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22º Festival Preamp anuncia line-up da Mostra Musical, conexão entre as tradições e as novas tecnologias
Carnaval de Pernambuco
Publicado em 18/02/2025

Evento apresenta 18 shows gratuitos, de artistas convocados pelo edital e de convidados, na sexta-feira (21) e no sábado (22), no Cais do Alfândega, no Bairro do Recife

O Festival Preamp 2025, em sua 22ª edição, tem a satisfação de trazer ao público mais uma programação da Mostra Musical Preamp. Um recorte do que há de novidade na cena musical de Pernambuco levando artistas contemporâneos e no início da carreira para o palco armado no Cais do Alfândega, no Bairro do Recife, ao lado de outras atrações com mais tempo e experiência de estrada. Os shows estão marcados para a sexta-feira (21) e sábado (22) da próxima semana, naquele clima enérgico típico das semanas pré-carnavalescas no Recife. Na ocasião, o Preamp conta com um line-up de peso, com 18 shows gratuitos que fazem jus ao tema do evento deste ano: “Minha memória é feita de passado, mas meu coração é cheio de futuro”. A reflexão provocou um diálogo entre a tradição da cultura pernambucana com o que há de mais tecnológico nas ferramentas de produção musical e técnica hoje em dia.

O Festival Preamp 2025 é realizado pela Articulação Musical Pernambucana (AMP), com patrocínio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura do Recife e Fundação de Cultura Cidade do Recife. Tem o apoio cultural do Governo do Estado, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Também conta com a parceria do Ministério da Cultura (MinC), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Uniaeso, Compaz Recife, Museu Cais do Sertão, FriSabor, Babylon Station, Frutteto, Fino Nordeste Bolo de Rolo, MHZ Produções e Born Light.

Na sexta-feira (21), a partir das 18h, a 22ª edição do Festival Preamp recebe no palco as atrações: Afoxé Oyá Alaxé, Jambre, TremSete, Marcelo Cavalcante, Zendo, Platônicca e Joyce Alane, com DJ Nadejda nos intervalos.

No sábado (22), a partir das 16h, a programação conta com um cortejo do Maracatu Nação Camaleão e convidados, com saída da Praça do Arsenal em direção ao palco no Cais do Alfândega. Em seguida acontecem os shows de Edun Ará Sang, Caetana, Briê, Voz Nagô, Etnia, Barbarize, Plugins e Otto, fechando a noite, com discotecagem de DJ Infa Vermelho.

Segundo Fábio Cavalcante, coordenador geral do Preamp 2025, os 22 anos de trajetória consolidam o festival como um ambiente democrático e de intercâmbio entre músicos e técnicos reforçando o compromisso do festival com o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor da música em Pernambuco.

“A proposta deste ano foi promover uma reflexão sobre a relação entre o passado e o futuro. Sobre a necessidade de preservarmos a identidade musical pernambucana, mas em paralelo explorarmos novos sons, formatos e métodos de produção, de distribuição e de consumo musical. A programação da Mostra Musical Preamp 2025 é um retrato dessa ideia reunindo atrações que carregam nossas tradições ou que flertam com gêneros mais modernos. Todas de muita qualidade e com características marcantes que reforçam a potência da música pernambucana”, ressaltou Fábio Cavalcante.

CURADORIA - A Mostra Musical Preamp 2025 divulgou um edital aberto que contou com mais de 200 inscrições de artistas dos mais variados gêneros musicais. Por meio de uma curadoria formada por produtores e curadores convidados, o festival chegou às seis atrações que integram a programação: Jambre, TremSete, Marcelo Cavalcante, Caetana, Briê e Voz Nagô.

Elas recebem uma mentoria voltada ao desenvolvimento de suas carreiras artísticas com profissionais renomados. Além disso, as três mais bem pontuadas pela curadoria garantiram vaga na programação do Carnaval do Recife deste ano.

Dani Carmesim, que é cantora e compositora com mais de dez anos dedicados à música, foi uma das curadoras da mostra. Sua primeira vez participando de um festival do outro lado da história, dessa vez na missão de analisar as atrações que estão na programação.

