Autor: IVALDO BATISTA
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Lá de cima do Morro Bom Jesus
Perto da Igrejinha pode crer
Santa Luzia faz a gente vê
Muito mais do que o clarão da luz
Lá de cima do Morro do cuscuz
Tantas coisas me deixaram feliz
Do mirante qual FERNANDO “o juiz”
Minha cerviz me permite julgar
Vou com Nelson Barbalho concordar
Caruaru é de fato um país.
Vem comigo que quero te mostrar
A antena que tem lá virou PIFE
João do Pife nessa terra é grife
Com seu instrumento pra encantar
Um bacamarte eu pude enxergar
Está lá lembrando o bacamarteiro
Tão marcante em solo brasileiro
Sua pólvora, barulho e fumaça
É folguedo que nossa gente abraça
É destaque nesse chão forrozeiro.
Lá do Morro do Bom Jesus eu vi
Mas só vê a cidade quem a ama
Xique xique, Andorinhas e Panorama
Serras dos cavalos e Murici
Mais de oitenta bairros eu percebi
Mas não vou citar a relação inteira
Vi o CEDRO e JOSÉ CARLOS OLIVEIRA
CAIUCÁ, SANTA ROSA e CENTENÁRIO
SÃO FRANCISCO e UNIVERSITÁRIO
BOA VISTA, SALGADO e RENDEIRA.
Lá do alto também pude avistar
O museu do barro e a catedral
Deu pra vê o palácio episcopal
Quem quiser vê vá lá pra comprovar
Dá pra vê, quando se quer enxergar
Até o museu do mestre Galdino
Na casa-museu mestre Vitalino
Vi EMANUELA e EMANUEL
Ele artesão e ela com pincel
É memória do pai Seu Severino.
Vi o teatro de MAMUSEBÁ
“Coroné” CORNÉLIO e AZULÃO
No Marco Zero Nossa CONCEIÇÃO
Reverente o povo passa lá
Museu da Fábrica de Caroá
Com suas máquinas eu pude vê
Um registro outrora do poder
Ao tecer toda fibra que servia
Quanto orgulho a cidade sentia
Vendo a economia crescer.
No mirante, usando uma luneta
Veja caruaru pólo fabril
Restaurada Avenida Brasil
Vi ainda a famosa Rua Preta
Deu pra vê a estátua de Lambreta
De lá deu pra vê tudo que eu quero
Inclusive Otrope e Ludugero
Coronel Há cinquenta anos morto
Eternizado na Coronel Porto
E na memória do humor espero.
Deu pra vê um espaço florestal
Lá na José Rodrigues de Jesus
Ir até lá eu já me predispus
O pic-nic é certo no local
Caruaru teu parque ambiental
Esta perto do centro da cidade
Muitas árvores, tanta diversidade
Há um lago e estacionamento
O pessoal vai lá por um momento
Pra viver a vida com qualidade.
Lá do morro vi o jornal Vanguarda
Na “TERCEIRO MUNDO” entre revistas
Quando noticiava os artistas
Nossa época era felizarda
O impresso acabou e o povo guarda
As memórias desse jornal local
Que tem o status de imortal
Entre todos nós os pernambucanos
Hoje lembramos os seus noventa anos
Mesmo que na tal versão digital.
Vejo daqui o Pátio do Forró
Tenho lembrança da bonita Vila
Perto do Riachão de Mestre DÍLA
Na xilogravura foi mestre-mor
Foi o Papa da Lino e da Xiló
Cujo talento nos surpreendeu
O mundo inteiro o conheceu
Caruaru revelou para os povos
Os mais velhos hoje contam pra os novos
Desses frutos que essa terra deu.
Eu vi o convento dos capuchinhos
E o museu OLEGÁRIO FERNANDES
Qualquer pessoa que na feira ande
Vai lá para tomar um cafezinho
Dona BETÂNIA atende com carinho
OLEGARINHO conta a história
Do seu pai vem conservando a memória
Que em Caruaru foi menestrel
Um gigante, um monstro do cordel
Que no céu declama pra nossa glória.
Do Morro Bom Jesus eu vejo assim
Caruaru reflete grande brilho
Vejo o teu ilustre ISRAEL FILHO
E o gigante PETRÚCIO AMORIM
Seu ONILDO ALMEIDA eu vi sim
É a voz ampliada da cultura
Uma Rádio mostrando a criatura
Toda doçura e sensibilidade
“O ômi da feira” é qualidade
Toda cidade faz essa leitura.
Vejo uma terra hospitaleira
Quem vem de outra terra se acomoda
Vai comprar lá na Fábrica da Moda
Não esquecem também a nossa feira
Vai comprar direto da costureira
Na Sulanca, Paraguai e Calçados
Vejo os sulanqueiros esforçados
Corre muito durante todo o dia
Negociando a mercadoria
Procurando sempre bons resultados.
