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EXU-PE - Berço do Baião, Ninho da Asa Branca
Coluna do Cordel
Publicado em 10/11/2023

Autor: IVALDO BATISTA

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Convido você leitor

Pra viajar ao sertão

Vem comigo pra Exu

Passear na região

Vamos pra o Araripe

Ao torrão de Gonzagão.

 

A terra aqui em questão

Um chão de festividade

A conhecida Exu

É pernambucanidade 

Foi propagada ao mundo

Por uma celebridade.

 

Meu EXU é a cidade

Berço do Rei do Baião

É ninho da asa branca

Meu hino de coração

Que deu ao mundo um filho

Do qual se orgulha o sertão.

 

Esse ilustre cidadão

É qual um vocabulário

Gonzagão grande expressão

Deste nordeste lendário

Foi Exu que viu nascer

Esse grande dicionário.

 

Ele tá no imaginário

Qual flor de Mandacaru

É planta do meu sertão

Revelada por EXU

Que fez a nossa cidade

Ser manchete lá no sul.

 

Ninguém toca que nem tu

Gonzagão é qualidade

De Exu saiu novinho

Apesar da pouca idade

Provou que o sertanejo

Tem muita capacidade.

 

O nome desta cidade

Conhecida por EXU

Dizem ser corruptela

Veio da tribo ANÇU

Ou deriva da abelha

Cujo nome era INXU.

 

No hebraico IESHU 

Pode ter conotação

Pois foi o povo marrano

Que viveram a aflição

Os aflitos de EXU

Por sofrer perseguição. 

 

Sobre a sua ocupação

Exu foi terra habitada

Viveu os índios ançus 

E depois foi ocupada

Muitas fazendas de gado 

Na terra foi instalada.

 

Exu também é morada 

Da família Alencar

Que no século dezoito

Nas terras veio morar

O coronel Leonel

Adorou este lugar.

 

As missões foram pra lá

O Jesuíta fundou

Capela do bom Jesus

Dos aflitos inaugurou

Foi assim na região

Como tudo começou.

 

Se você já estudou

Quero apenas lembrar

Em dois mil e vinte e três 

Pudemos comemorar

Cento e dezesseis anos

Eu pude participar.

 

Esse bonito lugar

É fonte de inspiração

Novo Exu foi divulgado

Por seu filho Gonzagão

Nome antigo ou novo

Exu dá brilho ao sertão.

 

Pra viver neste torrão

Tem que ser cabra da peste

É onde impera a seca

Estiagem se repete

Mas Exu e exuense

É bandeira do Nordeste.

 

Aplaudida no Sudeste

Cujo povo vem saudar

Minha gente brasileira

Parou para admirar

Essa terra pé de serra

Que Luiz cantou por lá.

 

É fácil localizar

E nisso eu acredito

Ao oeste Bodocó

E ao sul está Granito

A leste tem Moreilândia

Meu Exu é mais bonito.

 

Estes lugares que eu cito

É terra que tem valor

Li na folha de Exu

Este jornal do pastor

E na folha exuense

Exu tem brilho e calor.

 

Escutei o locutor

Falar na rádio Acauã

Que vai ter especial

Com Gonzaga amanhã

Por que essa emissora

É uma rádio cidadã.

 

Bem cedo pela manhã

Vou visitar o museu

Memória de Gonzagão

Exu bem que mereceu

Receber todo acervo

Pois aqui ele nasceu.

 

O parque lá recebeu

O nome da melodia

Chamado de Asa Branca

Um tesouro pra família

Ele está sempre aberto

Toda hora todo dia.

 

As margens da rodovia

É tão fácil pra chegar

A cento e vinte e dois

A BR passa lá

O museu tá disponível 

Você deve visitar.

 

Lá você vai encontrar

A história e o mausoléu 

Muitas peças de Luiz

Inclusive seu chapéu

Só não encontra Sua Lua

Por que já subiu pra o céu.

 

Cumpriu bem o seu papel

De herança nos deixou

Um acervo grandioso

Ao museu presenteou

Exu tem essa riqueza

Valiosa que guardou.

