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SÃO LUÍS – MA: Ilha do amor, Marcafrancesa no Brasil
Coluna do Cordel
Publicado em 01/09/2020

 

Projeto: Minha Cidade em Cordel

Autor: IVALDO BATISTA 

VISITE A COLUNA DO CORDEL 

Com licença minha gente 

Maranhense, aqui estou 

Desci no Tirirical

O cordel me acompanhou

Aqui no CUNHA MACHADO 

Já estou apresentado

Agora vou passear.

 

Nesse chão Deus caprichou 

Esculpindo a natureza

Tecendo cada detalhe

Aprimorou a beleza

Percebeu a maravilha

É São Luis esta ilha

Brilhante pela grandeza.

 

São Luiz é realeza

Na sutileza é filha

Uma herança francesa

Que desde o passado brilha

Mostrando sua vertente

Na trilha do continente

A gente te compartilha.

 

São Luis, minha armadilha

É capital encantada

Por todos que a visitam

É bastante cortejada

No Nordeste do Brasil

A cidade em seu perfil

Mostra por que é amada.

 

Ô terra idolatrada

Passando nela ouvi

Som de Reggae todo tempo

Nas tuas ruas eu vi

Canção pura e verdadeira

Caribe à Brasileira

A Jamaica é aqui.

 

São Luis, eu percebi

Sofreste tanta influência

Nativos e africanos

Presentes na descendência 

Franceses e portugueses

E até os holandeses

Presentes nessa vivência.

 

Daí como conseqüência

Temos a diversidade

Na cultura e costumes

Temos a identidade

Nos ritmos e sabores

Elementos formadores

Presentes na atualidade.

 

A fundação da cidade

É oito do mês setembro

Mil seiscentos e doze

Nesse cordel eu relembro

São quatrocentos e oito

Anos, por isso pernoito

É tua festa eu me lembro.

 

Vim de janeiro a dezembro

Tantos passeios eu fiz

Viajei todos os encantos

Fiz tudo conforme quis

Vim à vida a passeio

Na Ilha é sem aperreio 

Por isso aqui sou feliz. 

 

Falar sobre São Luis 

Como poeta desejo

Ir ao Parque do Bacanga 

Há tanto tempo pelejo

Estudei o teu passado

Que vejo até estampado

Decorado no azulejo. 

 

UPAON – AÇU, eu vejo

Como viu teus ancestrais

Tem sentido é “ILHA GRANDE”

Apóio os Tupinambás 

É como o índio dizia

O Branco aprovaria

Nas leis constitucionais.

 

Teu visual é demais

Seu bonito litoral

É forte e bem pujante

Teu setor industrial

Importa e exporta daqui

Do nosso Porto ITAQUI

São Luis ganha o Real.

 

Eu me diverti geral

Fazendo em ti excursão

Conheci os teus altares

Lugares de diversão

Num dia de sol a pino

No cordel que eu assino

Falo com exatidão.

 

Tive uma linda visão

Uma das grandes belezas

É o PARQUE NACIONAL 

O DAS CHAPADAS DAS MESAS

Maranhão de mil encantos

Descobri todos teus cantos

Magníficas surpresas.

 

É tão bela a natureza

Que a gente vai curtindo

Lá no FAROL DAS PREGUIÇAS

Nos degraus que fui subindo

Cumprindo meu desafio

Vi Oceano e um Rio

E os lençóis se abrindo.

 

O povo sempre sorrindo

De bem com a vida real

Legal foi conhecer gente

Ribamar foi genial 

Eu lembro a Rita da paz

Que tanta alegria traz

Mostrando seu alto astral.

 

Fui ao PARQUE NACIONAL

Dos teus lençóis, maranhense

Pense numa aventura

Difícil que alguém dispense

Ter essa contemplação

Da prazerosa visão

Que ao Maranhão pertence.

 

Na arte o povo vence

Pense em folclore e lendas

Histórias e tradições

Está lá pra que entendas

Na CASA DO MARANHÃO

Aberta à visitação

Trazendo suas legendas.

 

Na história vi contendas

Resistência em ação

Maranhão da balaiada

Não aceita opressão

Dos diferentes brasis 

Na guerra dos bem-te-vis

Reclamou o Maranhão.

 

Mas hoje tem diversão

Pensei, eu vou pra Calhau

Caolho ou Praia do Meio

Quero comer bacalhau

Deram-me esse palpite

São Marcos só dá elite

Pra poeta com cacau. 

 

São Luis está no grau

Ilha Bela é tua vez

Município brasileiro

A terra tem altivez 

Afinal foi preferida

Fundada e nunca esquecida

Tem nome de Rei Francês. 

 

A cidade foi freguês

Talvez a mais cobiçada

Ilha de UPAON-AÇU

Onde está localizada

Invadida tantas vezes

Holandeses e portugueses

Fizeram de ti morada.

 

Por fim foi colonizada

No tempo, foi Portugal

Ao invadir essa terra

No Brasil colonial

Brasil Colônia infeliz

Teve status São Luis

De primeira capital. 

