Autor: Ivaldo Batista
Querido povo do agreste
Cabra da peste e urbano
Vou falar de um município
Com charme pernambucano
A cidade é Gravatá
Cativa quem vai pra lá
Curtir seu clima serrano.
Gravatá completa ano
No dia 15 de março
Festa de emancipação
Uma festança, um festaço
Cento e vinte e nove anos (129)
Irmãos interioranos
Saudamos-te com um abraço.
O cordel que hoje faço
Dedico ao gravataense
Cujo segredo da serra
Borborema lhe pertence
Seu território acima
No alto, um gostoso clima
Não há ninguém que dispense.
Vindo este carpinense
Das bandas do litoral
Usou trilhos e estradas
Desde o tempo jovial
Lembro minha mocidade
Visitando esta cidade
De beleza sem igual.
Quando vim da capital
Foi essa a primeira vista
No ano setenta e oito (1978)
Gravatá viu esse artista
Na fé eu usava fraldas
Conheci Romildo Caldas
Pastor na Igreja Batista.
Hoje venho pela pista
Com BR duplicada
De Recife a Gravatá
A distância calculada
Em KM, oitenta e Três
Quantos vieram de vez
Fazer a sua morada.
População estimada
Em oitenta e cinco mil
Gravatá em Pernambuco
É Nordeste do Brasil
Nessa terrinha bacana
A padroeira Sant Ana
Faz parte do seu perfil.
Pertinho do céu anil
No planalto se sustenta
Gravatá tem altitude
Quatrocentos e cinqüenta
Metros acima do mar
Isto pode variar
Tem fonte que até aumenta.
A beleza que ostenta
Nem precisamos argüir
A respeito dessas dicas
É pra quem quiser seguir
Quem desejar conhecer
Quem quiser ver para crer
Aguardamos você vir.
Olha o que eu conheci
Num passeio tão legal
Quem visitar Gravatá
Vá lá ao Memorial
E ao Riacho do Mel
Na Capela São Miguel
Frei Damião imortal.
Mercado municipal
Ideal para comer
Aquele bode guisado
Um sabor que é pra valer
Vinho Carré de Cordeiro
Este gostoso tempero
De Gravatá dá prazer.
Nas tardes frias, viver
Ter bem perto e tomar
Um gostoso cappuccino
E também pra degustar
Um chocolate bem quente
Vem comigo minha gente
Um faultless saborear.
Das delícias do lugar
Que provei no mês de junho
Fondue de carne e queijo
Vou aqui dá testemunho
Minha gula fez justiça
Lá na taverna suíça
Assino de próprio punho.
Na culinária um rascunho
Dessa terra veranista
Chão de Ricardo Queiroz
Um consagrado artista
Outro que tenho estima
O cantor Marcos de Lima
Compositor musicista.
Temos tantos nesta lista
E uns eu passo a citar
Cover de Luiz Gonzaga
Luisinho de Gravatá
Biu galego forrozeiro
Esse velho sanfoneiro
Vivendo só pra tocar.
Se Gravatá quer dançar
Chama logo o Galeguinho
É Antônio José Mendes
Aprendiz de Dominguinhos
Que quando puxa seu fole
O povo todo se bole
Dançando agarradinho.
Gravatá tem um carinho
Ninho de satisfação
Lembrando ao mundo inteiro
E aos fãs de Gonzagão
Aqui nasceu Dona Helena
Que com Luiz rouba a cena
Virou “Madame Baião”.
“Relembrando Gonzagão
Nas canções tem sua saga
Na Rádio Clima FM
Em Gravatá se propaga
Programa de audiência
Jaque Pontes na assistência
Do grande Edilson Gonzaga.
Cada vez mais se consagra
Domingo o povo se entrega
Na Gravatá FM
Temos “Discoteca brega”
Com o Ronaldo Francisco
Quando ele passa o disco
A gente escuta e chambrega.
Amizade aqui se rega
Levamos pra vida inteira
Um abraço pra Rogério
E Heleno de Oliveira
Grande amigo Júnior Seixa
Jerônimo foi, mas deixa
Ademilda, que é guerreira.
Que gente hospitaleira
Que temos nesta cidade
Onde Geraldo Ferraz
Faz total publicidade
Da beleza desta gente
Qual a Serra do Contente
Enche-nos de vaidade.
Eu tomei a liberdade
De narrar toda a história
Como nasceu Gravatá
E a sua trajetória
Quando a cidade nasceu
E o que aconteceu
Todo o passado de glória.
Um serviço à memória
Pra que nossa gente aprenda
Gravatá tem sua origem
Ligado a uma fazenda
Pertencente ao fazendeiro
José Justino Carreiro
De Miranda, me entenda.
