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Carpina: cidade planalto, capital do mamulengo
Coluna do Cordel
Publicado em 11/05/2018

Falar de toda grandeza

Nos versos desse cordel

Falar de toda beleza

Que está atrás como véu

Carpina linda princesa

Que vejo perto do céu

 

Carpina é um troféu

Uma cidade altar

Situada num planalto

Para quem quer avistar

Ou deseja simplesmente

Seus encantos admirar

 

Quantos vão lá descansar

O seu clima aconchegante

E espera o sol nascer

Para vê-lo radiante

Um passeio na cidade

Nos torna mais confiante

 

Uma cidade importante

Não tem nem comparação

É passagem para todos

Que entram na região

Destaque da Mata Norte

Faço-te uma saudação

 

Eu deixei o meu torrão

Foi contra minha vontade

Era menino o destino

Tão novo sua idade

Voando longe caçava

Uma oportunidade

 

Deixei amada cidade

Minha querida Carpina

No passado o matuto

Tinha sempre essa sina

Ficou parte da família

A minha irmã Marina

 

Ainda era menina

Ficou com a minha vó

Recife foi meu destino

Cidade grande é um nó

A gente ver tanta gente

Mas em fim se sente só

 

Carpina é meu xodó

Fonte de inspiração

Eu vou falar por aí

Desse meu lindo torrão

Não há lugar nesse mundo

Melhor diz meu coração

 

Vedete da região

Por todos é desejada

No peito mora a saudade

Dessa minha terra amada

Quando parti foi chorando

Mas isso é água passada

 

Por mim és sempre lembrada

Estás no meu coração

Não importa se estou longe

Pra sempre és meu torrão

Desejo um dia voltar

Para viver no meu chão

 

Em minha recordação

Esse rincão diferente

Crianças em tuas praças

Brincando ali tão contente

Em tuas largas calçadas

Passeando muita gente

 

Uma cidade imponente

E simples por natureza

No centro da Mata Norte

Carpina linda princesa

Quem passa por teu caminho

Contempla tua beleza

 

Quão grande é tua riqueza

Que belo canavial

Quão lindas tuas fileiras

Palmeiras imperial

E no mundo não existe

Outra beleza igual

 

Escrito assim no jornal

Pra ficar bem registrada

Essa cidade passagem

Para alguns já foi pousada

Cativando os visitantes

Tornou-se então morada

 

Carpina cidade amada

Guardo-te no coração

Na Praça de São José

A estátua do leão

Revela o teu passado

História e tradição 

 

Heróis da revolução

Bem aqui refugiados

Reagiram com bravura

São leões do nosso Estado

Descansaram em Carpina

Depois de haverem lutado

 

Saudade do teu passado

Bonitas recordações

Já foi o Chã de Carpina

Foi florestas dos leões

Lenhadores Espanadores

Recordo os teus salões

 

Mando minhas saudações

Aos povos adjacentes

De passagem por Carpina

Revelam ficar contentes

Admiram a paisagem

Sonham em ficar com a gente

 

Um turista inteligente

Fez foto do carpinteiro

Comprou e levou as peças

De Miro mamulengueiro

Conheceu toda história

Lendo Tereza Cisneiro

 

Cantando pra o mundo inteiro

Paulinho do Acordeom

Ramos é Rádio e TV

Jornal VP ponto com

Carpina chegou a Atlanta

Junto com mestre Solon

 

Pense num lugar tão bom

Tive uma bela visão

Da torre da Telemar

Avistei a região

Clicou beleza meus olhos

Te faço a revelação

 

Fui à Praça do Leão

Lembrei os bravos guerreiros

Depois fui observar

Estátua do carpinteiro

Carpina tem o seu nome

Devido ao tanoeiro

 

Um nome bem brasileiro

Lembra um trabalhador

Era Martinho Francisco

Um sujeito de valor

Competente e dedicado

Todos viam seu labor

 

Era confeccionador

Fabricava com madeira

As caixas que transportavam

Produção açucareira

Levando assim o produto

Da zona canavieira

 

