ou tecendo o seu sustento
Banhou-se em utopia
A razão viu alimento
BIA é uma aguerrida
Já arengou nesta vida
Por cada assentamento.
Há vinte e seis anos atua
Militando no PT
Organizando o Partido
Ajudou MST
Desde os 14 na guerra
Luta por teto e por terra
Defendendo o que crer.
BIA foi oficineira
Lá no CREFAS em Carpina
Na cidade Limoeiro
Também já fez oficina
De sustentabilidade
Andou em tanta cidade
Reciclagem é uma mina.
Esteve no “LULA LIVRE”
Na marcha das Margaridas
Na luta pelas mulheres
BEATRIZ está metida
Enfrentando a violência
Cresceu e tem consciência
Na alma é comprometida.
Ajudou JORGE QUINTINO
Na pasta Meio Ambiente
Mulher participativa
Briga a pequena semente
Plantada as contradições
Seu coração tem razões
Inatingível pra mente.
BIA é forte e destemida
Corajosa e guerreira
A vida lhe ensinou
É parceira companheira
Já lutou por tanta gente
Uma líder sempre a frente
Por justa causa ou bandeira.
Pra aquele que não tem fé
Que Deus nos dá livramento
BIA não foi por acaso
Que venceste tal tormento
Essa tua autonomia
BIA foi pedagogia
Desde o teu nascimento.
BIA hoje é casada
Com ADRIANO MIRANDA
Perguntada sobre o lar
Como é que a coisa anda
Diz que é Love é harmonia
Mas outro dia a BIA
Me disse quem é que manda.
A BIA tem quatro filhos
Tem IURE DANIEL
ALEXANDRE e PEDRO LUCAS
Vou destacar no cordel
A filha MARIA ALICE
BIA mostrou foto e disse
Ela merece um Nobel.
JORGE QUINTINO falou
Admiro tanto a BIA
Se eu tivesse o dom
Eu próprio escreveria
Ela é gente de primeira
Na causa se entrega inteira
Temos essa sintonia.
Eu queria aqui contar
Que em certa ocasião
BIA já passou por umas
Foi cada situação
Já entrou em tanta fria
Mas vá perguntar a BIA
Tem grades seu coração.
Quem tem algo a acrescentar
A este cordel da BIA
Faça em casa um churrasco
Te ouvir eu gostaria
Asse carne ou galeto
Farinha, salada, espeto
Nos aguarde neste dia.
“PRA NÃO DIZER QUE FALEI
DAS FLORES, FIZ UM JARDIM
DA SINGELA AZALEIA
PAULISTA TU ERA SIM
HOJE ÉS FORTE MACAMBIRA
ADRIANO É QUEM SUSPIRA
BIA TE AMO ASSIM”.