Dominguinhos
30/03/2016 16:02 em Entrevistas

Entrevista realizada no dia 08 de Junho de 2012

 

Você fez primeiro carreira de musico. Por que depois resolveu cantar? 

Dominguinhos: No meu primeiro disco em 64, eu já gravei oito músicas cantando e nunca mais parei de cantar. Eu sempre digo que gosto mais de solar o acordeon de que realmente cantar. Uma vez, Luiz Gonzaga observou que eu tocava fazendo muita pirueta com a sanfona, mas não conseguia nada, só consegui minhas coisas louváveis realmente quando eu comecei a cantar. Então, fui musico no começo da carreira, mas me tornei cantor para satisfazer as pessoas que gostavam de ouvir minhas musicas eu tocando e cantando ao mesmo tempo. 

Seu pai era musico e o afinador de foles. Foi com ele que você aprendeu a tocar acordeon? 

Dominguinhos: Meu pai tocava oito baixos. Primeiro meu irmão Moraes aprendeu. Depois, foi a minha vez, mas era sanfona de oito baixos.

A esposa Guadalupe teve alguma influencia na sua carreira?

Dominguinhos: Guadalupe veio muito depois. Anastácia antes foi a minha parceira de 210 músicas e foi quem exerceu grande influencia na minha carreira. Guadalupe teve importância também porque foi a minha parceira e uma grande parceira.

E a influencia em sua vida do eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga?

Dominguinhos: É total. Gonzaga me influenciou totalmente. Eu comecei a tocar com ele muito novo e ai essas coisas todas vão associando a pessoa cada vez mais. Viajei com ele, fui motorista dele, tocava a sanfona abrindo show. Foi uma vida incomum, realmente extraordinária.

 

Qual a música de Gonzaga que você não deixa de cantar em seus shows? 

Dominguinhos: Asa Branca (risos).

Antes se ouvia forró apenas pelas bandas de cá. Hoje o forró tomou conta do mundo. A quem você atribui a popularização do movimento forrozeiro?

Eu acho que influencias das bandas que Emanuel Gurgel criou em Fortaleza tiveram uma parcela muito boa. Apesar de não haver legitimidade, não ser o verdadeiro forró, não há por que negar que eles fizeram uma boa propaganda da musica nordestina. E o pé de serra continuou do mesmo jeito sempre ali presente, nunca deixou morrer.

Vários sanfoneiros tiveram uma grande influencia do seu trabalho?

Sanfoneiro novo não tem muita influencia minha não. Os que tem são os antigos: Sivuca, Orlando Silveira, Tinoca. Os jovens de hoje não sabem quem foi Sivuca, como muitos desconhecem Carmélia Alves, que era a rainha do baião, foi uma influencia muito grande da música nordestina, Anástacia é uma grande cantora de baião, compositora ai vem as influencias dos sanfoneiros novos como Cezzinha tem 20 poucos anos, Gennaro é novo ainda, mas teve uma influencia muito grande no Trio Nordestino. Todo mundo é culpado. Cada um tem o seu pedacinho, mas temos que louvar os que estão deixando e os que estão levando a diante.

ForrozeirosPE: Qual o conselho para os cantores e sanfoneiros que estão começando agora? 

Eu acho que o melhor conselho que posso dar é que a pessoa estude, não toque errado, toque certo, aprenda! Nós temos aqui grandes sanfoneiros como Cezinha, Marcelo de Feira, grande acordeonista Genaro, se eu fosse citar tem uma lista enorme. Então o conselho que dou é estudar. Tem Camarão, o grande baluarte da nossa sanfona, Arlindo dos Oito Baixos, grande afinador e tocador. Então daqui para frente é estudar , vê se toca direito. Nós temos ai o Beto Hortis, muito bom também, é gente demais tocando bem.

Deixe aqui uma mensagem para os fãs que acompanham o seu trabalho e agradecimentos gerais. 

Eu quero agradecer as pessoas que me seguem, escutam o que eu faço, escutam o que eu canto, escutam o que eu toco o meu muito obrigado! 

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