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Cordel: Caruaru vem cá pra eu mostrar o que vi de lá do Monte Bom Jesus
Coluna do Cordel
Publicado em 30/05/2023

Autor: IVALDO BATISTA

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  Lá de cima do Morro Bom Jesus

Perto da Igrejinha pode crer 

Santa Luzia faz a gente vê

Muito mais do que o clarão da luz

Lá de cima do Morro do cuscuz

Tantas coisas me deixaram feliz

Do mirante qual FERNANDO “o juiz”

Minha cerviz me permite julgar

Vou com Nelson Barbalho concordar

Caruaru é de fato um país.

 

Vem comigo que quero te mostrar

A antena que tem lá virou PIFE

João do Pife nessa terra é grife 

Com seu instrumento pra encantar

Um bacamarte eu pude enxergar

Está lá lembrando o bacamarteiro

Tão marcante em solo brasileiro

Sua pólvora, barulho e fumaça

É folguedo que nossa gente abraça

É destaque nesse chão forrozeiro.

 

Lá do Morro do Bom Jesus eu vi

Mas só vê a cidade quem a ama

Xique xique, Andorinhas e Panorama

Serras dos cavalos e Murici

Mais de oitenta bairros eu percebi

Mas não vou citar a relação inteira

Vi o CEDRO e JOSÉ CARLOS OLIVEIRA

CAIUCÁ, SANTA ROSA e CENTENÁRIO

SÃO FRANCISCO e UNIVERSITÁRIO

BOA VISTA, SALGADO e RENDEIRA.

 

Lá do alto também pude avistar

O museu do barro e a catedral

Deu pra vê o palácio episcopal

Quem quiser vê vá lá pra comprovar

Dá pra vê, quando se quer enxergar

Até o museu do mestre Galdino

Na casa-museu mestre Vitalino

Vi EMANUELA e EMANUEL

Ele artesão e ela com pincel

É memória do pai Seu Severino.

 

Vi o teatro de MAMUSEBÁ

“Coroné” CORNÉLIO e AZULÃO

No Marco Zero Nossa CONCEIÇÃO

Reverente o povo passa lá

Museu da Fábrica de Caroá 

Com suas máquinas eu pude vê

Um registro outrora do poder

Ao tecer toda fibra que servia

Quanto orgulho a cidade sentia

Vendo a economia crescer.

 

No mirante, usando uma luneta

Veja caruaru pólo fabril

Restaurada Avenida Brasil

Vi ainda a famosa Rua Preta

Deu pra vê a estátua de Lambreta

De lá deu pra vê tudo que eu quero

Inclusive Otrope e Ludugero 

Coronel Há cinquenta anos morto

Eternizado na Coronel Porto

E na memória do humor espero.

 

Deu pra vê um espaço florestal

Lá na José Rodrigues de Jesus

Ir até lá eu já me predispus

O pic-nic é certo no local

Caruaru teu parque ambiental

Esta perto do centro da cidade

Muitas árvores, tanta diversidade

Há um lago e estacionamento

O pessoal vai lá por um momento

Pra viver a vida com qualidade.

 

Lá do morro vi o jornal Vanguarda

Na “TERCEIRO MUNDO” entre revistas

Quando noticiava os artistas

Nossa época era felizarda 

O impresso acabou e o povo guarda

As memórias desse jornal local

Que tem o status de imortal

Entre todos nós os pernambucanos

Hoje lembramos os seus noventa anos

Mesmo que na tal versão digital.

 

Vejo daqui o Pátio do Forró

Tenho lembrança da bonita Vila

Perto do Riachão de Mestre DÍLA

Na xilogravura foi mestre-mor

Foi o Papa da Lino e da Xiló

Cujo talento nos surpreendeu

O mundo inteiro o conheceu

Caruaru revelou para os povos

Os mais velhos hoje contam pra os novos

Desses frutos que essa terra deu.

 

Eu vi o convento dos capuchinhos

E o museu OLEGÁRIO FERNANDES

Qualquer pessoa que na feira ande

Vai lá para tomar um cafezinho

Dona BETÂNIA atende com carinho

OLEGARINHO conta a história

Do seu pai vem conservando a memória

Que em Caruaru foi menestrel

Um gigante, um monstro do cordel

Que no céu declama pra nossa glória.

 

Do Morro Bom Jesus eu vejo assim

Caruaru reflete grande brilho

Vejo o teu ilustre ISRAEL FILHO

E o gigante PETRÚCIO AMORIM

Seu ONILDO ALMEIDA eu vi sim

É a voz ampliada da cultura

Uma Rádio mostrando a criatura

Toda doçura e sensibilidade

“O ômi da feira” é qualidade

Toda cidade faz essa leitura.

 

Vejo uma terra hospitaleira

Quem vem de outra terra se acomoda

Vai comprar lá na Fábrica da Moda

Não esquecem também a nossa feira

Vai comprar direto da costureira

Na Sulanca, Paraguai e Calçados

Vejo os sulanqueiros esforçados 

Corre muito durante todo o dia

Negociando a mercadoria

Procurando sempre bons resultados.

