Autor: Ivaldo Batista
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Nesse cordel eu escrevo
Pra você caro leitor
Sobre José Lins do Rego
Esse grande escritor
Que nasceu lá em Pilar
No Engenho Corredor.
Foi esse interior
O seu berço natural
Estado da Paraíba
De Sol e Canavial
Que viveu sua infância
Nesse cenário rural.
Esse lugar ideal
Foi nele seu nascimento
Foi nesse torrão natal
Que se deu seu crescimento
Esse homem valoroso
Que transcendeu seu momento.
Fez o seu discernimento
Com bonita trajetória
Lutou contra o destino
Construiu linda história
Hoje esse seu exemplo
Consta em nossa memória.
Do Engenho para a glória
Conseguiu se projetar
Autor José Lins do Rego
Tão fiel ao relatar
A cosmo visão de homem
Nordestino em seu lugar.
Queria aqui transportar
Ao mundo que foi descrito
A Usina em ascensão
O Engenho é finito
Zé Lins fez boa leitura
Veja como está descrito.
É isso que tenho dito
Também tenho escutado
Que o José Lins do Rego
Escritor conceituado
O Nordeste deu ao mundo
Todos têm o admirado.
Quem é que não está lembrado
Eu sou um sujeito esperto
Qual criança não se lembra
Do macaco Felisberto
Queria ser Seu Botelho
Pra tê-lo sempre por perto.
Êita macaquinho certo
Que história tão medonha
Conta o livro de História
De uma “Velha Totonha”
Ouvindo mesmo acordada
Tem criança que até sonha.
No começo é tristonha
Mas depois só alegria
Tal como voar nas nuvens
O macaco é magia
Que encanta todo mundo
Com tanta estripulia.
José Lins do Rego via
E repassou para gente
O retrato de um mundo
Tão perto, mas diferente
Mas que encanta a todos
Esse Nordeste é contente.
Observe atentamente
Agora vou declinar
O José Lins do Rego
Conseguiu sim mergulhar
Ciclo da cana-de-açúcar
Cinco livros pra mostrar.
Agora pode anotar
O “Menino de Engenho”
O “Doidinho” e “Banguê”
Feitos com tanto empenho
Até “Moleque Ricardo”
E “Usina” também tenho.
Nesse folheto eu venho
Ressaltar o seu valor
Além de ser jornalista
Cronista e escritor
Meu Nordeste foi espelho
Revelado pelo autor.
Tudo com muito amor
E também sinceridade
Lembro dos seus personagens
Vemos tal identidade
O Nordeste estampado
Com tanta realidade.
Zé Lins Fez grande amizade
Com o grande Jorge Amado
Com Graciliano Ramos
Que esteve ao seu lado
E com Érico Veríssimo
Também já tem figurado.
Estudando o seu passado
A vida interiorana
Fez suas primeiras letras
No Colégio em Itabaiana
No Instituto do Carmo
Da Ordem Salesiana.
Sua vida foi bacana
Estudou na capital
João Pessoa ou Jampa
Deixou o mundo rural
Percebemos em seus escritos
Esse traço regional.
Um escritor genial
Que mostrou tanto empenho
Tudo que vivenciou
Na infância no Engenho
Do Nordeste açucareiro
Quantas saudades eu tenho.
Com esse folheto eu venho
Tentando contribuir
Esse exemplo é nobre
Então devemos seguir
Um modelo de passado
Que eu queria repetir.
José Lins resolveu ir
No Recife estudou
Faculdade de Direito
Onde entrou e cursou
Foi no ano Vinte e três (1923)
Que José Lins se formou
Certo dia se casou
Com Filomena se uniu
E foi para Maceió
José Lins se transferiu
Daí Rio de Janeiro
Onde o mundo o descobriu.
Nem tudo o mundo viu
Precisa estudar ainda
Os conceitos do período
O estudo nunca finda
E por isso ainda hoje
José Lins tá na Berlinda.
Na Fliporto em Olinda
A cidade foi um porto
De evento internacional
Batizado de Fliporto
Foi prestada homenagem
Ao autor de “Fogo Morto.”
O Cordelista no horto
Resolveu, pois escrever
A vida de José Lins
Para você conhecer
É só prestar atenção
Para você entender.
José Lins veio nascer
Nesse Nordeste distante
Criou-se com seus avós
Foi um rapaz elegante
Seus pais eram Amélia Lins
João do Rego Cavalcanti.
Vamos seguir adiante
Dia três seu nascimento
Foi no mês de São João
Em Junho, Mil Novecentos
E Um, foi bem neste ano
Que nasceu esse rebento.
É preciso ser atento
Reconhecer seu valor
O Nordeste tem orgulho
Desse cabra lutador
José Lins é o modelo
Que temos de escritor.
Pra falar desse autor
Eu já fiz toda leitura
Assim lembro o doce mel
Melaço e rapadura
O sabor do nosso engenho
Está na literatura.
Minha vida era dura
Quando era adolescente
Li Menino de Engenho
E fiquei muito contente
Lá no CFPJ
Era dureza o batente.
Apresentei lá na frente
Abordei a transição
O declínio dos engenhos
A Usina em ascensão
O Nordeste que passava
Por grande transformação.
Era trem na Estação
Transportando gente e mel
Pra chegada da Usina
O Engenho tira o chapéu
De Zé Lins sou testemunha
Podem perguntar ao céu.