Falar de toda grandeza
Nos versos desse cordel
Falar de toda beleza
Que está atrás como véu
Carpina linda princesa
Que vejo perto do céu
Carpina é um troféu
Uma cidade altar
Situada num planalto
Para quem quer avistar
Ou deseja simplesmente
Seus encantos admirar
Quantos vão lá descansar
O seu clima aconchegante
E espera o sol nascer
Para vê-lo radiante
Um passeio na cidade
Nos torna mais confiante
Uma cidade importante
Não tem nem comparação
É passagem para todos
Que entram na região
Destaque da Mata Norte
Faço-te uma saudação
Eu deixei o meu torrão
Foi contra minha vontade
Era menino o destino
Tão novo sua idade
Voando longe caçava
Uma oportunidade
Deixei amada cidade
Minha querida Carpina
No passado o matuto
Tinha sempre essa sina
Ficou parte da família
A minha irmã Marina
Ainda era menina
Ficou com a minha vó
Recife foi meu destino
Cidade grande é um nó
A gente ver tanta gente
Mas em fim se sente só
Carpina é meu xodó
Fonte de inspiração
Eu vou falar por aí
Desse meu lindo torrão
Não há lugar nesse mundo
Melhor diz meu coração
Vedete da região
Por todos é desejada
No peito mora a saudade
Dessa minha terra amada
Quando parti foi chorando
Mas isso é água passada
Por mim és sempre lembrada
Estás no meu coração
Não importa se estou longe
Pra sempre és meu torrão
Desejo um dia voltar
Para viver no meu chão
Em minha recordação
Esse rincão diferente
Crianças em tuas praças
Brincando ali tão contente
Em tuas largas calçadas
Passeando muita gente
Uma cidade imponente
E simples por natureza
No centro da Mata Norte
Carpina linda princesa
Quem passa por teu caminho
Contempla tua beleza
Quão grande é tua riqueza
Que belo canavial
Quão lindas tuas fileiras
Palmeiras imperial
E no mundo não existe
Outra beleza igual
Escrito assim no jornal
Pra ficar bem registrada
Essa cidade passagem
Para alguns já foi pousada
Cativando os visitantes
Tornou-se então morada
Carpina cidade amada
Guardo-te no coração
Na Praça de São José
A estátua do leão
Revela o teu passado
História e tradição
Heróis da revolução
Bem aqui refugiados
Reagiram com bravura
São leões do nosso Estado
Descansaram em Carpina
Depois de haverem lutado
Saudade do teu passado
Bonitas recordações
Já foi o Chã de Carpina
Foi florestas dos leões
Lenhadores Espanadores
Recordo os teus salões
Mando minhas saudações
Aos povos adjacentes
De passagem por Carpina
Revelam ficar contentes
Admiram a paisagem
Sonham em ficar com a gente
Um turista inteligente
Fez foto do carpinteiro
Comprou e levou as peças
De Miro mamulengueiro
Conheceu toda história
Lendo Tereza Cisneiro
Cantando pra o mundo inteiro
Paulinho do Acordeom
Ramos é Rádio e TV
Jornal VP ponto com
Carpina chegou a Atlanta
Junto com mestre Solon
Pense num lugar tão bom
Tive uma bela visão
Da torre da Telemar
Avistei a região
Clicou beleza meus olhos
Te faço a revelação
Fui à Praça do Leão
Lembrei os bravos guerreiros
Depois fui observar
Estátua do carpinteiro
Carpina tem o seu nome
Devido ao tanoeiro
Um nome bem brasileiro
Lembra um trabalhador
Era Martinho Francisco
Um sujeito de valor
Competente e dedicado
Todos viam seu labor
Era confeccionador
Fabricava com madeira
As caixas que transportavam
Produção açucareira
Levando assim o produto
Da zona canavieira
Que terra hospitaleira
Visite nosso São João
Cantamos nossas raízes
E as coisas do sertão
E a cultura da terra
Marcante em nossa canção
Carpina programação
Uma agenda muito boa
Teatro de Mamulengo
Tem o Silvério Pessoa
A cidade que se ergue
Com tijolo da camboa
A canção que se entoa
É do boi para dormir
É folclore de Carpina
Que serve pra divertir
É cultura para o mundo
Que um dia saiu daqui
Vale sempre refletir
Retomar a discussão
Lembro de Carlinhos Melo
Imagem do Gonzagão
Que devia tá na praça
Em memória do baião
No lindo mês do São João
O povo vai festejar
Santo Antonio e São Pedro
Palhoções nem vou contar
Espalhados pelas ruas
Tanta gente pra dançar
Histórias para contar
E deslindar tradições
Bonecos de Mamulengo
Danças e superstições
Folclore aqui é riqueza
Miro encanta multidões
É terra de artesãos
De Saúba estou lembrado
João Galego e Marlene
Ladvan tem trabalhado
Mestre Gilvan das Burrinhas
Tem muito se destacado
João Maia também tem dado
Uma prova singular
Marceneiro de destaque
Sua arte é popular
E Fábio Luna pintando
A região quer mostrar
Na arte de declamar
Os versos rimas e prosa
Além de Ivaldo Batista
Também Izac Barbosa
Tem Severino da Luz
Poesia tão valorosa
Carpina é preciosa
Na arte tem um celeiro
Edite e Luiz de França
Tem Ramos o forrozeiro
Flávio Chaves e Lizá
E Leonilton Carneiro
Durante o ano inteiro
Sempre se ouve fala
O poeta Carlos Ayres
Tem valor nesse lugar
E o cientista Félix
Faz Carpina decolar
Eu gosto de contemplar
Teu vasto canavial
E da praça admirar
Esse lindo visual
O vento que beija a folha
Da palmeira imperial
Não tem pra mim nada igual
Festa de emancipação
Tem oitenta e nove anos
É só comemoração
A minha alma é tiete
Desse meu lindo torrão
Esse pedaço de chão
Quem protege é São José
Lá na rua da matriz
No alto está em pé
Pode ir lá conferir
Pra manter viva a fé
No carnaval se puder
É uma boa pedida
E do turismo rural
Tem sido a preferida
Difícil é querer sair
Na hora da despedida
Carpina é muito querida
Lembro a festa de reis
Todo anos no inicio
Sempre no primeiro mês
Janeiro é sempre festa
Nos dias cinco e seis
Quem volta lá outra vez
Em sinal de que gostou
O Natal lá de Carpina
O mundo admirou
O planalto está em festa
E a cidade brilhou
Por isso nos conquistou
Somos magos do oriente
Que vendo esse tal brilho
Um visto resplandecente
Corremos para o encontro
E chegamos tão contente
Essa cidade da gente
Tão limpa e acolhedora
De gente tão respeitosa
Honesta e trabalhadora
Devia ter um monumento
Quem sabe uma manjedoura
Carpina é lutadora
O teu destino é vencer
Minha cidade planalto
Pra mim sempre hás de ser
Berço que Deus escolheu
E deu-me para nascer
Hoje também posso ver
Que o destino mandou
Eu sair por todo mundo
E falar de quem eu sou
Um homem ligado a terra
Minha raiz que ficou
No alto agora estou
Fazendo declamação
Quem sabe assim exaltando
Teu nome na região
Mostrando no litoral
Levando-te pro sertão
Em toda ocasião
Carpina eu lembro de ti
Sempre em minhas viagens
Jamais eu te esqueci
Eu nunca te abandonei
Nem mesmo quando parti
Tenho que agora seguir
Não pense que é despedida
Sou teu arauto pra sempre
Minha cidade querida
Saio sempre, mas eu volto
Isso são coisas da vida