“Foi muito importante para mim também, como artista, como cantora, compositora, ter esse olhar mais técnico. O Preamp sempre dá oportunidades para os artistas que estão começando e os que estão há muito tempo na estrada como eu. E fortalece a cena não só na questão de levar novas bandas ao palco, mas também na formação, no aprimoramento do trabalho técnico desses artistas”, comentou a artista, que compõe a curadoria da mostra junto a Renato L. e João Cavalcanti.

Serviço:

MOSTRA MUSICAL PREAMP 2025 - sexta-feira (21), a partir das 18h; e sábado (22), a partir das 16h (com cortejo do Maracatu Nação Camaleão e convidados – saída da Praça do Arsenal da Marinha em direção ao palco), no Cais do Alfândega (Bairro do Recife). Acesso gatuito

 

Programação:

 

Sexta-feira (21)

 

18h – Afoxé Oyá Alaxé

19h – Jambre

19h50 – TremSete

20h40 – Marcelo Cavalcante

21h30 – Zendo

22h20 – Platônicca

23h40 – Joyce Alane

Intervalos – DJ Nadejda

 

Sábado (22)

 

16h – Maracatu Nação Camaleão (cortejo com convidados)

18h – Edun Ará Sangô

18h50 – Caetana

19h40 – Briê

20h30 – Voz Nagô

21h20 – Etnia

22h20 – Barbarize

23h20 – Plugins

0h20 – Otto

Intervalos – DJ Infa Vermelho

 

As atrações:

 

Briê

A artista sobe ao palco com o show INSANA, seu primeiro solo que entrelaça a música, dança e espiritualidade num espetáculo poderoso., inspirado no EP visual homônimo lançado em janeiro deste ano. A obra autoral apresenta cinco faixas: Mel, Foice (feat. Bell Puã), Insana, Deusa e Sopro (feat. Siba Puri), que contaram com a produção musical de Ed Wav e misturam gêneros como reggae, hip-hop, brega romântico, brega funk e afrobeat. Nessa pegada, Briê transita entre o amor e a desilusão, superação e liberdade, conectando-se à sua força feminina e à vivência como mãe em puerpério ao lado de um balé reconhecido. Neste caldeirão artístico, ela cria seu próprio universo, um lugar onde a ancestralidade e a tecnologia se encontram e se fundem.

 

TremSete

Diretamente do UR-11, TremSete chega quebrando tudo e mostrando pra o público porque, com apenas 16 anos, já é considerada a rainha do grime, conquistando seu espaço com muita originalidade e atitude. Desde o lançamento de Baratino do Carai, seu primeiro EP, em collab com Zoe Beats, TremSete não parou mais. O trabalho ultrapassou 10 mil streamings orgânicos e tomou conta de outros festivais como o Rec’n’Play, Brasil Grime Show e do projeto Destalado. Agora, com contrato assinado com a Super Trap Records, a artista segue crescendo e promete um show pesado no Cais do Alfândega;

 

Voz Nagô

O grupo apresenta a essência da força da ancestralidade e da musicalidade afro-nordestina, com uma formação exclusivamente feita por mulheres negras, e carrega em sua trajetória a potência dos afoxés, maracatus e batuques. Criado em 2009, pelo mestre Naná Vasconcelos, o Voz Nagô tornou-se referência na cena musical e já dividiu momentos históricos com Angelique Kidjo, Milton Nascimento, Elba Ramalho, Lenine e tantos outros nomes da música mundial. Neste ano, se prepara para lançar seu primeiro álbum e seguir firme na missão de exaltar as tradições afro.

 

Marcelo Cavalcante

Músico, compositor e produtor pernambucano, Marcelo Cavalcante se destaca por sua versatilidade e profunda conexão com os ritmos da cultura nordestina. Com uma trajetória marcada pela pesquisa e reinterpretação do frevo, coco, maracatu e ijexá, ele já acompanhou grandes nomes como Mestre Ferrugem, Dona Glorinha do Coco e Dona Cila do Coco, além de se apresentar em festivais como a Feira da Música de Fortaleza e o Festival Contemporâneos na Caixa Cultural.Fundador do projeto Samba do Carcará, que revisita canções marcantes do período da Ditadura Militar, Marcelo também tem uma forte atuação no teatro e na música autoral.

