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Escritor JOSÉ SARAMAGO - 100 Anos
Coluna do Cordel
Publicado em 26/10/2022

Autor: IVALDO BATISTA

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Se há um bom escritor

Lusitano nem indago

Há doze anos se foi

E seu trono ficou vago

Lá das terras do Cabral

Natural de Portugal

É o José Saramago.

 

O tema que hoje trago

Sobre este personagem

Minha justificativa

Eu mando nesta mensagem

Saramago não páreo

Este em seu centenário

Merece esta homenagem. 

 

É um escritor bagagem

Muito lido e estudado

E por todo Portugal

Agora é festejado

Em muitas celebrações

Tantas comemorações

Ele está sendo lembrado.

 

Para ficar registrado

Seu nome todo é JOSÉ

DE SOUZA SARAMAGO

No Brasil seria um ZÉ

Filho de pais portugueses

Os tais eram camponeses

Uma família de fé.

 

Anote aí quem quiser

Seu nascimento eu lembro

Foi no ano vinte e dois (1922)

Em dezesseis de novembro

Em Azinhaga é nascido

No mundo é tão querido

Tudo que fez eu relembro. 

 

Da Academia é membro

Faz parte lá da Real

Academia Sueca

Brasil, França coisa e tal

É ícone da cultura

Retrata a literatura

Em seu pais com certeza.

 

Pelas terras portuguesas

De AVEIRO a PINHEL

De BRAGANÇA a LISBOA

Constatei neste cordel

De VIANA DO CASTELO

A ALGARVE lugar belo

A ele o povo é fiel.

 

No chão de Dom Manuel 

“Venturoso” de ALCOCHETE 

O escritor Saramago

Do qual eu sou um tiete

De BRAGA a SANTARÉM

COIMBRA e PORTO também

Seu nome virou manchete.

 

Eu lendo na internet

Vi SINTRA, PORTO e CASCAIS

CANTANHEDE e COIMBRA

VISEU, SETUBAL e mais

Em ÉVORA e NIGRAN

Se VILA REAL tem fã

PENICHE tem muito mais.

 

Aqui vou citar seus pais

Portugueses de verdade

Teve apenas dois filhos

Há uma curiosidade

Seu pai foi JOSÉ DE SOUSA

O nome da sua esposa

MARIA DA PIEDADE.

 

Saramago e a saudade

E certa inquietação

Pesquisou e quis saber

De Francisco seu irmão

Que muito cedo morreu

Sobre o que aconteceu

Há essa interrogação.

 

Toda a especulação

Pra ele era algo sério

Nas suas indagações

Mostrou nisto um mistério

Falando em seu Diário

Parece que seu calvário

Vai além do cemitério.

 

No tema eu estou aéreo

Foi só especulação

Se o José não chegou

A nenhuma conclusão

Deixe o assunto pra lá

Não vou mais especular

Sigo com minha missão.

 

Sobre sua educação

O Saramago cursou

Para sua formação

Fez curso de Serralheiro

Mecânico meu parceiro

Exerceu a profissão.

 

Teve outra ocupação

Com talento desenhou

Foi funcionário público

Na saúde trabalhou

Previdência social

Tal qual um ser normal

Esta vida encarou.

 

Foi poeta e atuou

De contista e editor

Na função de jornalista

Romancista e tradutor

Foi crítico literário

Escreveu para o Diário

De Noticias pra o leitor.

 

Julgando todo o labor

Desse senhor cidadão

Não teve berço de ouro

Foi fruto da exclusão

Esforçou-se pra crescer

Batalhou para vencer 

É orgulho da nação.

 

Daí minha conclusão

Com muita propriedade

Seus estudos secundários

Revelam esta verdade

O nosso escritor nobre

De família humilde pobre

Não cursou a Faculdade.

 

Desde dois anos de idade

Para Lisboa migrou

Algumas dificuldades

Sua família enfrentou

Parece até nordestino

A sina deste menino

A vida que ele levou.

 

Mas tudo ele enfrentou

Com a família agrária

Dificuldades comuns

A pessoa proletária

Encarou tudo e venceu

E o mundo conheceu

Essa figura lendária.

 

Sua vida literária

É muito interessante

Da poesia ao teatro

Gêneros que sou amante

Jornalismo e ficção

Qualquer que seja a opção

Ele foi muito importante.

 

Escritor iniciante

No ano quarenta e sete (1947)

Em a “Terra do Pecado”

Precisa que se complete

A opinião notória

A viúva da história 

Merecia mais confete.

 

Toda abordagem remete

A vida em sociedade

Os problemas da viúva

Leonor e a saudade

Dificuldades que havia

Como ela lidaria

Com sua propriedade.

