Autor: IVALDO BATISTA
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Viajar pelo Brasil
Quem é que não gostaria
Conhecer cada Estado
Enche-nos de alegria
Cada paisagem que é vista
Ajuda o cordelista
A alegrar o seu dia.
Do Mato Grosso à Bahia
Tocantins, Minas Gerais
Entre estes, um Estado
Um dos grandes maiorais
Na região Centro-Oeste
De beleza inconteste
Temos o Estado Goiás.
O cordel correndo atrás
Sagaz e determinado
Visitando as cidades
Conhecendo tal Estado
Finalmente esse andejo
Abraça o chão sertanejo
Goiânia, Flor do Cerrado.
No Brasil se tem falado
Das coisas boas daqui
Tive curiosidade
Por isso eu resolvi
Num cordel oficial
Falar com muita moral
Da Capital do Pequi.
De perto vim conferir
A História e tradição
O potencial nas artes
Daqui da população
Um povo aqui irmanado
Num monumento avistado
A mensagem de união.
Aqui está a nação
Quem imigrou para cá
Tem branco, negro e índio
Tem Ângela do Pará
Do sul tem Nasser Khalil
Esse imenso Brasil
Goiânia quis abraçar.
Na praça pude avistar
Monumentos das três raças
Por tais contribuições
Goiânia sempre dá graças
Rafael e Gabriela
São representados nela
Numa das mais belas praças.
Esta cidade que abraça
Elielzo e Wilmar
Cristina lá de Canedo
Vem aqui pra passear
De Anápolis Elisa
Pra todo mundo avisa
Venha aqui apreciar.
Tudo eu vou explicar
A partir do marco zero
Goiânia foi projetada
GETÚLIO disse: Eu quero
Ocupar o Centro Oeste
Nesse projeto investe
Nessa ação foi severo.
Nesse cordel sou sincero
Em outubro foi o mês
Vinte e quatro foi o dia
O ano foi trinta e três (1933)
Três anos após a nação
Lembrada a Revolução
Que Getúlio Vargas fez.
Goiânia é tua vez
Vamos juntos celebrar
Tá faltando só um mês
Pra gente comemorar
Nesses teus NOVENTA ANOS
Os irmãos pernambucanos
Vêm te parabenizar.
Queremos saborear
O teu biscoito de queijo
Galinhada e guariroba
Eu tenho esse desejo
De comer um pedacinho
De queijo “O enroladinho”
Aproveitando o ensejo.
Outra coisa que almejo
Sonhei com isto esse ano
Comer arroz com Pequi
E o empadão goiano
E também fiquei ciente
A pamonha é diferente
Do torrão gonzaguiano.
Gonzagão e Ariano
Também iriam gostar
Das receitas de comidas
Que anotei pra levar
Quem sair do Centro Oeste
E for andar no Nordeste
Vai poder saborear.
Agora vou passear
Andar por cada setor
Contar pra todo o país
Que gasta no exterior
Que Goiânia está tão bela
O goianiense zela
Pela terra nutre amor.
De inestimável valor
São as suas tradições
Cavalhadas e Congadas
Outras manifestações
Procissão do fogaréu
Pra qual eu tiro o chapéu
Peço todas as moções.
Dentre as celebrações
Tem a “Festa do divino
Do Pai Eterno” que ocorre
Bem no fim do mês junino
É a festa da trindade
Que movimenta a cidade
Celebrando o Deus trino.
Neste ciclo natalino
Tem a Folia de Reis
Lá na Praça da matriz
Setor Campinas se fez
Lembrando os magos que um dia
Uma estrela seguia
Em dezembro ao fim do mês.
Pra quem gosta de turnês
Vem comigo visitar
Uns lugares em Goiânia
Eu quero aqui mostrar
Vem caminhar de manhã
Pelo Parque Flamboyant
Que você vai adorar.
Que tal irmos passear
Visitar a catedral
Depois da praça do sol
Vou ao mercado central
Com mais de cinquenta anos
Ponha aí em seus planos
Um passeio sem igual.
.
Na programação local
Tem sertanejo e viola
Nas rádios ouço a moda
O povo não se controla
Eu sou um “cabra da peste”
Mas aqui no Centro oeste
Tô vendo outra escola.
Peguei a minha sacola
Fui num passeio a pé
Na Avenida Goiás
No relógio vê qual é
Se o ano é quarenta e dois (1942)
Daí nós fomos depois
Na Praça Tamandaré.
Eu aprecio um café
E tomo toda tardinha
Mas em Goiânia gostei
Da guaraná mineirinha
Vi na tela o “Dragão”
Jogando contra o “Tigrão”
O “Verdão” com a tacinha.
