José Lins do Rego - Do Engenho para o Mundo
19/07/2021 09:53 em Coluna do Cordel

 

Autor: Ivaldo Batista

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Nesse cordel eu escrevo

Pra você caro leitor

Sobre José Lins do Rego

Esse grande escritor

Que nasceu lá em Pilar

No Engenho Corredor.

 

Foi esse interior

O seu berço natural

Estado da Paraíba

De Sol e Canavial

Que viveu sua infância

Nesse cenário rural.

 

Esse lugar ideal

Foi nele seu nascimento

Foi nesse torrão natal

Que se deu seu crescimento

Esse homem valoroso

Que transcendeu seu momento.

 

Fez o seu discernimento

Com bonita trajetória

Lutou contra o destino

Construiu linda história

Hoje esse seu exemplo

Consta em nossa memória.

 

Do Engenho para a glória

Conseguiu se projetar

Autor José Lins do Rego

Tão fiel ao relatar

A cosmo visão de homem

Nordestino em seu lugar.

 

Queria aqui transportar

Ao mundo que foi descrito

A Usina em ascensão

O Engenho é finito

Zé Lins fez boa leitura

Veja como está descrito.

 

É isso que tenho dito

Também tenho escutado

Que o José Lins do Rego

Escritor conceituado

O Nordeste deu ao mundo

Todos têm o admirado.

Quem é que não está lembrado

Eu sou um sujeito esperto

Qual criança não se lembra

Do macaco Felisberto

Queria ser Seu Botelho

Pra tê-lo sempre por perto.

 

Êita macaquinho certo

Que história tão medonha

Conta o livro de História

De uma “Velha Totonha”

Ouvindo mesmo acordada

Tem criança que até sonha.

 

No começo é tristonha

Mas depois só alegria

Tal como voar nas nuvens

O macaco é magia

Que encanta todo mundo

Com tanta estripulia.

 

José Lins do Rego via

E repassou para gente

O retrato de um mundo

Tão perto, mas diferente

Mas que encanta a todos

Esse Nordeste é contente.

Observe atentamente

Agora vou declinar

O José Lins do Rego

Conseguiu sim mergulhar

Ciclo da cana-de-açúcar

Cinco livros pra mostrar.

 

Agora pode anotar

O “Menino de Engenho”

O “Doidinho” e “Banguê”

Feitos com tanto empenho

Até “Moleque Ricardo”

E “Usina” também tenho.

 

Nesse folheto eu venho

Ressaltar o seu valor

Além de ser jornalista

Cronista e escritor

Meu Nordeste foi espelho

Revelado pelo autor.

 

Tudo com muito amor

E também sinceridade

Lembro dos seus personagens

Vemos tal identidade

O Nordeste estampado

Com tanta realidade.

Zé Lins Fez grande amizade

Com o grande Jorge Amado

Com Graciliano Ramos

Que esteve ao seu lado

E com Érico Veríssimo

Também já tem figurado.

 

Estudando o seu passado

A vida interiorana

Fez suas primeiras letras

No Colégio em Itabaiana

No Instituto do Carmo

Da Ordem Salesiana.

 

Sua vida foi bacana

Estudou na capital

João Pessoa ou Jampa

Deixou o mundo rural

Percebemos em seus escritos

Esse traço regional.

 

Um escritor genial

Que mostrou tanto empenho

Tudo que vivenciou

Na infância no Engenho

Do Nordeste açucareiro

Quantas saudades eu tenho.

Com esse folheto eu venho

Tentando contribuir

Esse exemplo é nobre

Então devemos seguir

Um modelo de passado

Que eu queria repetir.

 

José Lins resolveu ir

No Recife estudou

Faculdade de Direito

Onde entrou e cursou

Foi no ano Vinte e três (1923)

Que José Lins se formou

 

Certo dia se casou

Com Filomena se uniu

E foi para Maceió

José Lins se transferiu

Daí Rio de Janeiro

Onde o mundo o descobriu.

 

Nem tudo o mundo viu

Precisa estudar ainda

Os conceitos do período

O estudo nunca finda

E por isso ainda hoje

José Lins tá na Berlinda.

Na Fliporto em Olinda

A cidade foi um porto

De evento internacional

Batizado de Fliporto

Foi prestada homenagem

Ao autor de “Fogo Morto.”

 

O Cordelista no horto

Resolveu, pois escrever

A vida de José Lins

Para você conhecer

É só prestar atenção

Para você entender.

 

José Lins veio nascer

Nesse Nordeste distante

Criou-se com seus avós

Foi um rapaz elegante

Seus pais eram Amélia Lins

João do Rego Cavalcanti.

 

Vamos seguir adiante

Dia três seu nascimento

Foi no mês de São João

Em Junho, Mil Novecentos

E Um, foi bem neste ano

Que nasceu esse rebento.

É preciso ser atento

Reconhecer seu valor

O Nordeste tem orgulho

Desse cabra lutador

José Lins é o modelo

Que temos de escritor.

 

Pra falar desse autor

Eu já fiz toda leitura

Assim lembro o doce mel

Melaço e rapadura

O sabor do nosso engenho

Está na literatura.

 

Minha vida era dura

Quando era adolescente

Li Menino de Engenho

E fiquei muito contente

Lá no CFPJ

Era dureza o batente.

 

Apresentei lá na frente

Abordei a transição

O declínio dos engenhos

A Usina em ascensão

O Nordeste que passava

Por grande transformação.

Era trem na Estação

Transportando gente e mel

Pra chegada da Usina

O Engenho tira o chapéu

De Zé Lins sou testemunha

Podem perguntar ao céu. 

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