Daqui vejo uma linda pracinha
Nela Nossa Senhora do Rosário
Quão charmoso esse belo cenário
Pra quem chega vê esta igrejinha
Do Indianópolis é vizinha
Quem caminha por lá presta atenção
É um charme aquela construção
Sobre a fundação não sei o ano
Mas vou saber do professor URBANO
Nosso mestre tem uma explicação.
Daqui vejo a Rua ZÉ TATU
Sua gente acordar de manhã
Mas na Alferes Jorge está NATÃ
Dos oito baixos cantar qual LINDU
A banda Fulô de Mandacaru
Tem agenda em todo São João
Vai mostrar a riqueza deste chão
Através do seu canto animado
Vi Caruaru dizer obrigado
Por mostrar nossa gente na canção.
Vejo daqui a casa ZÉ CONDÉ
Lá pertinho do mercado das flores
A feira de raízes é pra dores
Em Petrópolis igreja São José
Num telhado de casa vi ABÉ
Foi na fé num barrote equilibrado
Vejo “Raça” plantando num roçado
E no Alto do Moura deu pra vê
MARGÔ com sua arte pra vender
E NICINHA mostrando seu legado.
Daqui enxergo nossa Fundação
Na Cultura eles vão trabalhando
Olha lá o Pé de Serra tocando
Animando LAGOA do ALGODÃO
Vejo um Rio querendo atenção
Em seu leito tem verde de esperança
Os idosos Falando da lembrança
Nas histórias falando de mergulho
Oxalá no futuro eu tenha orgulho
De mostrar o rio a uma criança.
Vi do alto a fumaça e o vapor
Do cuscuz que é o maior do mundo
A fogueira acesa pelo fundo
E o milho cozido tem valor
Da canjica a pamonha o sabor
Que a cidade vende todo dia
O xerém ou mungunzá eu queria
Daquele que Maria preparou
Quem passou por lá e já degustou
Pode contar isso com alegria.
Vi JORGE QUINTINO no artesanato
Foi comprar na Barraca de TATÁ
Uma ornamentação para dá
Pra Luciene por sob o prato
Comprou de Cícero um porta - retrato
Ultimato que ela havia dado
Pra botarem a foto lado a lado
Em sua casa no Luiz Gonzaga
Com esse mimo Seu Jorge afaga
Um amor que está consolidado.
Vi o São João na roça animado
Na área rural vi gente festeira
Em PELADAS e GONÇALO FERREIRA
Em BARREIRA QUEIMADA foi “pegado”
Em CACHOEIRA SECA foi suado
Em MALHADA DE PEDRA e JUÁ
RAFAEL e ITAÚNA foi dançar
TERRA VERMELHA, LAJES e XICURU
MURICI, PAU SANTO em CARUARU
Toda área rural foi festejar.
Na BR dois três dois deu pra vê
Um chofer gritar alto que te ama
Na Cento e quatro pra Toritama
Disse: Caruaru me viu nascer!
Vou voltar aqui antes de morrer
Vê a cidade dentro de um balão
Contemplar o Estádio Lacerdão
E gritar: Torcendo pra PATATIVA
Em sua reza pede a Deus que viva
Pra voltar a morar neste torrão.
No Monte Bom Jesus eu gostaria
Que se construísse um teleférico
Pra Caruaru seria homérico
O turismo impulsionaria
O povo indo e vindo todo dia
Tendo a visão que tenho agora
Vamos lá prefeito vamos embora
Fazer esse novo empreendimento
Isso trará mais desenvolvimento
Na história quem sabe faz a hora.
Vejo PAULO NAILSON escrevendo
Em seu BLOG ele está publicando
Tudo que ocorre está postando
O caruaruense está lendo
Com um olhar atendo está vendo
Toda programação do São João
Em Caruaru e na região
Pra deixar todo o povo informado
No BPN o povo está ligado
Pra saber tudo em primeira mão.
Dá licença agora vou descer
Aqui do morro pela escadaria
Vou convidar a DJANAIDE DIAS
Pra subir caminhando ou correr
Pra chamar seus alunos e trazer
Para vê o que viu esse poeta
A visão panorâmica completa
Da querida capital do agreste
Mas só sobe aqui cabra da peste
Ou tiver treinamento de atleta.
Tudo que vi lá de cima do morro
Eu não conto, mas você pode ler
Se quiser pode subir para ver
Aguardarei você daqui não corro
Pra se proteger do sol vá de gorro
Com certeza um chapéu vai servir
Quem quiser de carro pode subir
Assim feito o velho LEOPOLDO
Subir cada degrau feito AROLDO
Quem tiver coragem pode ir.