 

Aos vinte e cinco de idade

Saramago iniciava

A vida de escritor

Logo após enfrentava

Vinte anos de jejum

Não publicou mais nenhum

Se não aqui registrava.

 

Em sessenta e seis lançava

“OS POEMAS POSSÍVEIS”

Na condição de escritor

Virou um dos mais incríveis

Um crítico social

Com valor universal

Um desses inesquecíveis.

 

Suas idéias acessíveis

Através de seus escritos

Vou declinar suas obras

Nelas os famosos ditos

“O EVANGELHO SEGUNDO

JESUS CRISTO” foi fecundo

Trazendo grandes conflitos.

 

É um dos meus favoritos

Seu trabalho interessante

Fez “A JANGADA DE PEDRA”

“A VIAGEM DO ELEFANTE

“ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA”

Sua produção inteira

Da qual eu sou um amante.

 

É tanta obra importante

Que ele já escreveu

Mais do que cinco dezenas

Uma delas você leu

Trabalho de qualidade

Incrível velocidade

Ele me surpreendeu.

 

Saramago recebeu

O prêmio internacional

Nobel da literatura

Grande intelectual

Também o Prêmio Camões

Maior das premiações

Da língua em Portugal.

 

Sua vida conjugal

Eu vou contar pra vocês

No ano quarenta e quatro (1944)

Casou-se com ILDA REIS 

Esse casório vingou

Vinte e seis anos durou

Foi sua primeira vez. 

 

Foi com essa sua EX

Dito nesta septilha

Que Saramago foi pai

Teve somente uma filha

Batizada VIOLANTE

Hoje escritora brilhante

Na trilha do pai já brilha.

 

Além dessa maravilha

A verve de escritora

Violante Saramago

Duas vezes genitora

Gerou ANA e TIAGO

Os netos de SARAMAGO

Para geração vindoura.

 

ILDA REIS era pintora

Mulher doce, gente boa

Sempre bem determinada

Uma ótima pessoa

Com setenta e cinco anos

Morreu qual todos humanos

Na cidade de LISBOA.

 

SARAMAGO já coroa

Teve novo desafio

Aos sessenta e seis anos

Casou com PILAR DEL RIO

Sobre sua importância

Mantenho certa distância

Neste folheto abrevio.

 

Dela eu confidencio

Foi jornalista e escritora 

É SANCHEZ lá da Espanha

Era grande tradutora

Por doze anos viveu 

Viu quando ele morreu

Foi grande ajudadora.

 

Falou tal qual relatora

Eu li o seu testemunho

Sobre seus últimos dias

Escreveu de próprio punho

Morreu lá em LANZAROTE

Na ESPANHA foi a morte

Do mote fiz um rascunho.

 

Foi em dezoito de junho

Dois mil e dez foi o ano

Que Saramago morreu

Afirmo aqui sem engano

Todo homem vai morrer

Não depende de se crer

São as leis do Soberano.

 

Assim esse lusitano

Escritor tão genial

Foi pra eternidade

Mas tornou-se imortal

Pelas obras grandiosas

Certeiras maravilhosas

Trabalho monumental.

 

Antes um memorial

Em Portugal foi criado

Um ano antes da morte

Em seu país foi lembrado

A Fundação Saramago

No cordel aqui propago

O local inaugurado.

 

No local foi colocado

Uma arvore trazida

De sua terra natal

E uma frase extraída

Obra do seu pensamento

MEMORIAL DO CONVENTO

Na placa está inserida.

 

Palavras nelas contida 

Quem de vocês lembraria

Para você que não leu

Era assim que dizia

Adoraria revê-las  

“MAS NÃO SUBIU PRAS ESTRELAS

SE A TERRA PERTENCIA”.

 

Saramago, eu diria

Deixou um grande legado

Usando a língua materna

A ela tão dedicado

Valorizou, explorou

Construiu tudo e narrou

Um trabalho caprichado. 

 

No cordel hoje lembrado

Este sagrado escritor

O mundo contemporâneo

Reconhece seu valor

Saramago é sedução

No campo da ficção

Tornou-se imperador.

 

Sem um anel de doutor

Do senhor nada invento

O poeta reconhece

Que é nato seu talento

Se o saber tem galeria

No altar da poesia

Saramago tem assento.

 

Se lá no seu nascimento

Seu nome foi acrescido

Saramago era só

Apenas um apelido

O destino foi traçado

O termo foi registrado

Hoje seu nome é querido.

 

O que disse faz sentido

E revela o seu ser

A postura sobre a morte

Revela o que ele crer

Quis dizer ser infinito

“O mundo é tão bonito

“Tenho pena de morrer.” 

 

Sou grato por você ler

E por ter compartilhado

Grato a todo leitor

O meu recado foi dado

Falei sobre Saramago

Você me fez este afago

Digo-lhe muito obrigado.

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