Projeto: Minha Cidade em Cordel
Autor: IVALDO BATISTA
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Com licença minha gente
Maranhense, aqui estou
Desci no Tirirical
O cordel me acompanhou
Aqui no CUNHA MACHADO
Já estou apresentado
Agora vou passear.
Nesse chão Deus caprichou
Esculpindo a natureza
Tecendo cada detalhe
Aprimorou a beleza
Percebeu a maravilha
É São Luis esta ilha
Brilhante pela grandeza.
São Luiz é realeza
Na sutileza é filha
Uma herança francesa
Que desde o passado brilha
Mostrando sua vertente
Na trilha do continente
A gente te compartilha.
São Luis, minha armadilha
É capital encantada
Por todos que a visitam
É bastante cortejada
No Nordeste do Brasil
A cidade em seu perfil
Mostra por que é amada.
Ô terra idolatrada
Passando nela ouvi
Som de Reggae todo tempo
Nas tuas ruas eu vi
Canção pura e verdadeira
Caribe à Brasileira
A Jamaica é aqui.
São Luis, eu percebi
Sofreste tanta influência
Nativos e africanos
Presentes na descendência
Franceses e portugueses
E até os holandeses
Presentes nessa vivência.
Daí como conseqüência
Temos a diversidade
Na cultura e costumes
Temos a identidade
Nos ritmos e sabores
Elementos formadores
Presentes na atualidade.
A fundação da cidade
É oito do mês setembro
Mil seiscentos e doze
Nesse cordel eu relembro
São quatrocentos e oito
Anos, por isso pernoito
É tua festa eu me lembro.
Vim de janeiro a dezembro
Tantos passeios eu fiz
Viajei todos os encantos
Fiz tudo conforme quis
Vim à vida a passeio
Na Ilha é sem aperreio
Por isso aqui sou feliz.
Falar sobre São Luis
Como poeta desejo
Ir ao Parque do Bacanga
Há tanto tempo pelejo
Estudei o teu passado
Que vejo até estampado
Decorado no azulejo.
UPAON – AÇU, eu vejo
Como viu teus ancestrais
Tem sentido é “ILHA GRANDE”
Apóio os Tupinambás
É como o índio dizia
O Branco aprovaria
Nas leis constitucionais.
Teu visual é demais
Seu bonito litoral
É forte e bem pujante
Teu setor industrial
Importa e exporta daqui
Do nosso Porto ITAQUI
São Luis ganha o Real.
Eu me diverti geral
Fazendo em ti excursão
Conheci os teus altares
Lugares de diversão
Num dia de sol a pino
No cordel que eu assino
Falo com exatidão.
Tive uma linda visão
Uma das grandes belezas
É o PARQUE NACIONAL
O DAS CHAPADAS DAS MESAS
Maranhão de mil encantos
Descobri todos teus cantos
Magníficas surpresas.
É tão bela a natureza
Que a gente vai curtindo
Lá no FAROL DAS PREGUIÇAS
Nos degraus que fui subindo
Cumprindo meu desafio
Vi Oceano e um Rio
E os lençóis se abrindo.
O povo sempre sorrindo
De bem com a vida real
Legal foi conhecer gente
Ribamar foi genial
Eu lembro a Rita da paz
Que tanta alegria traz
Mostrando seu alto astral.
Fui ao PARQUE NACIONAL
Dos teus lençóis, maranhense
Pense numa aventura
Difícil que alguém dispense
Ter essa contemplação
Da prazerosa visão
Que ao Maranhão pertence.
Na arte o povo vence
Pense em folclore e lendas
Histórias e tradições
Está lá pra que entendas
Na CASA DO MARANHÃO
Aberta à visitação
Trazendo suas legendas.
Na história vi contendas
Resistência em ação
Maranhão da balaiada
Não aceita opressão
Dos diferentes brasis
Na guerra dos bem-te-vis
Reclamou o Maranhão.
Mas hoje tem diversão
Pensei, eu vou pra Calhau
Caolho ou Praia do Meio
Quero comer bacalhau
Deram-me esse palpite
São Marcos só dá elite
Pra poeta com cacau.
São Luis está no grau
Ilha Bela é tua vez
Município brasileiro
A terra tem altivez
Afinal foi preferida
Fundada e nunca esquecida
Tem nome de Rei Francês.
A cidade foi freguês
Talvez a mais cobiçada
Ilha de UPAON-AÇU
Onde está localizada
Invadida tantas vezes
Holandeses e portugueses
Fizeram de ti morada.
Por fim foi colonizada
No tempo, foi Portugal
Ao invadir essa terra
No Brasil colonial
Brasil Colônia infeliz
Teve status São Luis
De primeira capital.
No status atual
O centro dessa cidade
Testemunha o casario
É histórico é verdade
Por esse órgão idôneo
Na UNESCO é patrimônio
Cultural da humanidade.