Goiânia é tão verdinha
É lindo o centro urbano
Suas nascentes e córregos
Visto no cotidiano
Mostrando que a natureza
Confere à terra a beleza
Convivendo com o humano.
Goiânia sem oceano
Mas tem um mar de beleza
É a capital do Estado
Mostrando sua grandeza
No turismo de negócio
Nos festivais todo sócio
Fica feliz com a riqueza.
De Goiânia com certeza
Aqui eu quero contar
Sobre a capital verde
Como surgiu o lugar
Essa cidade querida
Há tempo já discutida
Eu vou agora falar.
Não se conseguiu mudar
No ano de oitenta e nove (1889)
Na chegada da República
Tal debate se promove
Apesar do zum zum zum
No ano noventa e um (1891)
Na carta não se resolve.
O rico metal não chove
Na antiga região
A antiga VILA BOA
Perde na competição
Pra plantação e pro gado
Nas terras ao sul do Estado
Havia grande ascensão.
Foi só com a Revolução
De trinta que se alterou
Getúlio Vargas assumiu
O Brasil se transformou
Como chefe da nação
Nossa Constituição
Getúlio Invalidou.
Por decretos governou
Tá escrito nos anais
Interveio de maneira
Nos governos estaduais
Pôs aqui um interventor
Seu LUDOVICO, o doutor
Nomeou para Goiás.
Enfrentou lutas locais
Brigou com Oligarquia
Que não queria mudar
Mas nisto ele insistia
Nos versos aqui explico
Que Seu PEDRO LUDOVICO
TEIXEIRA assim agia.
Nesse tempo criaria
A tese da ligação
Do centro oeste ao sul
Visava aproximação
Dessa nova capital
Ao centro sul nacional
Foi por sua decisão.
Criou uma comissão
Pra estudar o local
Avaliar os estudos
Sobre o local ideal
Em uma localidade
Pra construir a cidade
Pra ser nova capital.
Um decreto estadual
Trinta e três, cinco nove (N 3359)
Dia dezoito de maio
Em trinta e três se resolve (1933)
LUDOVICO ganha o jogo
No córrego BOTAFOGO
Que tal sonho se renove.
A terra é boa há quem prove
Concretizou-se a idéia
Nas fazendas: BOTAFOGO,
VACA BRAVA e CRIMEIA
No município CAMPINAS
De águas tão cristalinas
A Vaca braba é platéia.
Tal qual uma epopéia
Esse feito é lembrado
Como memória de feitos
Nós temos comemorado
90 anos de história
Nesse momento de glória
LUDOVICO é saudado.
O projeto executado
Virou uma obra prima
Feito pelo arquiteto
ATTÍLIO CORRÊA LIMA
Que além de paisagista
Foi engenheiro urbanista
Por Paris tinha estima.
Foi lançada neste clima
A pedra fundamental
Em 24 de outubro
É data memorial
O ano é trinta e três (1933)
Eu vou dizer pra vocês
É niver da capital.
No projeto inicial
Cinquenta mil habitantes
Mas vinte anos depois
Crescimento irrelevante
Na década de cinquenta
Essa cidade ostenta
Um crescimento abundante.
Uns fatores importantes
Para esta expansão
A política de Getúlio
Pra interiorização
E a construção de Brasília
Goiânia abrigou família
Que passou na região.
Hoje a população
Mostrando ao mundo a que veio
Décima mais populosa
Mais de um milhão e meio
Campo Grande e Cuiabá
Só somando é que dá
Esse número eu creio.
No cordel fiz um passeio
Nesta missão me consagro
Aqui nesta região
Neste folheto deflagro
Trouxe aqui esta semente
Meu verso cordialmente
Planto na terra do agro.
Nesta viagem aqui trago
Todos os bairros na lista
Setores como BUENO
JARDIM GOIÁS e MARISTA
PARQUE AMAZÔNIA e SERRINHA
Minha missão na terrinha
Começou na BELA VISTA.
Assim Ivaldo Batista
Do CENTRAL ao VILA ROSA
Passou em tantos setores
Quantidade numerosa
O poeta cordelista
Gostou do setor Marista
Uma área tão formosa.
Nesta terra preciosa
Nas regiões se investe
São sete as regiões
Centro, Sul e Sudoeste
Tem Noroeste e Norte
Um amigo que é reporte
Lembrou-me Leste e Oeste.
Se há alguém que conteste
O folheto apresentado
Levante a mão e fale
Ou então fique calado
Esse trabalho eu termino
Com prazer hoje assino
Para ser compartilhado.
A todos muito obrigado
Por terem lido esse TREM
Goiânia de gente boa
Que diz: UAI e QUE NEM
Cheguei aqui de BUZU
Vindo de Caruaru
Gosto da ROÇA também.