 

Caetana

A multiartista Caetana carrega consigo toda a potência da arte, representando a diversidade e a força da cultura nordestina. Primeira cantora trans a gravar um frevo no Brasil, apresenta o show Futuro Caetana Afronordestina, fusão única de maracatu, coco de roda, ciranda e muito mais, criando uma experiência musical vibrante que mistura tradição e inovação. Caetana foi citada na Rolling Stone Brasil como uma das 25 vozes que representam o futuro da música no Brasil. Além disso, seu álbum de estreia, o Afronordestina, recebeu destaque em diversas publicações musicais como a Revista Noize.

 

Jambre

A banda mistura o peso e a nostalgia do rock setentista com elementos das latinidades, música pop, os batuques das religiões de matriz afro-indígena e referências da cultura popular. O resultado é uma sonoridade autêntica e plural que rompe as convenções do rock tradicional. Formada em 2021, por Antonio Nolasco (guitarra e vocal), Luiz de Aquino (baixo e vocal), Henrique Falcão (percussões), Saw Lima (bateria) e Ciro Gonçalves (guitarra), a Jambre vem conquistando espaço nos palcos e fortalecendo o cenário underground da Região Metropolitana do Recife. Com um single lançado e apresentações marcantes no Iraq, Darkside, Usina Energisa (PB), Festival REC’n’Play, Festival das Juventudes e Teatro Luiz Mendonça, a Jambre segue expandindo suas conexões com novas possibilidades.

 

Afoxé Oyá Alaxé

O grupo celebra 20 anos de resistência, ancestralidade e cultura afro-diaspórica com o espetáculo Ilê Idilê Mimó – Terreiro da Família Sagrada. No palco, a batida dos tambores e a dança nagô ecoam a força dos ancestrais, reafirmando a importância da cultura negra, da religiosidade de terreiro e da luta por representatividade. O afoxé é mais do que um grupo musical: é um movimento de transformação social que fortalece a identidade negra através de projetos como Afoxé: O Poder da Palavra Negra, a Quinta Nagô e o Balé Nagô Ajô (BNA). No palco, a batida dos tambores e a dança nagô ecoam a força dos ancestrais, reafirmando a importância da cultura negra, da religiosidade de terreiro e da luta por representatividade.

 

Edun Ará Sangô

Criado por Leonardo Salomão, o grupo reúne músicos negros e irmãos de terreiro do Recife, trazendo um espetáculo vibrante que ecoa a tradição iorubá, a fé nos orixás e a potência da cultura afro-brasileira. Com um repertório que mescla batidas afro-brasileiras e influências do continente africano, o grupo celebra a herança cultural e espiritual de Xangô, orixá da justiça e do fogo. No palco, Negra Dany, Ninha Meneses, Thúlio Xambá, Madson Japa e Beto Xambá unem música e dança para conectar o público a uma experiência de fé, resistência e identidade. O legado de Leonardo Salomão segue vivo em cada apresentação do grupo, honrando suas composições como Olhar de Fé, Yaô, Respeita Meu Axé e Oyá Dolú, com a energia dos tambores ancestrais e a celebração da cultura afro-brasileira em sua essência.

 

Platônicca

A artista vem conquistando espaço na cena musical pernambucana com sua sonoridade envolvente e letras que mergulham nas complexidades do amor e dos relacionamentos. Misturando referências do reggae, pop, afrobeat e ritmos nordestinos, Platônicca cria uma identidade única, traduzindo emoções em canções que conquistam o público. Com um trabalho que transita entre a doçura e a intensidade das relações humanas, Platônicca já se apresentou em importantes festivais e eventos, como o Festival de Inverno de Garanhuns e o Carnaval do Recife, dentre outros, ganhando reconhecimento pela originalidade de suas composições e pela força de suas performances ao vivo. Seu repertório reflete a riqueza da cultura nordestina, ao mesmo tempo em que dialoga com sonoridades globais, conectando passado e futuro.