Anote na sua agenda
Que este local servia
Hospedava visitantes
E o comercio fluía
Por esse mundão afoito
Mil oitocentos e oito
Um ano que marcaria.
Tal parada ficaria
Chamada de Crauatá
Designação tupi
Vinda de Karawatá
Bromélia que espinho espanta
O nome vem dessa planta
Quanta beleza que há.
A partir desse lugar
Sugiram dois arruados
As margens do Ipojuca
Nasceram os povoados
Acompanhando seu leito
Lado esquerdo e direito
Quantos segredos guardados.
Oito anos já passados
Foi no ano dezesseis (1816)
Começou a construção
E concluída de vez
Da católica romana
A Igreja de Sant `Ana
Que em seis anos se fez.
Eu garanto a vocês
Isto que está escrito
Em seguida essas terras
Pelo que li no registro
Foram assim divididas
Em cem lotes são vendidas
Conforme fora descrito.
Gravatá era um distrito
Do município vizinho
Conhecido por bezerros
De caruaru pertinho
Mas com sua evolução
Depressa esse torrão
Libertou-se desse ninho.
Achou seu próprio caminho
Veja a evolução
35 anos após
Desta inauguração
Dessa bonita capela
A lei eleva aquela
Povoação desse chão.
Perceba a ascensão
Foi Gravatá, freguesia
A sua emancipação
A República assistia
Foi dia quinze de três
No ano Noventa e três (1893)
Que se concretizaria.
O direito já havia
Desde treze, do mês seis
Do ano Oitenta e quatro (1884)
No Brasil, tempo dos reis
Uma lei provincial
Do Brasil imperial
Mas teve que aguardar vez.
E dessa forma se fez
Após a proclamação
República no Brasil
Resolveu-se a questão
É dia quinze de três
Do ano Noventa e três (1893)
Temos comemoração.
Pra esta celebração
Gravatá tá alto astral
Vamos já dá um passeio
No mercado cultural
Ir ao Pólo moveleiro
Economizar dinheiro
Segue essa dica geral.
Quem sabe o memorial
A gente vai visitar
Também do eco turismo
Nós vamos participar
Nessa cidade mirante
Nós vemos no horizonte
Algo pra nos encantar.
Vamos todos passear
Lá na Praça da Matriz
Vê no alto do Cruzeiro
Cristo abraçar feliz
Com amigos e amigas
Vê as construções antigas
É tudo que sempre quis.
Olhar o que eu já fiz
Cada vez descubro mais
Lá na Joaquim Didier
O tempo é quem me traz
Vê antigos casarões
As lembranças e emoções
Passado lindo demais.
Praça Rodolfo Moraes
Quantas lembranças bacanas
Tantas fazendas de flores
Das irmãs Salesianas
Do trem que ficou pra traz
Dos esportes radicais
Em nossos fins de semanas.
Oh! Gravatá de Sant Ana
De Restaurantes e hotéis
Das cachoeiras bonitas
De albergues e chalés
Da Capela São Miguel
Declino neste cordel
A você, todos os lauréis.
Gravataenses fiéis
Mostram suas vaquejadas
Na sua agropecuária
As ovelhas e boiadas
Na altitude garoto
Tem a Serra do Maroto
Uma das mais destacadas.
Das festas realizadas
Tem feito grande papel
Pela antiga via férrea
Nas pontes tem o rapel
Nas trilhas sem empecilhos
Nos trilhos vejo os brilhos
Que narro neste cordel.
Tá bem juntinho do céu
Gravatá tradicional
Faz sua festa de Reis
Logo depois do natal
No São João tem palhoças
Em Fevereiro as troças
Mostram o seu Carnaval.
Em seu plano cultural
Muitas realizações
Mês de maio tem turismo
Frei Damião das missões
Gravatá a fé levanta
Em Abril Semana Santa
No Roteiro das Paixões.
Tem Festival de canções
Em Junho tem São João
Com artistas regionais
Fazendo apresentação
Gravatá tem muito mais
Festival de Jazz se faz
Gravatá é opção.
Em julho tem procissão
Nesta cidade festeira
Têm missas todos os dias
Envolve a cidade inteira
Venha dia vinte e seis
Convido todos vocês
Pra festa da padroeira.
Gravatá terra altaneira
Altar de adoração
Transporto aqui no peito
Dentro do meu coração
Pra cidade o meu abraço
Pra JAQUE do “SABADAÇO”
Deixo minha saudação.
Pra todo o cidadão
Que nutre um grande amor
Por esse torrão natal
Conferindo-lhe valor
Gravatá hoje em cartaz
Desejo amor e paz
E a proteção do Senhor.
No cordel sou professor
Eu sou um poeta nato
Versejando apresentei
Escrevi este relato
Dessa terra gloriosa
Que Gravatá é formosa
É charmosa isso é fato.