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GRAVATÁ – Linda cidade natal, de Helena, a madame Baião
15/03/2022 08:32 em Coluna do Cordel

 Autor: Ivaldo Batista

 

Querido povo do agreste

Cabra da peste e urbano

Vou falar de um município

Com charme pernambucano

A cidade é Gravatá

Cativa quem vai pra lá

Curtir seu clima serrano.

 

Gravatá completa ano

No dia 15 de março

Festa de emancipação

Uma festança, um festaço

Cento e vinte e nove anos (129)

Irmãos interioranos

Saudamos-te com um abraço.

 

O cordel que hoje faço

Dedico ao gravataense

Cujo segredo da serra

Borborema lhe pertence

Seu território acima

No alto, um gostoso clima

Não há ninguém que dispense.

 

Vindo este carpinense

Das bandas do litoral

Usou trilhos e estradas

Desde o tempo jovial

Lembro minha mocidade

Visitando esta cidade

De beleza sem igual.

 

Quando vim da capital

Foi essa a primeira vista

No ano setenta e oito (1978)

Gravatá viu esse artista

Na fé eu usava fraldas

Conheci Romildo Caldas

Pastor na Igreja Batista.

 

Hoje venho pela pista

Com BR duplicada

De Recife a Gravatá

A distância calculada

Em KM, oitenta e Três

Quantos vieram de vez

Fazer a sua morada.

 

População estimada

Em oitenta e cinco mil

Gravatá em Pernambuco

É Nordeste do Brasil

Nessa terrinha bacana

A padroeira Sant Ana

Faz parte do seu perfil.

 

Pertinho do céu anil

No planalto se sustenta

Gravatá tem altitude

Quatrocentos e cinqüenta

Metros acima do mar

Isto pode variar

Tem fonte que até aumenta.

 

A beleza que ostenta

Nem precisamos argüir

A respeito dessas dicas

É pra quem quiser seguir

Quem desejar conhecer

Quem quiser ver para crer

Aguardamos você vir.

 

Olha o que eu conheci

Num passeio tão legal

Quem visitar Gravatá

Vá lá ao Memorial

E ao Riacho do Mel

Na Capela São Miguel

Frei Damião imortal.

 

Mercado municipal

Ideal para comer

Aquele bode guisado

Um sabor que é pra valer

Vinho Carré de Cordeiro

Este gostoso tempero

De Gravatá dá prazer.

 

Nas tardes frias, viver

Ter bem perto e tomar

Um gostoso cappuccino

E também pra degustar

Um chocolate bem quente

Vem comigo minha gente

Um faultless saborear.

 

Das delícias do lugar

Que provei no mês de junho

Fondue de carne e queijo

Vou aqui dá testemunho

Minha gula fez justiça

Lá na taverna suíça

Assino de próprio punho.

 

Na culinária um rascunho

Dessa terra veranista

Chão de Ricardo Queiroz

Um consagrado artista

Outro que tenho estima

O cantor Marcos de Lima

Compositor musicista.

 

Temos tantos nesta lista

E uns eu passo a citar

Cover de Luiz Gonzaga

Luisinho de Gravatá

Biu galego forrozeiro

Esse velho sanfoneiro

Vivendo só pra tocar.

 

Se Gravatá quer dançar

Chama logo o Galeguinho

É Antônio José Mendes

Aprendiz de Dominguinhos

Que quando puxa seu fole

O povo todo se bole

Dançando agarradinho.

 

Gravatá tem um carinho

Ninho de satisfação

Lembrando ao mundo inteiro

E aos fãs de Gonzagão

Aqui nasceu Dona Helena

Que com Luiz rouba a cena

Virou “Madame Baião”.

 

“Relembrando Gonzagão

Nas canções tem sua saga

Na Rádio Clima FM

Em Gravatá se propaga

Programa de audiência

Jaque Pontes na assistência

Do grande Edilson Gonzaga.

 

Cada vez mais se consagra

Domingo o povo se entrega

Na Gravatá FM

Temos “Discoteca brega”

Com o Ronaldo Francisco

Quando ele passa o disco

A gente escuta e chambrega.

 

Amizade aqui se rega

Levamos pra vida inteira

Um abraço pra Rogério

E Heleno de Oliveira

Grande amigo Júnior Seixa

Jerônimo foi, mas deixa

Ademilda, que é guerreira.

 

Que gente hospitaleira

Que temos nesta cidade

Onde Geraldo Ferraz

Faz total publicidade

Da beleza desta gente

Qual a Serra do Contente

Enche-nos de vaidade.

 

Eu tomei a liberdade

De narrar toda a história

Como nasceu Gravatá

E a sua trajetória

Quando a cidade nasceu

E o que aconteceu

Todo o passado de glória.

 

Um serviço à memória

Pra que nossa gente aprenda

Gravatá tem sua origem

Ligado a uma fazenda

Pertencente ao fazendeiro

José Justino Carreiro

De Miranda, me entenda.