Em termos de densidade
Sobressai no Maranhão
É a maior do Estado
A quarta da região
A capital hoje tem
Mais de Um Milhão e Cem
Mil, soma a população.
De São Luis Maranhão
Eu lembro seu padroeiro
São José do Ribamar
De lá lembro um brasileiro
Que é xará desse Santo
É excelente o seu canto
Lembro aqui Zeca Baleiro.
Lembro um coração festeiro
Da terra é cicerone
Ouvindo o seu cantar
Jamais teremos um clone
Emocionar é seu dom
Na passarela MARRON
Aplausos pra Alcione.
Quero que selecione
Os nomes que vou citar
Desde o Joâozinho Trinta
Até Ferreira Goulart
São Luis toda é cultura
Veja na literatura
É bom você pesquisar.
Um nome a se lembrar
Tão brilhante na canção
É um gênio consagrado
“O Poeta do Sertão”
Ele é um maranhense
Não pense que é cearense
O Catulo da Paixão.
Temos uma seleção
De seres especiais
Seus nomes estão na História
E consta já nos anais
Deram contribuição
Para nossa formação
São Luis tu é demais.
Terra de intelectuais
Cada qual com seu enredo
Lembro de Graça Aranha,
Aluízio de Azevedo
Temos tantos jornalistas
Escritores e romancistas
Quem sabe diga o segredo.
Gonçalves Dias vem cedo
Pra Caxias na “Canção
Do Exílio” em Coimbra
Portugal que emoção
Descreveu o saudosismo
Com muito patriotismo
Isso é lirismo “Mermão”.
Carregado de emoção
O seu coração brotou
Lembrando nossas palmeiras
E o canto recordou
Essa saudade maltrata
É esse banzo que mata
Que o poeta externou.
Xico Nóbrega falou
De um brilhante soldado
Pelas estradas da vida
Andou por esse Estado
Gonzagão lá de Exu
Foi a Upaon-Açu
Antes de ter decantado.
Por ele ter viajado
É bom que se assinale
Um gênio lá de Pedreiras
Chamado João do Vale
Mostrou o trem na canção
Gonzagão no Maranhão
O trem não fala, então fale.
O João do Vale equivale
O Maranhão destacou
Também Luiz Guimarães
Da sua mente brotou
Dez canções, num tom divino
Qual “SANGUE DE NORDESTINO”
Que o Rei do baião cantou.
O povo já me contou
E isso está registrado
Que portugueses na guerra
Com franceses lado a lado
Uma lenda aí se aduba
Milagre de Guaxenduba
Está aí retratado.
Outra que ouço um bocado
São Luis conta pra gente
Da cabeça e da calda
A lenda da tal serpente
Será que ao se encontrar
São Luis vai se acabar
Ou será que o povo mente
Qual maranhense não sente
Pavor da lenda MANGUDA
Roupas com as mangas grandes
Amigo não se iluda
Se ANA JANSEM faz medo
Seja lá qual o seu credo
Não serve galho de arruda.
Treme até gente graúda
Acuda-me e me defenda
Dessas histórias de horror
Desse mito, dessa lenda
Que só faz amedrontar
Se a ANA JANSEM passar
Vixe que coisa horrenda.
Bumba-meu-boi tem agenda
Tradição da nossa gente
Nos meses de Junho e Julho
Boi de Axixá vem de frente
Viva o nosso folguedo
Venha e brinque sem medo
A festa é mesmo quente.
Já tem gigante serpente
Cavalos e coisa e tal
No bairro da Praia Grande
Henrique é animal
Ritinha não se ofenda
Quando o “Sapo” virar lenda
Lá na Rua Portugal.
Vou vê o estadual
Torcer pelo tricolor
O Maranhão tem torcida
Eu também sou torcedor
Sou da torcida querida
Vamos lá nessa partida
Meu clube é vencedor.
No Estádio Governador
Conhecido João castelo
Num dia ensolarado
Em um domingo tão belo
Um dia de casa cheia
Vou ver Sampaio Correia
Que hoje vai ter duelo.
Em qualquer jogo debelo
São José e até Moto
Esse tal papão do Norte
Pra correr hoje eu boto
No Castelão ou Nhozinho
Hoje ganho bonitinho
Até o Estádio eu loto.
Vem gente e tira a foto
Na capital maranhense
Dançar Tambor de Crioula
Nossa Punga brasilense
De origem africana
São Benedito se ufana
E São Luis se convence.
Não nasci Ludovicense
São-luisense eu não sou
Eu só sei que essa Ilha
Meu coração conquistou
Se eu demorar sair
Difícil será partir
Pra outro lugar não vou.
O mundo sempre girou
Revira nosso destino
Qualquer dia estou aí
Entoando o teu hino
Minha “Atenas Maranhense”
Sou cidadão carpinense
Mas desde já lhe previno.