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Livro celebra os 20 anos do filme ‘Baile Perfumado’
30/10/2016 09:24 em Notícias

'A aventura do Baile Perfumado' reúne uma série de depoimentos, fotos, e outras memórias sobre o longa que marcou a retomada do cinema pernambucano

 

Entrevistas, diários de gravações, artigos, fotos e o roteiro original do filme Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, estão compilados no livro A Aventura do Baile Perfumado. A publicação organizada pelos professores da UFPE, Paulo Cunha e Amanda Mansur, foi lançada no Recife, na última quinta-feira (27), e contou com a presença dos organizadores e outros envolvidos na produção do livro. 

Lançado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), o livro é uma espécie de dossiê sobre o processo criativo do filme gravado entre junho e julho de 1995, em locações no Recife e também no sertão nordestino, e que marcou a retomadas da produção do cinema pernambucano, 18 anos após o último longa feito no estado.

Segundo Amanda Mansur, a ideia do livro surgiu como forma de comemorar os 20 anos de lançamento do filme. “Numa conversa com os realizadores, demonstramos a importância de comemorar os 20 anos do Baile Perfumado e de resgatar essa história. Ele foi o filme vencedor do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de 1996, e esse ano o festival também decidiu homenageá-lo. Durante o evento, a gente realizou o primeiro lançamento do livro”, comenta a organizadora.

“Dessa vez, aqui no Recife, vai ser um encontro mais especial porque vamos contar com a presença de várias pessoas envolvidas na construção da publicação”, comemora. “Dentre os documentos, há mais de 100 fotos de Fred Jordão, peças de cenografia de Adão Pinheiro, diretor de artes do filme, a versão original do roteiro, escrito por Lírio Ferreira e com algumas anotações do Hilton Lacerda. Outro resgate bem interessante é o diário que Samuel Paiva, que hoje é professor da Universidade de São Carlos e, na época, era vídeo assistente. A gente pensou em trazer o máximo possível dessa memória.”

A Aventura do Baile Perfumado apresenta algumas curiosidades sobre as gravações do filme, como um momento envolvendo o ator Luiz Carlos Vasconcelos, que interpretou Lampião. Durante as seis semanas de filmagem, ele nunca tirou as roupas do personagem e também não se afastou dos cães que integravam o papel do cangaceiro. 

Outra situação trata do cantor e compositor Chico Science, que este ano completaria 50 anos. Apesar da sua atividade intensa na música, esta foi a única vez em que participou diretamente da composição de uma trilha sonora para um filme, que será executada ao longo do evento.

O livro traz ainda um texto do historiador Frederico Pernambucano de Mello, um dos maiores especialistas brasileiros sobre o cangaço e que trabalhou como consultor durante as gravações do longa. A ideia era fazer com que o personagem de Lampião fosse retratado em Baile Perfumado pela primeira vez na sua dimensão mais complexa e moderna.

O filme foi também responsável pela formação de uma geração inteira de profissionais. Marcelo Gomes, por exemplo, foi assistente de produção, enquanto que Hilton Lacerda ocupou o cargo de roteirista e Cláudio Assis, de produtor. Adelina Pontual foi continuísta do filme e Valéria Ferro começou ali sua carreira no som direto, entre outros nomes do nosso cinema.

 

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