 

Anote na sua agenda

Que este local servia

Hospedava visitantes

E o comercio fluía

Por esse mundão afoito

Mil oitocentos e oito

Um ano que marcaria.

 

Tal parada ficaria

Chamada de Crauatá

Designação tupi

Vinda de Karawatá

Bromélia que espinho espanta

O nome vem dessa planta

Quanta beleza que há.

 

A partir desse lugar

Sugiram dois arruados

As margens do Ipojuca

Nasceram os povoados

Acompanhando seu leito

Lado esquerdo e direito

Quantos segredos guardados.

 

Oito anos já passados

Foi no ano dezesseis (1816)

Começou a construção

E concluída de vez

Da católica romana

A Igreja de Sant `Ana

Que em seis anos se fez.

 

Eu garanto a vocês

Isto que está escrito

Em seguida essas terras

Pelo que li no registro

Foram assim divididas

Em cem lotes são vendidas

Conforme fora descrito.

 

Gravatá era um distrito

Do município vizinho

Conhecido por bezerros

De caruaru pertinho

Mas com sua evolução

Depressa esse torrão

Libertou-se desse ninho.

 

Achou seu próprio caminho

Veja a evolução

35 anos após

Desta inauguração

Dessa bonita capela

A lei eleva aquela

Povoação desse chão.

 

Perceba a ascensão

Foi Gravatá, freguesia

A sua emancipação

A República assistia

Foi dia quinze de três

No ano Noventa e três (1893)

Que se concretizaria.

 

O direito já havia

Desde treze, do mês seis

Do ano Oitenta e quatro (1884)

No Brasil, tempo dos reis

Uma lei provincial

Do Brasil imperial

Mas teve que aguardar vez.

 

E dessa forma se fez

Após a proclamação

República no Brasil

Resolveu-se a questão

É dia quinze de três

Do ano Noventa e três (1893)

Temos comemoração.

 

Pra esta celebração

Gravatá tá alto astral

Vamos já dá um passeio

No mercado cultural

Ir ao Pólo moveleiro

Economizar dinheiro

Segue essa dica geral.

 

Quem sabe o memorial

A gente vai visitar

Também do eco turismo

Nós vamos participar

Nessa cidade mirante

Nós vemos no horizonte

Algo pra nos encantar.

 

Vamos todos passear

Lá na Praça da Matriz

Vê no alto do Cruzeiro

Cristo abraçar feliz

Com amigos e amigas

Vê as construções antigas

É tudo que sempre quis.

 

Olhar o que eu já fiz

Cada vez descubro mais

Lá na Joaquim Didier

O tempo é quem me traz

Vê antigos casarões

As lembranças e emoções

Passado lindo demais.

 

Praça Rodolfo Moraes

Quantas lembranças bacanas

Tantas fazendas de flores

Das irmãs Salesianas

Do trem que ficou pra traz

Dos esportes radicais

Em nossos fins de semanas.

 

Oh! Gravatá de Sant Ana

De Restaurantes e hotéis

Das cachoeiras bonitas

De albergues e chalés

Da Capela São Miguel

Declino neste cordel

A você, todos os lauréis.

 

Gravataenses fiéis

Mostram suas vaquejadas

Na sua agropecuária

As ovelhas e boiadas

Na altitude garoto

Tem a Serra do Maroto

Uma das mais destacadas.

 

Das festas realizadas

Tem feito grande papel

Pela antiga via férrea

Nas pontes tem o rapel

Nas trilhas sem empecilhos

Nos trilhos vejo os brilhos

Que narro neste cordel.

 

Tá bem juntinho do céu

Gravatá tradicional

Faz sua festa de Reis

Logo depois do natal

No São João tem palhoças

Em Fevereiro as troças

Mostram o seu Carnaval.

 

Em seu plano cultural

Muitas realizações

Mês de maio tem turismo

Frei Damião das missões

Gravatá a fé levanta

Em Abril Semana Santa

No Roteiro das Paixões.

 

Tem Festival de canções

Em Junho tem São João

Com artistas regionais

Fazendo apresentação

Gravatá tem muito mais

Festival de Jazz se faz

Gravatá é opção.

 

Em julho tem procissão

Nesta cidade festeira

Têm missas todos os dias

Envolve a cidade inteira

Venha dia vinte e seis

Convido todos vocês

Pra festa da padroeira.

 

Gravatá terra altaneira

Altar de adoração

Transporto aqui no peito

Dentro do meu coração

Pra cidade o meu abraço

Pra JAQUE do “SABADAÇO”

Deixo minha saudação.

 

Pra todo o cidadão

Que nutre um grande amor

Por esse torrão natal

Conferindo-lhe valor

Gravatá hoje em cartaz

Desejo amor e paz

E a proteção do Senhor.

 

No cordel sou professor

Eu sou um poeta nato

Versejando apresentei

Escrevi este relato

Dessa terra gloriosa

Que Gravatá é formosa

É charmosa isso é fato.

 

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