Que terra hospitaleira

Visite nosso São João

Cantamos nossas raízes

E as coisas do sertão

E a cultura da terra

Marcante em nossa canção

 

Carpina programação

Uma agenda muito boa

Teatro de Mamulengo

Tem o Silvério Pessoa

A cidade que se ergue

Com tijolo da camboa

 

A canção que se entoa

É do boi para dormir

É folclore de Carpina

Que serve pra divertir

É cultura para o mundo

Que um dia saiu daqui

 

Vale sempre refletir

Retomar a discussão

Lembro de Carlinhos Melo

Imagem do Gonzagão

Que devia tá na praça

Em memória do baião

 

No lindo mês do São João

O povo vai festejar

Santo Antonio e São Pedro

Palhoções nem vou contar

Espalhados pelas ruas

Tanta gente pra dançar

 

Histórias para contar

E deslindar tradições

Bonecos de Mamulengo

Danças e superstições

Folclore aqui é riqueza

Miro encanta multidões

 

É terra de artesãos

De Saúba estou lembrado

João Galego e Marlene

Ladvan tem trabalhado

Mestre Gilvan das Burrinhas

Tem muito se destacado

 

João Maia também tem dado

Uma prova singular

Marceneiro de destaque

Sua arte é popular

E Fábio Luna pintando

A região quer mostrar

 

Na arte de declamar

Os versos rimas e prosa

Além de Ivaldo Batista

Também Izac Barbosa

Tem Severino da Luz

Poesia tão valorosa

 

Carpina é preciosa

Na arte tem um celeiro

Edite e Luiz de França

Tem Ramos o forrozeiro

Flávio Chaves e Lizá

E Leonilton Carneiro

 

Durante o ano inteiro

Sempre se ouve fala

O poeta Carlos Ayres

Tem valor nesse lugar

E o cientista Félix

Faz Carpina decolar

 

Eu gosto de contemplar

Teu vasto canavial

E da praça admirar

Esse lindo visual

O vento que beija a folha

Da palmeira imperial

 

Não tem pra mim nada igual

Festa de emancipação

Tem oitenta e nove anos

É só comemoração

A minha alma é tiete

Desse meu lindo torrão

 

Esse pedaço de chão

Quem protege é São José

Lá na rua da matriz

No alto está em pé

Pode ir lá conferir

Pra manter viva a fé

 

No carnaval se puder

É uma boa pedida

E do turismo rural

Tem sido a preferida

Difícil é querer sair

Na hora da despedida

 

Carpina é muito querida

Lembro a festa de reis

Todo anos no inicio

Sempre no primeiro mês

Janeiro é sempre festa

Nos dias cinco e seis

 

Quem volta lá outra vez

Em sinal de que gostou

O Natal lá de Carpina

O mundo admirou

O planalto está em festa

E a cidade brilhou

 

Por isso nos conquistou

Somos magos do oriente

Que vendo esse tal brilho

Um visto resplandecente

Corremos para o encontro

E chegamos tão contente

 

Essa cidade da gente

Tão limpa e acolhedora

De gente tão respeitosa

Honesta e trabalhadora

Devia ter um monumento

Quem sabe uma manjedoura

 

Carpina é lutadora

O teu destino é vencer

Minha cidade planalto

Pra mim sempre hás de ser

Berço que Deus escolheu

E deu-me para nascer

 

Hoje também posso ver

Que o destino mandou

Eu sair por todo mundo

E falar de quem eu sou

Um homem ligado a terra

Minha raiz que ficou

 

No alto agora estou

Fazendo declamação

Quem sabe assim exaltando

Teu nome na região

Mostrando no litoral

Levando-te pro sertão

 

Em toda ocasião

Carpina eu lembro de ti

Sempre em minhas viagens

Jamais eu te esqueci

Eu nunca te abandonei

Nem mesmo quando parti 

 

Tenho que agora seguir

Não pense que é despedida

Sou teu arauto pra sempre

Minha cidade querida

Saio sempre, mas eu volto

Isso são coisas da vida

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