 

Quem ali já passeou

Pode então contemplar

Santuário ecológico

Tão lindo de admirar

E as arvores centenárias

Cachoeiras do lugar.

 

Quem puder vá visitar

De Recife capital

São seiscentos e trinta

KM do litoral

Exu é bela cidade

Adoro este local.

 

Uma terra afinal

Cheia de encantos mil

De belezas encobertas

Que o mundo descobriu

Exu é um pedacinho

Do brilho deste Brasil.

 

Quem te vê e quem te viu

Já foi terra atrasada

Três famílias que brigavam 

Numa batalha danada

Mas hoje tudo é festa

A paz já foi conquistada.

 

A cidade está mudada

De todos têm atenção

Da cultura virou pólo

Já tem até fundação

A de vovô Januário

Que é vovô do Baião. 

 

Resgate da tradição

E também do social

Quem ensina uma arte

Produz um profissional

Exu é uma vitrine

Referência nacional  

 

Teu canto foi triunfal

Qual um lindo passarinho

Que conquistou ao cantar

Este nordeste todinho

Tomara Deus que consigam

Tomar conta deste ninho.

 

Exu tu és um cantinho

Do acauã do azulão 

Do Assum preto sem luz

Que ver com o coração

Morada do sabiá

É o luar do sertão. 

 

Em minha recordação

Quero aqui destacar

O papel de uma mulher

De Exu pra revelar

Primeira republicana

Foi Bárbara Alencar.

 

Dela se ouve falar

Mulher forte e guerreira

Vó de José de Alencar

Heroína de primeira

Que lutou por liberdade

Sendo uma pioneira.

 

Entregou-se por inteira

E ocupou o seu lugar

É Exu se destacando

Conseguindo emplacar

A mulher tá na política

De Exu veio o exemplar.

 

Exu vai te conquistar

No ritmo do forró

Da sanfona pé de bode

E no calor de seu sol

Não há no mundo outra gente

Que toque ou dance melhor.

 

Daqui surgiu o maior

De todos os sanfoneiros

E na pesquisa que fiz

Até lá nos estrangeiros 

Em toda enquete deu

O maior dos brasileiros.

 

É terra de sanfoneiros

E também de romaria

De um povo trabalhador

De Taboca a Rancharia

Que compartilha ao mundo

Seu canto sua poesia.

 

Para nossa alegria

Posso sempre reviver

A nação fica em festa

Parabéns para você

Exu e Luiz Gonzaga

Vim aqui para te ver.

 

Eu pude e tive o prazer

De conhecer sua história

Da infância de Gonzaga

A cidade é memória

Visitei a sua casa

Parte dessa trajetória.

 

 Gonzaga está na glória

Mas é figura lembrada

Na cidade tem estátua

Onde foi eternizada

A imagem deste ilustre

Ali é sempre lembrada.

 

Exu hoje é governada

Por RAIMUNDO “Raimundinho”

Sobrenome conhecido

PINTO SARAIVA SOBRINHO

Que preserva a cultura

De Gonzaga com carinho.

 

O poder viu um caminho

Junto com o legislativo

Apoiando a cultura

Sempre participativo

A câmara é exemplo

Tem um poder decisivo.

 

Com trabalho efetivo

Muita determinação 

O legislativo está 

Dando continuação 

Ao legado de Gonzaga

O grande rei do baião. 

 

Terra e vegetação

Tudo é um desafio

A paisagem o açude

Riacho Brígida ou rio

Memória de quem cantou

O riacho do navio.

 

Neste folheto abrevio

A história do lugar

O nosso intuito é sempre

Ao povo incentivar

Conhecer a sua terra 

E dela poder falar.

 

Em fim para terminar

Eu sou um gonzaguiano

Ivaldo Batista Costa

Do cordel pernambucano

Que valoriza Exu

E vem pra cá todo ano.

 

Escrevendo tenho um plano

Uma obstinação

Nos cordéis que eu escrevo

Faço sempre a citação 

Do cidadão de Exu 

O eterno Gonzagão.

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