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Lei reconhece quadrilhas juninas como manifestação da cultura nacional
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Publicado em 26/06/2024

Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste São João, a Lei nº 14.900 celebra importante segmento da cultura popular nordestina

 

A hora do balancê chegou com ainda mais vigor nesta segunda-feira (24) com a notícia que confirmou o que todos os nordestinos já vivem e sabem há décadas: as quadrilhas juninas foram reconhecidas como manifestação da cultura nacional. Com todo o simbolismo do dia de São João, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.900, que havia sido já aprovada pelo Congresso Nacional.

Com este título, as quadrilhas se somam às outras manifestações culturais reconhecidas como expressões autênticas da cultura brasileira, como o forró, escolas de samba, festas juninas e música gospel. Apesar dos festejos juninos já terem recebido tal reconhecimento em abril do ano passado, não havia nenhuma especificidade em relação às quadrilhas.

Como bem pontua o gestor de Patrimônio Imaterial da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Marcelo Renan, a Lei nº 14.900 não estabelece nenhuma política de patrimônio para as quadrilhas juninas, mas representa um reconhecimento dessa manifestação cultural.

“É um reconhecimento de notoriedade, que põe o segmento em evidência, visibilizando a importância das quadrilhas para estados onde as tradições juninas não são tão fortes quanto no Nordeste”, explica o pesquisador. “Apesar de não haver impacto direto para as quadrilhas, pois a lei não estabelece nenhum órgão responsável para trabalhar com o segmento, é importante celebrarmos. Se bem aproveitado, pode se transformar em políticas públicas e outras ações mais sólidas de salvaguarda.”

A origem e a importância das quadrilhas juninas

Elemento fundamental nas festas de São João, a quadrilha é uma dança que, como muitas outras tradições nacionais, tem origens diversas. Inicialmente reproduzida a partir do processo colonizador, a dança nasceu nos salões de baile franceses, onde se dançava em quatro duplas – daí o nome “quadrille”, que virou “quadrilha” em português. E apesar de ter chegado ao Brasil no século 19, ela só foi popularizada muitos anos depois.

Tanto as vestimentas quanto a narrativa das quadrilhas representam a brasilidade que realmente deu vida a esta tradição. O fato da quadrilha ter como centralidade narrativa um casamento é uma homenagem a Santo Antônio, o santo junino casamenteiro.

Em Pernambuco, como em todo o Nordeste, as quadrilhas ganharam uma nova dimensão cultural e econômica nos últimos anos. “Encontramos quadrilhas em todos os territórios pernambucanos, temos concursos e festivais produzidos por muitas instituições, assim como arraiás de bairros. Esse universo movimenta a economia e tem um papel primordial na formação de diversos profissionais da cultura, como músicos, dançarinos, maquiadores, costureiros, designer, cabeleireiros e coreógrafos, só para citar alguns”, ressalta Marcelo Renan, coordenador de Patrimônio Imaterial da Fundarpe.

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