 

Barbarize

Diretamente comunidade do Bode, no bairro do Pina, no Recife, o duo Bárbara Vitória e YuriLumin agora estão acompanhados de uma banda poderosa e um espetáculo intenso, quente e pulsante. Barbarize não é só um show, é um manifesto de resistência e celebração. Com letras afiadas, beats envolventes e presença de palco avassaladora, essa performance transforma o show no território de liberdade e conexão ancestral, com a energia das ruas e a força da periferia.

 

Plugins

Da Zona Oeste do Recife para o mundo, a Plugins vai detonar tudo com sua mistura insana de rap, hardcore e new metal. A banda construiu sua trajetória nos palcos dos maiores festivais do Nordeste, sempre entregando shows carregados de energia e composições abordando questões sociais como desigualdade, resistência e a realidade das periferias. Depois dos petardos Campo Minado e Deu Errado, eles se preparam para lançar o EP Sangue e Suor no Corre, uma promessa de grito de guerra para quem vive e luta na quebrada. Uma das músicas, o novo single Foda-se, com participação de Lua (Mennarca HC), será apresentado no show.

 

Etnia

Nascida no bairro de Peixinhos, Olinda, a banda traz na alma a essência do manguebeat e das comunidades do Brasil. Seu novo espetáculo presta homenagem a um dos maiores nomes da música popular brasileira, o eterno Bezerra da Silva, o embaixador dos morros e favelas. Com muita ginga, irreverência e identidade, a Etnia promete um show vibrante, com a poesia das ruas conectada com os ritmos de resistência que marcaram gerações.

 

Maracatu Nação Camaleão

Fundado em 1990, pelo mestre Márcio Carvalho, o Maracatu Nação Camaleão se consolidou como um símbolo da cultura pernambucana e da resistência popular. Sua origem é o bairro de Varadouro, em Olinda, e as raízes do candomblé, transformando a tradição em celebração vibrante e sem fronteiras. O Nação Camaleão já se apresentou no Fórum Mundial das Culturas, em Barcelona; no Notting Hill Carnival em Londres; e em diversos estados do Brasil. Suas oficinas e ensaios abrem espaço para que novos talentos

 

Zendo

Com um som que mistura o pop, a cultura hip-hop e as raízes pernambucanas, Zendo é um dos nomes mais promissores da cena musical atual. Campeão da seletiva Let’s Play 2023, o artista tem conquistado cada vez mais destaque, levando suas vivências como um corpo LGBT para o palco, com letras que falam de amores, desamores e empoderamento. Seu EP de estreia, Âmago (2024), é uma jornada de autoconhecimento e versatilidade apresentada nas seis faixas que revelam sua arte única e intensa. Zendo já é um ícone em ascensão e, com o reconhecimento como o Prêmio da Música de Pernambuco, mostra que está só começando.

 

Joyce Alane

Nascida no Recife e criada em Moreno, Joyce Alane começou sua trajetória musical ainda muito jovem, com aulas de canto no Conservatório de Música do Recife e um grande apoio da mãe. Apesar de interromper sua formação para focar nos estudos, Joyce Alane encontrou na internet, durante a pandemia, o caminho para sua grande virada. Com vídeos de covers e versões do brega, criou um quadro no qual escrevia músicas personalizadas a partir de palavras enviadas pelos seus seguidores. Indicada ao Prêmio Multishow 2023 e com parcerias, como Deixa Ir (Idiota Raiz), ao lado de João Gomes, sua voz tem ecoado por todo o Brasil. O aguardado primeiro álbum, Tudo É Minha Culpa, traz 11 faixas autorais e uma sonoridade única.

 

Otto

Não há limites para a musicalidade de Otto, cantor, percussionista e compositor pernambucano que atravessou três décadas de carreira e experimentou de tudo um monte. Do maracatu ao brega, do manguebeat ao samba, rock, eletrônica e tantas outras referências, criou uma sonoridade inconfundível destacada em obras como o lendário disco Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, que celebra 15 anos numa turnê incrível que revisita o álbum e seus maiores sucessos. Com mais de 30 anos de carreira, Otto continua a impressionar com sua energia e uma presença de palco arrebatadora. Não há dúvidas: Otto é um dos maiores nomes da música brasileira e segue mostrando que não há fronteiras no seu universo artístico.

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