 

Daqui vejo uma linda pracinha

Nela Nossa Senhora do Rosário

Quão charmoso esse belo cenário

Pra quem chega vê esta igrejinha

Do Indianópolis é vizinha

Quem caminha por lá presta atenção

É um charme aquela construção

Sobre a fundação não sei o ano

Mas vou saber do professor URBANO

Nosso mestre tem uma explicação.

 

Daqui vejo a Rua ZÉ TATU

Sua gente acordar de manhã 

Mas na Alferes Jorge está NATà

Dos oito baixos cantar qual LINDU 

A banda Fulô de Mandacaru 

Tem agenda em todo São João

Vai mostrar a riqueza deste chão

Através do seu canto animado

Vi Caruaru dizer obrigado 

Por mostrar nossa gente na canção.

 

Vejo daqui a casa ZÉ CONDÉ 

Lá pertinho do mercado das flores

A feira de raízes é pra dores

Em Petrópolis igreja São José

Num telhado de casa vi ABÉ 

Foi na fé num barrote equilibrado

Vejo “Raça” plantando num roçado

E no Alto do Moura deu pra vê

MARGÔ com sua arte pra vender

E NICINHA mostrando seu legado.

 

Daqui enxergo nossa Fundação 

Na Cultura eles vão trabalhando

Olha lá o Pé de Serra tocando 

Animando LAGOA do ALGODÃO

Vejo um Rio querendo atenção

Em seu leito tem verde de esperança

Os idosos Falando da lembrança

Nas histórias falando de mergulho

Oxalá no futuro eu tenha orgulho

De mostrar o rio a uma criança.

 

Vi do alto a fumaça e o vapor

Do cuscuz que é o maior do mundo

A fogueira acesa pelo fundo 

E o milho cozido tem valor 

Da canjica a pamonha o sabor

Que a cidade vende todo dia

O xerém ou mungunzá eu queria

Daquele que Maria preparou 

Quem passou por lá e já degustou

Pode contar isso com alegria.

 

Vi JORGE QUINTINO no artesanato 

Foi comprar na Barraca de TATÁ 

Uma ornamentação para dá 

Pra Luciene por sob o prato

Comprou de Cícero um porta - retrato 

Ultimato que ela havia dado

Pra botarem a foto lado a lado

Em sua casa no Luiz Gonzaga

Com esse mimo Seu Jorge afaga 

Um amor que está consolidado.

 

Vi o São João na roça animado

Na área rural vi gente festeira

Em PELADAS e GONÇALO FERREIRA

Em BARREIRA QUEIMADA foi “pegado”

Em CACHOEIRA SECA foi suado 

Em MALHADA DE PEDRA e JUÁ

RAFAEL e ITAÚNA foi dançar

TERRA VERMELHA, LAJES e XICURU

MURICI, PAU SANTO em CARUARU

Toda área rural foi festejar.

 

Na BR dois três dois deu pra vê

Um chofer gritar alto que te ama

Na Cento e quatro pra Toritama

Disse: Caruaru me viu nascer!

Vou voltar aqui antes de morrer

Vê a cidade dentro de um balão

Contemplar o Estádio Lacerdão

E gritar: Torcendo pra PATATIVA

Em sua reza pede a Deus que viva

Pra voltar a morar neste torrão.

 

No Monte Bom Jesus eu gostaria

Que se construísse um teleférico

Pra Caruaru seria homérico

O turismo impulsionaria

O povo indo e vindo todo dia

Tendo a visão que tenho agora

Vamos lá prefeito vamos embora

Fazer esse novo empreendimento

Isso trará mais desenvolvimento

Na história quem sabe faz a hora.

 

Vejo PAULO NAILSON escrevendo

Em seu BLOG ele está publicando

Tudo que ocorre está postando

O caruaruense está lendo

Com um olhar atendo está vendo 

Toda programação do São João

Em Caruaru e na região

Pra deixar todo o povo informado 

No BPN o povo está ligado

Pra saber tudo em primeira mão.

 

Dá licença agora vou descer

Aqui do morro pela escadaria

Vou convidar a DJANAIDE DIAS

Pra subir caminhando ou correr

Pra chamar seus alunos e trazer

Para vê o que viu esse poeta

A visão panorâmica completa

Da querida capital do agreste 

Mas só sobe aqui cabra da peste 

Ou tiver treinamento de atleta. 

 

Tudo que vi lá de cima do morro

Eu não conto, mas você pode ler

Se quiser pode subir para ver

Aguardarei você daqui não corro

Pra se proteger do sol vá de gorro

Com certeza um chapéu vai servir

Quem quiser de carro pode subir

Assim feito o velho LEOPOLDO

Subir cada degrau feito AROLDO

Quem tiver coragem pode ir.

 

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