Autor: IVALDO BATISTA
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Convido você leitor
Pra viajar ao sertão
Vem comigo pra Exu
Passear na região
Vamos pra o Araripe
Ao torrão de Gonzagão.
A terra aqui em questão
Um chão de festividade
A conhecida Exu
É pernambucanidade
Foi propagada ao mundo
Por uma celebridade.
Meu EXU é a cidade
Berço do Rei do Baião
É ninho da asa branca
Meu hino de coração
Que deu ao mundo um filho
Do qual se orgulha o sertão.
Esse ilustre cidadão
É qual um vocabulário
Gonzagão grande expressão
Deste nordeste lendário
Foi Exu que viu nascer
Esse grande dicionário.
Ele tá no imaginário
Qual flor de Mandacaru
É planta do meu sertão
Revelada por EXU
Que fez a nossa cidade
Ser manchete lá no sul.
Ninguém toca que nem tu
Gonzagão é qualidade
De Exu saiu novinho
Apesar da pouca idade
Provou que o sertanejo
Tem muita capacidade.
O nome desta cidade
Conhecida por EXU
Dizem ser corruptela
Veio da tribo ANÇU
Ou deriva da abelha
Cujo nome era INXU.
No hebraico IESHU
Pode ter conotação
Pois foi o povo marrano
Que viveram a aflição
Os aflitos de EXU
Por sofrer perseguição.
Sobre a sua ocupação
Exu foi terra habitada
Viveu os índios ançus
E depois foi ocupada
Muitas fazendas de gado
Na terra foi instalada.
Exu também é morada
Da família Alencar
Que no século dezoito
Nas terras veio morar
O coronel Leonel
Adorou este lugar.
As missões foram pra lá
O Jesuíta fundou
Capela do bom Jesus
Dos aflitos inaugurou
Foi assim na região
Como tudo começou.
Se você já estudou
Quero apenas lembrar
Em dois mil e vinte e três
Pudemos comemorar
Cento e dezesseis anos
Eu pude participar.
Esse bonito lugar
É fonte de inspiração
Novo Exu foi divulgado
Por seu filho Gonzagão
Nome antigo ou novo
Exu dá brilho ao sertão.
Pra viver neste torrão
Tem que ser cabra da peste
É onde impera a seca
Estiagem se repete
Mas Exu e exuense
É bandeira do Nordeste.
Aplaudida no Sudeste
Cujo povo vem saudar
Minha gente brasileira
Parou para admirar
Essa terra pé de serra
Que Luiz cantou por lá.
É fácil localizar
E nisso eu acredito
Ao oeste Bodocó
E ao sul está Granito
A leste tem Moreilândia
Meu Exu é mais bonito.
Estes lugares que eu cito
É terra que tem valor
Li na folha de Exu
Este jornal do pastor
E na folha exuense
Exu tem brilho e calor.
Escutei o locutor
Falar na rádio Acauã
Que vai ter especial
Com Gonzaga amanhã
Por que essa emissora
É uma rádio cidadã.
Bem cedo pela manhã
Vou visitar o museu
Memória de Gonzagão
Exu bem que mereceu
Receber todo acervo
Pois aqui ele nasceu.
O parque lá recebeu
O nome da melodia
Chamado de Asa Branca
Um tesouro pra família
Ele está sempre aberto
Toda hora todo dia.
As margens da rodovia
É tão fácil pra chegar
A cento e vinte e dois
A BR passa lá
O museu tá disponível
Você deve visitar.
Lá você vai encontrar
A história e o mausoléu
Muitas peças de Luiz
Inclusive seu chapéu
Só não encontra Sua Lua
Por que já subiu pra o céu.
Cumpriu bem o seu papel
De herança nos deixou
Um acervo grandioso
Ao museu presenteou
Exu tem essa riqueza
Valiosa que guardou.
Quem ali já passeou
Pode então contemplar
Santuário ecológico
Tão lindo de admirar
E as arvores centenárias
Cachoeiras do lugar.
Quem puder vá visitar
De Recife capital
São seiscentos e trinta
KM do litoral
Exu é bela cidade
Adoro este local.
Uma terra afinal
Cheia de encantos mil
De belezas encobertas
Que o mundo descobriu
Exu é um pedacinho
Do brilho deste Brasil.
Quem te vê e quem te viu
Já foi terra atrasada
Três famílias que brigavam
Numa batalha danada
Mas hoje tudo é festa
A paz já foi conquistada.
A cidade está mudada
De todos têm atenção
Da cultura virou pólo
Já tem até fundação
A de vovô Januário
Que é vovô do Baião.
Resgate da tradição
E também do social
Quem ensina uma arte
Produz um profissional
Exu é uma vitrine
Referência nacional
Teu canto foi triunfal
Qual um lindo passarinho
Que conquistou ao cantar
Este nordeste todinho
Tomara Deus que consigam
Tomar conta deste ninho.
Exu tu és um cantinho
Do acauã do azulão
Do Assum preto sem luz
Que ver com o coração
Morada do sabiá
É o luar do sertão.
Em minha recordação
Quero aqui destacar
O papel de uma mulher
De Exu pra revelar
Primeira republicana
Foi Bárbara Alencar.
Dela se ouve falar
Mulher forte e guerreira
Vó de José de Alencar
Heroína de primeira
Que lutou por liberdade
Sendo uma pioneira.
Entregou-se por inteira
E ocupou o seu lugar
É Exu se destacando
Conseguindo emplacar
A mulher tá na política
De Exu veio o exemplar.
Exu vai te conquistar
No ritmo do forró
Da sanfona pé de bode
E no calor de seu sol
Não há no mundo outra gente
Que toque ou dance melhor.
Daqui surgiu o maior
De todos os sanfoneiros
E na pesquisa que fiz
Até lá nos estrangeiros
Em toda enquete deu
O maior dos brasileiros.
É terra de sanfoneiros
E também de romaria
De um povo trabalhador
De Taboca a Rancharia
Que compartilha ao mundo
Seu canto sua poesia.
Para nossa alegria
Posso sempre reviver
A nação fica em festa
Parabéns para você
Exu e Luiz Gonzaga
Vim aqui para te ver.
Eu pude e tive o prazer
De conhecer sua história
Da infância de Gonzaga
A cidade é memória
Visitei a sua casa
Parte dessa trajetória.
Gonzaga está na glória
Mas é figura lembrada
Na cidade tem estátua
Onde foi eternizada
A imagem deste ilustre
Ali é sempre lembrada.
Exu hoje é governada
Por RAIMUNDO “Raimundinho”
Sobrenome conhecido
PINTO SARAIVA SOBRINHO
Que preserva a cultura
De Gonzaga com carinho.
O poder viu um caminho
Junto com o legislativo
Apoiando a cultura
Sempre participativo
A câmara é exemplo
Tem um poder decisivo.
Com trabalho efetivo
Muita determinação
O legislativo está
Dando continuação
Ao legado de Gonzaga
O grande rei do baião.
Terra e vegetação
Tudo é um desafio
A paisagem o açude
Riacho Brígida ou rio
Memória de quem cantou
O riacho do navio.
Neste folheto abrevio
A história do lugar
O nosso intuito é sempre
Ao povo incentivar
Conhecer a sua terra
E dela poder falar.
Em fim para terminar
Eu sou um gonzaguiano
Ivaldo Batista Costa
Do cordel pernambucano
Que valoriza Exu
E vem pra cá todo ano.
Escrevendo tenho um plano
Uma obstinação
Nos cordéis que eu escrevo
Faço sempre a citação
Do cidadão de Exu
O eterno Gonzagão.