 

No status atual

O centro dessa cidade

Testemunha o casario 

É histórico é verdade

Por esse órgão idôneo

Na UNESCO é patrimônio

Cultural da humanidade. 

 

Em termos de densidade

Sobressai no Maranhão

É a maior do Estado

A quarta da região

A capital hoje tem

Mais de Um Milhão e Cem

Mil, soma a população. 

 

De São Luis Maranhão

Eu lembro seu padroeiro

São José do Ribamar

De lá lembro um brasileiro

Que é xará desse Santo 

É excelente o seu canto

Lembro aqui Zeca Baleiro.

 

Lembro um coração festeiro

Da terra é cicerone

Ouvindo o seu cantar

Jamais teremos um clone

Emocionar é seu dom

Na passarela MARRON 

Aplausos pra Alcione. 

 

Quero que selecione

Os nomes que vou citar

Desde o Joâozinho Trinta

Até Ferreira Goulart 

São Luis toda é cultura

Veja na literatura 

É bom você pesquisar.

 

Um nome a se lembrar

Tão brilhante na canção

É um gênio consagrado

“O Poeta do Sertão” 

Ele é um maranhense

Não pense que é cearense

O Catulo da Paixão. 

 

Temos uma seleção

De seres especiais

Seus nomes estão na História

E consta já nos anais

Deram contribuição

Para nossa formação

São Luis tu é demais.

 

Terra de intelectuais

Cada qual com seu enredo

Lembro de Graça Aranha, 

Aluízio de Azevedo

Temos tantos jornalistas

Escritores e romancistas

Quem sabe diga o segredo.

 

Gonçalves Dias vem cedo

Pra Caxias na “Canção

Do Exílio” em Coimbra

Portugal que emoção

Descreveu o saudosismo

Com muito patriotismo 

Isso é lirismo “Mermão”.

 

Carregado de emoção

O seu coração brotou

Lembrando nossas palmeiras

E o canto recordou

Essa saudade maltrata

É esse banzo que mata 

Que o poeta externou. 

 

Xico Nóbrega falou

De um brilhante soldado

Pelas estradas da vida

Andou por esse Estado

Gonzagão lá de Exu

Foi a Upaon-Açu

Antes de ter decantado.

 

Por ele ter viajado

É bom que se assinale

Um gênio lá de Pedreiras

Chamado João do Vale

Mostrou o trem na canção

Gonzagão no Maranhão 

O trem não fala, então fale.

 

O João do Vale equivale

O Maranhão destacou

Também Luiz Guimarães 

Da sua mente brotou

Dez canções, num tom divino

Qual “SANGUE DE NORDESTINO”

Que o Rei do baião cantou.

 

O povo já me contou

E isso está registrado

Que portugueses na guerra

Com franceses lado a lado

Uma lenda aí se aduba

Milagre de Guaxenduba

Está aí retratado.

 

Outra que ouço um bocado

São Luis conta pra gente

Da cabeça e da calda

A lenda da tal serpente

Será que ao se encontrar

São Luis vai se acabar

Ou será que o povo mente

 

Qual maranhense não sente

Pavor da lenda MANGUDA

Roupas com as mangas grandes

Amigo não se iluda

Se ANA JANSEM faz medo

Seja lá qual o seu credo

Não serve galho de arruda. 

 

Treme até gente graúda

Acuda-me e me defenda

Dessas histórias de horror

Desse mito, dessa lenda

Que só faz amedrontar

Se a ANA JANSEM passar

Vixe que coisa horrenda. 

Bumba-meu-boi tem agenda

Tradição da nossa gente

Nos meses de Junho e Julho

Boi de Axixá vem de frente

Viva o nosso folguedo

Venha e brinque sem medo

A festa é mesmo quente.

 

Já tem gigante serpente

Cavalos e coisa e tal

No bairro da Praia Grande 

Henrique é animal 

Ritinha não se ofenda

Quando o “Sapo” virar lenda

Lá na Rua Portugal.

 

Vou vê o estadual

Torcer pelo tricolor

O Maranhão tem torcida

Eu também sou torcedor 

Sou da torcida querida

Vamos lá nessa partida

Meu clube é vencedor.

 

No Estádio Governador

Conhecido João castelo

Num dia ensolarado

Em um domingo tão belo

Um dia de casa cheia

Vou ver Sampaio Correia

Que hoje vai ter duelo.

 

Em qualquer jogo debelo

São José e até Moto

Esse tal papão do Norte

Pra correr hoje eu boto

No Castelão ou Nhozinho

Hoje ganho bonitinho

Até o Estádio eu loto.

 

Vem gente e tira a foto

Na capital maranhense

Dançar Tambor de Crioula

Nossa Punga brasilense 

De origem africana

São Benedito se ufana

E São Luis se convence.

 

Não nasci Ludovicense 

São-luisense eu não sou

Eu só sei que essa Ilha

Meu coração conquistou

Se eu demorar sair

Difícil será partir

Pra outro lugar não vou.

 

O mundo sempre girou

Revira nosso destino

Qualquer dia estou aí 

Entoando o teu hino 

Minha “Atenas Maranhense”

Sou cidadão carpinense

Mas desde já lhe previno.

 

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